domingo, 19 de junho de 2016

Igreja não é boate

Antes de você ler este artigo, saiba que é bem-vindo à igreja com qualquer vestimenta. Algumas pessoas podem te olhar torto, mas Deus não faz isso. Porém, assim como planejamos o que vestir numa festa, apresentação de TCC, ocasião política, num encontro romântico e no trabalho, vale também ter uma atenção especial quanto às cerimônias religiosas. Quero também lembrar que a igreja promove a simplicidade e modéstia, que são princípios bíblicos, então as recomendações deste artigo não estão nada relacionadas à classe econômica de ninguém, mas servem como auxílio para qualquer indivíduo que tem interesse na conveniência, na elegância e no respeito. Você sabe que empresas podem exigir que seus funcionários vistam uniformes. Os parlamentares, por exemplo, devem usar terno e gravata. Em algumas repartições públicas, é proibida a entrada de pessoas com bermuda, chinelo ou roupa sem manga. Estas são regras de etiqueta, mas o bom senso vai além das normas. Por exemplo, você não costuma andar com roupa de banho no centro da cidade, nem com terno e gravata na praia. Então, como se portar na igreja?
Gostei de um pensamento que encontrei entre uma leitura e outra: “não há regras de etiqueta para o culto, mas há conveniências. E onde há ausência de regras não quer dizer que tudo é válido”. O escritor e apresentador Felipe Aquino explica que, para cada tipo de ambiente, existe uma recomendação de imagem pessoal. “Quando vamos à Igreja, vamos prestar culto a Deus. Sendo assim, a própria roupa que usamos já é sinal de nossa manifestação de louvor, de adoração, de respeito a Deus”, destacou. Glória Kalil, jornalista e consultora de moda, escreveu um texto no qual afirmava que “igreja não é boate”. Contou em sua página Alô Chics! que um padre passou a proibir as noivas, madrinhas ou convidadas de abusarem de minissaias e decotes nas celebrações de casamento. A jornalista Mônica Bergamo contou na sua coluna na Folha de S. Paulo que o padre Michelino Roberto resolveu dar um basta na extravagância das vestimentas nas missas e colocou alguém na porta para guiar as escandalosas à sacristia, onde uma variedade de echarpes e pashminas estão à disposição para cobrir as costas peladas e os peitos de fora, considerados inadequados na casa do Senhor.
Concordando ou não com esta atitude, quero chamar sua atenção aos conselhos de etiqueta quanto à vestimenta em ocasiões e ambientes religiosos. Glória Kalil analisou esses acontecimentos e disse: “bem que eu avisei”. Em seu livro (Chic[érrimo], ela explica: “cerimônia religiosa exige certa contenção na exibição dos brilhos e do corpo. Decotes e fendas podem ser disfarçados e atenuados por xales e estolas. Sinal de respeito”. Veja só o que aconteceu no programa Esquadrão da Moda.
Encontrei em um site católico um excelente comentário feito por um líder religioso desta denominação: “nós nos vestimos para chamar atenção de pessoas e receber elogios. Por que uma moça usa uma saia curta e uma blusa apertada? Por que um rapaz usa uma baby look agarrada? Não tem nada a ver com Deus”. Seria interessante se analisássemos sinceramente nossas intenções ao escolhermos o que vestir, principalmente na casa do anfitrião: Deus. “Não se trata de uma religião específica, mas sim do respeito que cada um carrega dentro de si quando se dirige a um local sagrado. Certos trajes conotam vulgaridade e falta de conscientização quanto ao real objetivo daquele encontro e desrespeito com as pessoas presentes”.

Por Emanuelle Sales, em
http://noticias.adventistas.org/pt/coluna/emanuele-salles/igreja-nao-e-boate/

Igreja sem Deus?

A notícia tem um título intrigante: “pastora evangélica provoca polêmica no Canadá após declarar que não acredita em Deus”. O nome da pastora é Gretta. Ela é pastora da Igreja Unida do Canadá. A denominação foi fundada em 1925 e é resultado da junção de quatro correntes protestantes, incluindo a presbiteriana e a metodista. Hoje, conta com 2,5 milhões de seguidores, cerca de 7% da população total do país, e perde apenas para o catolicismo em número de fiéis.
A igreja é conhecida no país por suas posições bem progressistas. Admite, por exemplo, pastores homens e mulheres. Na direção oposta às igrejas brasileiras, aceita líderes declaradamente homossexuais e a união entre casais gays é permitida desde os anos 80.
