sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

A Palavra revelada de Deus

 Revista Adventista
Entenda como a Bíblia foi escrita e o que significa dizer que ela é um livro inspirado
 
Alberto, um jovem cristão, estava se preparando para uma viagem de férias. O amigo, Gustavo, veio buscá-lo e lhe perguntou:
– Já arrumou suas coisas? Está tudo pronto?
– Quase – respondeu Alberto. – Só falta pôr mais umas coisinhas na mala: – completou, enumerando uma lista – um mapa, uma lâmpada, uma bússola, um espelho, uma cesta de comida, alguns livros de poesia, algumas biografias, uma coletânea de cartas antigas, um livro de cânticos, um livro de histórias, um metro, um prumo, um martelo, uma espada, um capacete…
A essa altura, o amigo já estava apavorado:
– Mas, meu amigo, o carro já está cheio, não vai dar para você levar tudo isso!
– Acalme-se. Está tudo aqui! – disse mostrando a Bíblia.
De fato, a Bíblia é a concentração de diversos elementos necessários à vida: esperança, guia, verdade, luz, reflexão, etc. E por isso é um livro tão extraordinário, que dificilmente conseguimos imaginar a história da humanidade sem esse tesouro imensurável. Mas, por que a Bíblia se tornou imprescindível para nós? O que a torna tão especial?
Diferentemente de qualquer outro livro na história da humanidade, a Bíblia passou por um impressionante processo de elaboração. Para começar, como o livro Nisto Cremos afirma, “a singularidade das Escrituras baseia-se em sua origem e fonte”. De fato, os autores bíblicos mencionam com frequência que eles próprios não são os originadores das mensagens que falam ou escrevem. “Eles as recebiam das fontes divinas. Através da revelação divina, eles haviam sido habilitados a ‘ver’ estas verdades” (p. 18). Isso pode ser comprovado em textos bíblicos como estes:
  • “Mas se não quiseres sair, esta é a palavra que me revelou o Senhor” (Jr 38:21, ARA).
  • “Palavra do Senhor que em visão veio a Miqueias…” (Mq 1:1, ARA).
  • “Sim, fizeram o seu coração duro como diamante, para que não ouvissem a lei, nem as palavras que o Senhor dos Exércitos enviara pelo seu Espírito, mediante os profetas que nos precederam…” (Ne 7:12, ARA).
Um dos textos mais esclarecedores a respeito da origem da Bíblia foi escrito pelo apóstolo Paulo, em 2 Timóteo 3:16: “Toda a Escritura é inspirada por Deus…”. A palavra “inspirada” foi traduzida do grego theopneustos, e significa literalmente “proveniente do fôlego de Deus” (Nisto Cremos, p. 19), como se Deus tivesse “soprado” as ideias que formaram a Palavra. Assim, “Deus ‘inspirou a verdade nas mentes dos homens, os quais expressaram estas mesmas verdades em suas próprias palavras, que foram consolidadas nas Escrituras. Portanto, inspiração é o processo através do qual Deus comunica Sua verdade eterna” (ibid.).