Mesmo com todos os pontos mais liberais da igreja, Gretta provavelmente foi longe demais ao afirmar que Deus não existe. Ela vai passar por um processo de avaliação e depois será decidido se ela permanecerá ou não no cargo. Mesmo com a iminente destituição do cargo, Gretta mantém a rotina de trabalhos voluntários, palestras e cultos. E, se não acredita no poder das orações para salvá-la da demissão, ainda tem fé na generosidade dos homens.
Incontestavelmente, igreja sem Deus não existe. Se Ele sai, não sobra nada para a religião, mas será um clube ou um lugar de encontro social. Gretta está mexendo com coisa séria, porque não é só a fé dela que ficou abalada, mas dos seus liderados também.
A igreja existe para prover um ambiente propicio à instrução e à adoração, ajudando as pessoas a terem um encontro com Deus. Negar a Deus e tira-lo da igreja pode ser feito de forma declarada, como Gretta o fez, mas há uma forma mais perigosa e sutil, não declarada.
Uma das formas é criar um sistema de doutrinas e crenças de acordo com as necessidades humanas, não respeitando os conceitos bíblicos dentro do seu contexto. O mesmo acontece quando se substitui determinados pontos da revelação bíblica para se adequar às necessidades humanas que hoje tem maiores dificuldades de seguir alguns pontos da revelação. Religião de conveniência ou de interesse não tem base em Deus.
Essas aberrações religiosas criam o que podemos chamar de cristianismo instantâneo. Foi esse fundamentalismo manco que introduziu o cristianismo instantâneo nas igrejas evangélicas para a realização fácil e rápida de tudo, sem se preocupar com a sua qualidade ou a permanência das pessoas. Essa forma instantânea gerou um vírus que contagiou muitas igrejas e por meio da literatura, dos evangelistas e missionários, está se espalhando por todo mundo.
O cristianismo instantâneo acompanhou a revolução industrial. As máquinas foram inventadas com basicamente duas finalidades: (1) fazer mais rápido o trabalho considerado importante e (2) terminar logo suas tarefas para se dedicar a coisas do seu agrado.
O cristianismo instantâneo oferece um Deus que está sempre pronto para atender os seus pedido e que ignora o seu passado, garante o futuro e te liberta para seguir as inclinações da carne sem um mínimo de restrição.
O problema está quando se esconde o lado da justiça de Deus e foca apenas na graça que resulta em uma pregação desequilibrada que produz cristãos desequilibrados e um cristianismo enfermo.
Deus é o centro da fé e da igreja. A Bíblia é a revelação total de Deus e a regra de fé e prática para os cristãos. Fugir disso ou procurar qualquer acomodação é anestesia espiritual. O utilitarismo que fortalece o pensamento “o que é que eu vou ganhar com isso” precisa ser combatido ao se ensinar às pessoas que religião com Cristo é compromisso e não mera troca de vantagens.
O conselho bíblico sempre nos protege: “Crede no Senhor vosso Deus e estareis seguros, crede nos seus profetas e prosperareis” (2 Crônicas 20:20).

Pr. Rafael Rossi, original em
http://noticias.adventistas.org/pt/coluna/rafael-rossi/igreja-sem-deus/

Quando o politicamente correto passa dos limites




Se você nunca viu pessoalmente, certamente já ouviu falar pelo menos alguma vez a respeito. Eles entopem as redes sociais diariamente com um vocabulário padronizado, repetindo lugares comuns e clichês anticientíficos, preocupados com microagressões, lugares de fala e discussões pseudosociológicas, com uma alta carga de imposição de sugestionabilidade às suas ideias e um senso de superioridade moral irrefreável. Sim, estou falando dos internacionalmente conhecidos social justice warriors (SJW), que aqui no Brasil você provavelmente conhece como guerreiros da justiça social. Atuando com uma perspectiva caricata do progressismo, de forma destemperada e imatura, os justiceiros sociais constantemente ridicularizam discussões sérias sobre problemas reais – como o racismo, o machismo e a homofobia – ao transformá-las em discussões rasteiras, com um puritanismo histriônico e apelos emocionais sem qualquer razoabilidade. Ao exagerar, incapazes de acolher qualquer crítica e preparados para apontar o dedo à mínima possibilidade de oposição, mais afastam do que aproximam as pessoas das pautas que julgam defender, não raramente servindo de palanque para políticos com bandeiras absolutamente opostas, transformando debates importantes em meros problemas de classe média – e criando conceitos esdrúxulos de livre expressão, categorizando quem pode falar a respeito do quê.
O efeito imediato? A criação de um constante clima policialesco politicamente correto que invade diferentes áreas da atividade humana, fazendo com que tudo seja encarado de forma entediantemente ofensiva. Quer alguns exemplos? Fiz uma lista de situações em que o politicamente correto passou dos limites nos últimos meses.
1. O VILÃO QUE SÓ PODE AGREDIR PERSONAGENS MASCULINOS
Eu poderia apostar que você leu essa notícia recentemente. Nem Apocalipse, um dos maiores vilões da história das histórias em quadrinho, com mais de cinco mil anos de idade, que já foi considerado deus por muitas civilizações, possui uma ampla gama de poderes, é imortal, um dos seres mais inteligentes do Universo, já derrotou o Conde Drácula (duas vezes!) e é uma das figuras mais temidas do universo Marvel, conseguiu escapar das garras do politicamente correto. E tudo isso por conta de um cartaz em que o vilão asfixia a personagem Mística, interpretada por Jennifer Lawrence, no último filme da franquia “X-Men”.
O burburinho começou pelas redes sociais. E então se potencializou quando a atriz Rose McGowan decidiu criticar a produção: “F***-se essa m****. Há um imenso problema quando as pessoas da 20th Century Fox acham que violência contra mulher é a melhor forma de divulgar um filme.”
Pois é. Toda maldade de uma das figuras mais vilanescas da série virou mera questão de machismo. E o que a Fox, a responsável pelo filme, fez? Pediu desculpas, claro: “Em nosso entusiasmo para mostrar a maldade do personagem Apocalipse, não percebemos de imediato a conotação perturbadora dessa imagem”, disse o estúdio num comunicado divulgado nos Estados Unidos. “Assim que percebemos o quão indelicada ela era, rapidamente tomamos medidas para remover todo o material. Pedimos desculpas pelas nossas ações e nunca apoiaríamos a violência contra as mulheres.”
Apocalipse atravessou cinco mil anos de história para ser finalmente derrotado pelos justiceiros sociais.
2. O CASAL INTERRACIAL RACISTA
Se nem as figuras mais temíveis dos quadrinhos conseguem escapar do politicamente correto, quem dirá a indústria da moda. Constantemente alvo de críticas, modelos, estilistas, donos de agência e publicitários são figuras carimbadas no universo dos justiceiros sociais. E na nova campanha da Versace, uma das maiores grifes do mundo, o combate se repetiu. Repare na imagem ao lado. O que você consegue visualizar? Na peça, uma mãe branca e loira (a modelo Gigi Hadid, de 21 anos), caminha tranquilamente pelos bairros de uma cidade qualquer com seus dois filhos, negros, e seu marido, igualmente negro. Eis uma peça de publicidade inclusiva, onde pessoas de etnias diferentes formam uma família moderna, sem preconceitos – você deve estar pensando, certo? Repare novamente. A imagem causou comoção nas redes sociais (sempre elas!). E o motivo? Racismo.
“Por favor, retirem esse anúncio da Versace, é constrangedor. O anúncio inteiro é focado na mãe de pele clara. Tanto as crianças como o pai olham para ela impressionados. As minorias são pouco representadas na indústria e, quando em comerciais, elas são quase SEMPRE retratadas na sombra de uma modelo de pele clara”, disse uma usuária do Instagram.
Outro usuário comentou: “Por que há uma corrente em torno da menina negra que claramente não se mistura nessa foto bizarra?” Talvez porque a personagem em questão seja um bebê, que está num carrinho de bebê, com um cinto de segurança de plástico para bebês? Será possível? E não pense que os personagens foram os únicos problemas vistos como racistas na campanha. Há algo equivocado também com o background. Para os justiceiros sociais, a escolha do cenário, Chicago, não foi vista com bons olhos. E a razão: o fato de a cidade sofrer uma onda de violência que afeta, de modo especial, a população negra.
Pensem nisso quando produzirem alguma peça no Rio de Janeiro, publicitários. Vocês podem ser acusados de racismo também.