Três componentes da inspiração das Escrituras

O apóstolo Pedro também afirma algo fundamental a respeito da inspiração das Escrituras: “Antes de mais nada, saibam que nenhuma profecia da Escritura provém de interpretação pessoal, pois jamais a profecia teve origem na vontade humana, mas homens falaram da parte de Deus, impelidos [movidos] pelo Espírito Santo” (2Pe 1:20-21, NVI).
De acordo com Geisler e Nix, na obra Introdução Bíblica – Como a Bíblia chegou até nós, a partir das palavras de Pedro podemos falar dos três fatores ou componentes da inspiração das Escrituras (p. 12, 13):
  1. Deus é a Causa. O próprio Deus é a Fonte Primordial da inspiração da Bíblia. Foi Ele quem escolheu e estimulou os escritores. Primeiro, falou aos profetas e, a seguir, falou aos seres humanos através desses profetas escolhidos. As verdades reveladas por Deus foram registradas pelos profetas escritores. De modo que o primeiro e mais importante fator fundamental da doutrina da inspiração bíblica é que Deus é a fonte principal e a causa primeira da verdade bíblica.
  1. Os profetas são mediadores. Os profetas que escreveram a Bíblia não eram meros robôs ou autômatos. Eram mais do que apenas secretários que anotaram o que Deus lhes ditava. Eles escreveram de acordo com a consciência que os movia para essa tarefa, mas o fizeram com seus estilos literários e seus vocabulários individuais. A personalidade dos escritores bíblicos não foi violentada por uma intrusão divina. É verdade que a Escritura que eles produziram é a Palavra de Deus, mas também é verdade que nela vemos o ser humano. Afinal, Deus usou a personalidade de cada um dos escritores para comunicar verdades e conceitos divinos.
  1. A Escritura é autoridade. Somos informados que a Escritura é “útil para o ensino, para a correção e para a instrução na justiça, para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra” (2Tm 3:16, 17). Isso sigifica que a Bíblia é a última palavra no que diz respeito a assuntos doutrinários e éticos. Essa autoridade é decorrente da autoridade do próprio Deus, que se expressa na Bíblia através dos escritos proféticos.
Em síntese, a inspiração bíblica consta de três fatores essenciais: (1) Deus, como a Causa, (2) os homens de Deus, como mediadores, e (3)  as Sagradas Escrituras, como o produto final da revelação, a autoridade de Deus registrada pelos homens.

A mensagem da Bíblia

A Bíblia é o livro mais conhecido do mundo. Está nas casas mais simples e nos mais belos palácios; nas pequenas igrejas e nos mais suntuosos templos; nas bibliotecas de cidades do interior e nas mais famosas universidades. Está à disposição de qualquer pessoa. É possível comprá-la por poucos reais, ou pagar uma fortuna por exemplares antigos e raros. Numa boa livraria, você consegue desde as Bíblias mais sofisticadas até as de linguagem mais simples. Se preferir, pode até comprar uma em forma de aplicativo para smartphone, ou mesmo lê-la online.
Entretanto, mais do que sua versatilidade, o que realmente impressiona nela é sua mensagem, a qual, como diz Philip Comfort em sua obra A Origem da Bíblia, lhe confere uma “missão civilizadora”. E qual é a mensagem da Bíblia? Como explica o autor, esse livro revela a história da salvação. “Ao longo de ambos os Testamentos, podem ser distinguidos três elementos comuns nessa história reveladora: Aquele que traz a salvação, o meio de salvação e os herdeiros da salvação” (p. 23). De acordo com a mensagem bíblica, quem traz a salvação é Deus Pai; o meio da salvação é Deus Filho – Jesus Cristo; e os herdeiros da salvação são os seres humanos, impressionados por Deus Espírito Santo.

Poder transformador

É sua mensagem central que atribui poder à Bíblia. Por causa disso, diferentemente de qualquer outra literatura, suas palavras são entesouradas nos corações de multidões. De fato, Philip Comfort tem razão ao afirmar que todos aqueles que recebem seus dons de sabedoria e promessas de nova vida e poder eram, em princípio, estranhos à sua mensagem de redenção, sendo que muitos eram hostis aos seus ensinamentos e exigências espirituais. Em todas as gerações, evidencia-se seu poder de desafiar as pessoas de todas as raças e nações. Aqueles que apreciam a Bíblia – porque sustenta a esperança futura, dá sentido e poder para o presente e correlaciona um passado mal vivido com a graça perdoadora de Deus – não estariam experimentando tais recompensas interiores se as Escrituras não fossem aceitas por eles como a verdade autoritária e divinamente revelada.
Para o crente, a Escritura é a Palavra de Deus dada na forma objetiva das verdades proposicionais por meio de profetas e apóstolos divinamente inspirados, e o Espírito Santo é o doador da fé mediante essa Palavra.