3. O SUPER HERÓI QUE É VIRIL DEMAIS
Ele é o Capitão América, um símbolo dos militares americanos e um dos maiores super-heróis de todos os tempos. Foi construído para derrotar alguns dos vilões mais temíveis do eixo do mal graças a um soro que lhe torna quase indestrutível ao lhe permitir atingir o ápice do condicionamento físico humano. Mas até ele possui um ponto fraco: sua virilidade heterossexual. Essa é, ao menos, a opinião da colunista Joanna Robinson, da revista americana Vanity Fair. Joanna diz que saiu desapontada com o terceiro filme da saga do super-herói, “Guerra Civil”, lançado em maio nos cinemas norte-americanos. O motivo? Uma cena em que o Capitão se torna nostálgico ao relembrar suas corridas atrás de rabos de saia com seu melhor amigo, “Bucky” Barnes. Para a colunista, os diretores entregam evidências demais de que não há um relacionamento gay entre os amigos. E isso é um erro.
“É um momento doce e humano que os conecta, mas também é regado de virilidade heterossexual. Se a Disney não está inclinada a dar ao público um herói gay, ela não poderia pelo menos ter deixado para nós o sonho de Bucky com o Capitão? O filme ‘Capitão América: Guerra Civil’ não saiu da linha quando ‘definiu’ o relacionamento de Bucky e Steve quando o Capitão dá um beijo em Sharon Carter (Emily Van Camp), enquanto Bucky olha de forma positiva para os dois? Onde está o espaço para a interpretação nesse momento?”
Sem qualquer passado gay, nem qualquer indício disso, nos cinemas ou nas histórias em quadrinhos, nem o Capitão América consegue escapar do fato de que até sua virilidade pode ser politicamente incorreta.
4. OS ESTUDANTES QUE PROTESTAM CONTRA AS AULAS DE INGLÊS PORQUE HÁ MUITOS POETAS HOMENS E BRANCOS NA LÍNGUA INGLESA
Na Universidade de Yale, nos Estados Unidos, estudantes de inglês enviaram uma petição ao departamento do curso. O pedido é categórico: querem a retirada do estudo dos “grandes poetas ingleses” nas matérias introdutórias que servem de pré-requisito para outras disciplinas. A razão? O fato de que eles são escritores brancos do sexo masculino. “É inaceitável que um estudante de Yale que queira introduzir-se na literatura inglesa deva ler apenas autores brancos do sexo masculino”, diz a petição.
Em Yale, os alunos têm que estudar Geoffrey Chaucer, Edmund Spenser, William Shakespeare e John Donne no semestre do outono e, então, John Milton, Alexander Pope, William Wordsworth e TS Eliot, no semestre da primavera. De acordo com o texto, priorizar esses escritores cria uma cultura “especialmente hostil aos estudantes de cor”. Com essa escolha, apontam os alunos, a universidade não prepara seus estudantes para fazerem estudos “de alto nível relativos à raça, sexo, sexualidade, etnia, nacionalidade”.
Uma das figuras por trás do protesto é Adriana Miele, uma estudante que em abril escreveu um artigo de opinião no qual criticava o curso porque nele os estudantes “são ensinados a analisar obras literárias canônicas”, mas “não são ensinados a questionar por que é que são canônicas, ou as implicações das obras canônicas que oprimem e marginalizam as pessoas não brancas, mulheres, trans e gays”. Para ela, “é possível tirar uma licenciatura em língua inglesa apenas lendo autores homens e brancos. Muitos estudantes não leem uma única autora mulher em duas disciplinas fundamentais do curso”.
Catherine Nicholson, a professora responsável por ensinar a matéria dos “grandes poetas ingleses”, elogiou o questionamento dos alunos, mas defendeu que a disciplina em si, pelo conhecimento que carrega, não é uma ferramenta de exclusão, mas um exercício de “resistência e libertação”.
Na petição, que segundo o Yale Daily News até o fim de maio já contava com 160 assinaturas (num universo de 200 estudantes), os alunos pedem para “que os grandes poetas ingleses sejam abolidos” do curso.
Quase cinco séculos depois de ter revolucionado a literatura ocidental, nem William Shakespeare escapa dos justiceiros sociais.
5. O PAÍS QUE QUER MUDAR A LETRA DO HINO PARA UM GÊNERO NEUTRO
Desde o ano passado, quando assumiu o cargo de primeiro-ministro no Canadá, Justin Trudeau vem se tornando o mais novo ídolo dos justiceiros sociais ao redor do mundo. E não sem razão. Trudeau é uma espécie de Mujica canadense que conquistou parte do eleitorado de seu país com bandeiras que incluem a legalização da maconha, mais impostos para os ricos e uma nova relação com os índios. Mas não pense que isso tudo é o bastante. Agora o seu partido tem outra tarefa em mente: neutralizar o gênero no hino nacional.
Há poucos dias, a esmagadora maioria do parlamento canadense (279-79) decidiu votar a favor de neutralizar o gênero na letra do hino do país, substituindo a linha “True patriot love in all thy sons command” (“Verdadeiro amor patriota, em vossos filhos comanda”) por “all of us command” (“em todos nós comanda”). Uma proposta semelhante já havia sido apresentada em 2010, mas foi rejeitada pelos conservadores, que detinham a maioria no Parlamento.
Para o progressista Mauril Bélanger, que apresentou o projeto de lei há poucos meses, a alteração é significativa. “Na véspera do 150º aniversário da nossa federação, é importante que um de nossos símbolos nacionais mais reconhecidos e apreciados reflita os progressos realizados pelo nosso país em termos de igualdade de gênero.”
A medida é uma vitória para os justiceiros sociais, acostumados a apontar problemas típicos de classe média com soluções pretensiosas que fingem mudar o mundo.

6. A BRASILEIRA QUE FOI ASSALTADA, LEVOU UM TIRO E PEDIU DESCULPA AOS BANDIDOS PORQUE ELES “SÃO VÍTIMAS” TAMBÉM
Ela se chama Mariana Däffner. É brasileira, tem 22 anos e é esgrimista, atleta do Esporte Clube Pinheiros, em São Paulo. Há poucos dias, ao estacionar o carro da família nos arredores do bairro Menino Deus, em Porto Alegre, Mariana foi acometida por um desses problemas que afetam milhares de brasileiros todos os anos, entregues ao completo abandono da segurança pública no país: um assalto.
“Eles pediram pela chave do carro e eu entrei em pânico. Não sabia o que fazer, congelei. Comecei a procurar pela chave nos bolsos, mas não a encontrava. Eles estavam armados e me ameaçavam, diziam para eu não gritar. Eu não achava a chave para entregar e comecei a gritar. Nesse momento, eles procuraram a chave, não a acharam, levaram meu celular e foram embora. Na fuga, um dos caras atirou. O tiro atravessou o meu braço e passou de raspão na minha barriga. Gritei por socorro, algumas pessoas vieram me socorrer e encontraram a chave. Estava no porta-malas mesmo.”
Após passar por duas cirurgias, colocar uma haste e dez parafusos no braço, e lidar com o trauma de ver a sua vida no absoluto controle de alguns assaltantes, Mariana concedeu uma entrevista ao Zero Hora.
“Qual a sensação que fica desse episódio?
“De descrença, de não acreditar que aconteceu comigo. Só me dei conta que havia sido assaltada e levado um tiro quando estava no carro da Brigada Militar e olhei para a minha mão. Tento não pensar na questão da criminalidade, da impotência e da vulnerabilidade que temos como cidadãos. Tento pensar na sorte que tive no meio desse episódio de total azar.
“Você diria alguma coisa aos rapazes que lhe assaltaram?
“Só consigo pensar em desculpas. Eu sinto muito, porque, infelizmente, o que aconteceu comigo é reflexo da sociedade em que vivemos.
“Você gostaria de pedir desculpas a eles?
“Sim.
“Por quê?
“Porque assim como fui vítima, eles são vítimas de tudo que vivemos hoje. É muito frustrante passar por uma situação como essa e ver que as pessoas se colocam nessas posições para sobreviver.
“Você não sente raiva, então.
“Não.”
E o que mais poderia sentir? No mundo orwelliano construído pelos justiceiros sociais, guerra é paz, liberdade é escravidão e ignorância é força. 
7. OS ALUNOS QUE PEDEM UMA NOTA MÍNIMA GARANTIDA PELA UNIVERSIDADE PARA DEDICAREM MAIS TEMPO AO ATIVISMO
Com tanta coisa pra ajustar no mundo, tantas causas para militar, tantas questões para problematizar, os estudos evidentemente acabam se tornando um grande fardo na vida dos justiceiros sociais. Simplesmente não há tempo. Foi pensando nisso que os estudantes da Oberlin College, uma instituição privada historicamente reconhecida como progressista, estão assinando uma petição para proibir seus professores de darem notas inferiores a C (o equivalente a uma nota entre 6 e 7,9) aos seus alunos. A justificativa? Eles estão se atrapalhando nos estudos porque dedicam muito tempo para participar de e organizar protestos. A petição já recebeu mais de 1.300 assinaturas até o momento.