ADOLFO SUÁREZ, pós-doutor em Teologia, é reitor do Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia (SALT)

Pare de se preocupar com o que os outros pensam

Revista Adventista

Karyne Correia

Psicóloga e Mestre em Psicologia. Atua na área clínica, é palestrante e consultora na área de treinamentos, realiza atendimento psicológico online, é coordenadora do Programa Pense Magro, e editora do Blog MulherAdventista.com. Twitter: @karynemlira Blog: www.karynemlira.com Facebook: https://www.facebook.com/KaryneMLiraCorreia



Preocupar-se com o que as pessoas pensam a nosso respeito é uma forma segura de desenvolver, em algum momento da vida, um problema de ordem psicológica. Tudo nessa vida tem limites e, para o nosso bem, a preocupação com o que se passa na mente alheia também deve ter.
Todos, absolutamente todos os pacientes que já atendi tinham algo em comum – se preocupavam com o que as outras pessoas iriam pensar. E eu acredito que a maior parte das pessoas que estão lendo essas palavras agora se identificam com isso também. E, em função do que pensavam que os outros poderiam pensar, eles acabavam por comprometer sua paz, sua felicidade e até mesmo sua saúde.
Pensar sobre o que o outro pensa é uma capacidade que desenvolvemos ainda na infância. A isso chamamos de Teoria da Mente, Leitura Mental, Metacognição, entre outros nomes. Uma pessoa tem essa capacidade desenvolvida se ela é capaz de inferir sobre o que ocorre em sua mente e na dos outros (em termos de pensamento, sentimentos, crenças, etc). E claro, uma vez que o que ocorre na mente do outro não é observável então essas inferências devem ficar no campo da teoria.
No entanto, a ocorrência frequente de pensamentos sobre o que se passa na mente do outro pode gerar muita ansiedade e também estresse nas relações, uma vez que se atribua muita importância a isso. Especialmente porque, normalmente, ao fazermos essas inferências, as tomamos como fatos ao invés de reconhecê-las como teoria. Dessa forma, o pensamento vai além de dúvidas (como “será que ele me acha isso?”, “e se eles pensarem que eu sou aquilo?”, etc), que está geralmente relacionada com transtornos de ansiedade, e admite a forma de conclusões (“eles pensam que eu sou…”, “eles me acham…”, etc) que são muito presentes em casos de problemas na autoestima e depressão.
Esse tipo de pensamento, de se preocupar com o que os outros pensam, pode ocorrer em relação a qualquer área da vida. Algumas pessoas são muito seguras como profissionais, mas sofrem com pensamentos desse tipo nas relações. Outros vivem exatamente o contrário. O fato de alguém ser seguro ou até mesmo bem-sucedido em alguma área da vida, não significa que ele está blindado de sofrer com esse tipo de preocupação.