Segundo a New Yorker, Oberlin é “o centro da tempestade atual” de ativismo em campi universitários, com os alunos fortemente envolvidos em questões como a diversidade em sala de aula, a desigualdade racial e a injustiça social. No fim do ano passado, a Black Student Union lançou uma lista de 50 “demandas institucionais” para a universidade, entre elas pagar $8,20 por hora para os estudantes negros que organizam protestos. No documento, com 14 páginas, a organização diz que a Oberlin College “funciona nas premissas do imperialismo, da supremacia branca, do capitalismo, do capacitismo e do heteropatriarcado cissexista”.
A educação possui oficialmente uma nova função por lá. E ela definitivamente não é passar conhecimento adiante.
8. O APLICATIVO (PARA IPHONE, CLARO) QUE DIVIDE A CONTA DO RESTAURANTE PELA “DÍVIDA HISTÓRICA”. HOMEM BRANCO PAGA MAIS
Você já ouviu falar no termo “dívida histórica”, não? A ideia por trás desse conceito diz que uma população do presente deve pagar pelas injustiças que as populações do passado cometeram. Segundo ela, todos nós estamos inseridos nessa conta. Alguns em dívida, outros em crédito. Como estabelecer um resultado justo? Com ações afirmativas. Cotas, por exemplo. Há décadas elas vêm sendo defendidas por meio desse conceito. Mas e se tudo isso ainda for pouco? Há algo que possa ser feito em outras situações banais, do cotidiano? Como, afinal, um justiceiro social pode organizar seu dia a dia a partir de critérios que equacionem a dívida histórica?
Foi pensando nisso que foi criado o aplicativo Equitable. A ideia é simples: dividir contas de restaurante com base no gênero e nas diferenças salariais raciais das pessoas presentes. Se você é um homem branco e está acompanhado de uma mulher negra, por exemplo, você já deve imaginar as consequências do aplicativo – é melhor preparar o bolso. Equitable fará você pagar mais no fim da história. Se você é uma mulher asiática e está acompanhada de um homem, bingo. Você se deu bem. Ele irá pagar a maior parte por isso. O responsável por isso tudo? O racismo e o patriarcado.
De acordo com o site do aplicativo, “Equitable ajuda a evitar a discriminação enraizada que existe em nossa sociedade. Ele não divide a conta igualmente – divide equitativamente. Você paga o que deve para equilibrar as diferenças salariais”.
O aplicativo usa os dados do Bureau of Labor Statistics para calcular quem deve pagar o que no fim do jantar, garantindo que aqueles com menos privilégios (leia-se: qualquer pessoa não branca que não seja do sexo masculino) pague menos para comer.
A comediante americana Luna Malbroux é o cérebro por trás da ideia, que nasceu como piada e venceu o grande prêmio do 2016 Comedy Hack Day in San Francisco. O aplicativo, no entanto, foi levado a sério e desenvolvido – e você consegue baixá-lo na iTunes Store. Ele só serve pra quem tem iPhone, claro!
9. OS FIEIS CATÓLICOS QUE ESTÃO PROIBIDOS DE REZAR EM VOZ ALTA PARA NÃO OFENDER REFUGIADOS MUÇULMANOS ABRIGADOS NA IGREJA
É uma cidadezinha com pouco mais de vinte mil habitantes. Fica ao noroeste da Itália. Chama-se Ventimiglia. Nos últimos anos, passou a receber em torno de 50 refugiados muçulmanos todos os dias, interessados em atravessar o país para chegar à França, causando uma “situazione insostenibile”, nas palavras do prefeito da cidade. A Caritas, uma organização de caridade católica que se estende por toda Itália, acolhe diversos deles. “Nós já substituímos o altar com duas camas. Acho que essa é a missa mais bonita que esta comunidade pode celebrar nestes dias”, conta o padre Rosario Francolino, de Palermo.
Nas igrejas de Ventimiglia, a situação se repete. O cenário, no entanto, causa um incômodo no mínimo curioso. Como aponta a Agenzia Nazionale Stampa Associata, a principal agência de notícias da Itália, um grupo de paroquianos da Igreja de Santo Antônio, uma das nove paróquias da cidade, se surpreendeu quando voluntários da Caritas lhes disseram que não poderiam recitar o rosário em voz alta. O motivo: não causar incômodo aos imigrantes muçulmanos que estão abrigados ali. A situação atingiu o non sense quando um padre levou para rezar em outro lugar fieis que reclamavam da situação.
A bizarrice politicamente correta não é completamente nova no continente europeu. No final do ano passado, uma igreja evangélica alemã já havia retirado os bancos, o altar e o púlpito, bem como todos os símbolos que remetiam ao cristianismo, para abrigar refugiados muçulmanos sem ofendê-los. A ideia era fazer com que eles se sentissem ainda “mais bem-vindos na nova casa”. A próxima etapa? Alguém pensou em converter cristãos em muçulmanos também? Não seria nada muito absurdo frente ao novo cenário envolvendo os refugiados. Tudo para não os ofender, evidentemente.
10. ESSE ESTUDO QUE PROBLEMATIZA OS PROBLEMAS DE MATEMÁTICA
Ela se chama Anita Bright. É PHD, tem quase 20 anos de carreira e é membro do corpo docente do Departamento de Currículo e Instrução da Portland State University, nos Estados Unidos. Em abril, ela lançou um estudo, no qual problematiza diversos problemas de matemática. Nele, analisa provas sob a ótica dos justiceiros sociais. Curioso pra saber como isso se dá? Saca só. 
“Exemplos de problemas matemáticos relacionados a viagens criam cenários que demandam tempo livre e renda disponível, em geral de uma fonte não identificada, o que novamente representa a experiência da classe média e a retrata como sendo normal. O problema a seguir (Maletsky, E., 2002, p. 77b) é um exemplo típico: ‘Dois estudantes de arte estão visitando Paris. Cada um deles compra uma entrada para o museu por $14. Cada estudante também compra um ingresso para conhecer a Torre Eiffel por $11 e um ingresso para um passeio de barco por $3. Quanto os estudantes gastaram no total? Explique.’ O que pode parecer superficialmente uma visita acessível a Paris é, na verdade, parte de um passeio por uma das cidades mais caras do mundo para turistas (TripAdvisor, 2012). Não há menção às inúmeras despesas adicionais envolvidas nesse problema (como passagem de avião, custo de estadia e refeições). Em vez disso, o problema é apresentado como se estudantes de arte passeando por Paris fosse uma situação perfeitamente natural. Apesar das informações que faltam ao contexto, o problema exige que os alunos pensem sobre gasto de dinheiro, incluindo para atividades que, se outro paradigma estivesse em ação, poderiam ser realizadas de graça – como arte. Além disso, não há nenhuma alusão aos impactos ambientais relacionados ao ato de viajar (viagens aéreas e o “passeio de barco” mencionado no problema).”
E não fica apenas nisso. Quer outro problema apontado pelo estudo?
“Muitos outros participantes também identificaram problemas que, sem fazer menção direta, parecem aludir à raça ou maneiras racializadas de conhecimento e existência. Um exemplo comum é representado em problemas que focam em refeições, como este, que pode ser encontrado no livro Algebra 1 (Larson, 2010), com as seguintes instruções e informações: ‘Você quer planejar um café-da-manhã nutritivo. É necessário que tenha 500 calorias ou mais. Certifique-se de que suas escolhas ofereçam um café-da-manhã razoável (p. 371). Bagel branco – 195; cereal, 1 xícara – 102; suco de maçã, 1 copo – 123; suco de tomate, 1 copo – 41; ovo – 75; leite, 1 xícara – 150.’ Em primeiro lugar, a forma como o problema está colocado sugere que um café-da-manhã consiste de opções, e que o leitor tem escolha entre o que selecionar para a refeição. Apesar disso poder ser a realidade para alguns estudantes, há também muitos outros que recebem refeições gratuitas ou com preço reduzido nas escolas e, por isso, não têm escolha no que é servido. Além do mais, esse café-da-manhã é típico do que é consumido em lares americanos, apesar de, como foi apontado por um participante: ‘As pessoas realmente tomam suco de tomate no café-da-manhã?’ Foi notado que poucas opções parecem ser integrais (com a possível exceção do ovo e talvez do cereal). Em vez disso, a ênfase está em comidas processadas. Além disso, o que é enfatizado no problema não é o conteúdo nutricional, mas as calorias associadas com cada alimento. As instruções, usando as palavras ‘nutritivo’ e ‘razoável’, presumem alguma coletividade, acordos subentendidos do que esses termos devem realmente significar na prática. Finalmente, a inclusão de leite (presume-se que seja leite de vaca) na lista de opções para um café-da-manhã ‘nutritivo’ falha em reconhecer o fato de que a maioria da população do planeta (~60%) é intolerante à lactose (Itan, Jones, Ingram, Swallow, & Thomas, 2010), e são os brancos (pessoas de descendência europeia) que primariamente são capazes de digerir leite. Logo, ao considerar quem os autores tinham em mente quando escreveram esse item, parece que o público-alvo eram crianças brancas de classe média.”
O mundo está ou não ficando completamente insano, afinal?

Fundamentalista? Vem aqui, vamos conversar um pouco






Por Leonardo Siqueira, jornalista
(http://www.criacionismo.com.br/2016/06/fundamentalista-vem-aqui-vamos.html)

Sou um cristão adventista do sétimo dia e vejo com preocupação o rótulo de “fundamentalista” que alguns grupos militantes põem em quase toda forma de manifestação religiosa ou fé que contrarie ou discorde de seus pontos de vista ou princípios. Discordou, é contra, não acha legal? Pronto. Você é não sei o que “fóbico”. Claro, o ódio existe. Ele é real. Sim, os gays são perseguidos, ofendidos, agredidos. Sim, a direita religiosa contribui com esse discurso de ódio. Sim, vivemos numa sociedade machista, numa cultura que sensualiza quase tudo e de forma muito precoce. Vivo num país em que o estupro ainda não foi enfrentado e combatido da forma como devia. Não votei e não apoio Feliciano. Discordo de Bolsonaro. Pela ótica de alguns, pelo fato de ser “religioso”, eu seria um apoiador em potencial da direita e de seus candidatos que professam uma fé cristã ou são, de alguma forma, “conservadores”.
Meus amigos vão me entender e talvez, por isso, este desabafo seja desnecessário. Mas em nome daqueles que acreditam no diálogo, na convivência entre diferentes credos ou não credos (ateísmo também pode ser uma forma de fé), cores e raça – porque todos somos da mesma raça, a humana – e orientação sexual, gostaria de esclarecer:
1. Sou livre para votar em quem quiser. Para acreditar no Deus ou na razão que achar conveniente.
2. Minha fé, que vai além de uma placa de igreja, é apolítica. Voto em quem quiser. Essa mesma fé, baseada na Bíblia, também ensina que o Estado é laico e diz que eu posso fazer a diferença na sociedade em que vivo, e que devo amar não apenas os amigos, mas orar pelos inimigos.
3. Minha fé luta contra a cultura do estupro por meio do projeto Quebrando o Silêncio. Atua em desastres por meio da Adra.
Fundamentalista? Por quê? Por crer numa verdade fundamental?
Pouca gente percebe, mas, pela ótica da análise do discurso (AD), essa palavrinha vem carregada de sentido, o qual geralmente é atribuído a grupos violentos e extremistas, que contrariam os preceitos da fé cristã.
Sobre o massacre em Orlando, a Igreja Adventista do Sétimo Dia deixou a seguinte mensagem, a qual compartilho com você, amigo, cristão ou não. Atenção para as palavras grifadas, que eu quis salientar:
“Veementemente condenamos o ódio que levou a esse massacre. Esse tipo de violência irracional não tem lugar neste país ou no mundo. É assustador que essas vidas tenham sido tragicamente perdidas devido ao ódio. Oramos para que o amor de Deus conforte e console os entes queridos das vítimas, cujas vidas se tornaram um pesadelo.
“Como cristãos, vigorosamente cremos que o ódio de alguém contra o irmão, irmã, amigo ou inimigo não procede de Deus, mas do próprio pai do mal, o diabo. Devemos condenar todas as expressões de ódio, desde à violência verbal à mortal. Todas as mulheres, crianças e homens neste mundo, independentemente se prestam culto, vivem ou amam como nós, são filhos de Deus.
“Somos assegurados de que, no final, o amor vencerá. Sabemos que um dia o ódio e o mal não mais existirão. Até então, seguiremos orando para que as comunidades neste mundo possam viver sem medo.”