Leitura mental

A leitura mental, uma vez que deixa de ser entendida como teoria e passa a ser compreendida como fato, é uma distorção cognitiva, uma forma equivocada de ler a realidade, que gera preocupação, sofrimento e dor. Nenhum de nós tem a habilidade de ler o que se passa na mente de outras pessoas. E a menos que as pessoas verbalizem aquilo que elas pensam, não deveríamos empregar tempo em alimentar suspeitas, e nem mesmo chegar a conclusões sobre o que elas possam pensar sobre nós em muitos casos. É claro que uma experiência passada de conflito com alguém, por ter nos interpretado mal nos deixa em estado de alerta contra um segundo possível conflito. Mas se essa preocupação se torna o foco do nosso pensamento e isso nos faz mais mal do que bem.
Algo que não me canso de repetir é que não há nada que possamos fazer para que as pessoas pensem bem a nosso respeito todo tempo. Existem coisas que você fará e agradará dezenas de pessoas. Mas essas mesmas coisas desagradarão outras dezenas de pessoas. As pessoas gostam de nós e não gostam de nós exatamente pelos mesmos motivos. Desejar ser alvo dos melhores pensamentos de cada ser humano com quem entramos em contato é matar-se aos poucos.
Mas e quando as pessoas não apenas pensam mal sobre nós, mas também falam mal de nós. Uma vez que elas verbalizaram o que pensam, não devemos nos preocupar? Eu costumo dizer que só devemos nos preocupar com aquilo com o qual podemos nos ocupar em resolver. É possível resolver algo desse tipo? É possível impedir que alguém saia por aí falando mal sobre nós? A resposta é NÃO.
Se você der motivo, as pessoas falarão. Se você não der, elas falarão também. Quando alguém tem o mau hábito de fazer fofoca, espalhar boatos, ou inventar mentiras a respeito de outras pessoas, não há nada que se possa fazer para impedi-la. Apenas quando ela se arrepender e se converter desse mau hábito é que ela deixará de praticá-lo. Então, preocupar-se com o que as pessoas pensam e dizem não resolve o problema, só gera novos problemas.
A esta altura, algum leitor pode estar se perguntando: mas e a minha reputação? Eu demorei a conseguir responder a essa pergunta. Há dez anos eu ajudo pessoas a se libertarem de diferentes distorções cognitivas, inclusive desta que estou comentando aqui – a leitura mental. Mas quando o paciente me confrontava com realidades como fofoca, calúnia, difamação, eu confesso que esse questionamento sempre vinha a minha mente: e como ficará a sua reputação? Este era o mesmo questionamento que eu me fazia quando eu era o alvo das más línguas também.
Então, Deus me guiou à leitura de um texto, escrito por Ellen White, que mudou a minha vida e por consequência tem mudado a vida de pacientes que eu atendo e que sofrem com situações como as que estou comentando aqui.
“Podemos esperar que circulem relatos falsos a nosso respeito; mas se seguirmos um procedimento reto, se nos mantivermos indiferentes a essas coisas, outros também assim ficarão. Deixemos com Deus o cuidado de nossa reputação. … A calúnia pode arrefecer pela nossa maneira de viver; não arrefece mediante palavras indignadas. Que nossa grande ansiedade seja no sentido de agir no temor de Deus e mostrar por nossa conduta que essas acusações são falsas.” Mente, Caráter e Personalidade, volume 2, página 548.
Eu comento um pouco mais sobre essa questão no vídeo Cristão com má reputação. Aqui quero apenas ressaltar um ponto: nossa preocupação (ou ansiedade) não deve ser sobre quem as pessoas pensam/ou dizem que somos, mas sobre quem realmente nós somos. Você não tem e nunca terá controle sobre o que as outras pessoas pensam sobre você. Mas você pode exercer a cada instante o poder de decisão e com isso cuidar de quem você de fato é.
“Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai”. Filipenses 4:8

A morte não precisa ser o fim

Revista Adventista


Um feriado nacional brasileiro muito esquisito talvez seja um dos que mais possam nos fazer pensar nesta coluna. No Brasil, 2 de novembro é o dia dos mortos. E aqui é o espaço onde buscamos aprender e refletir sobre como escapar dessa condição, a qual, ainda que seja uma das poucas e maiores certezas da vida, ninguém quer saber dela. Ou você quer?
Há poucos dias, tive que ajudar uma mulher muito cristã, tomada pelo câncer, a preparar-se para a morte. Cristina chorou profundamente porque não queria encerrar sua vida neste mundo com apenas 37 anos. Lembrei-me de uma frase que, certa vez, vi escrita na traseira de um caminhão: “Se a morte é um descanso, prefiro viver cansado”. Hilário, mas profundo, esse suspiro revela uma realidade: o ser humano se recusa a acreditar na fatalidade de que – após lutar para descobrir o mundo, aprender lições novas, relacionar-se, ter paixões, procriar, perseguir metas e buscar a felicidade – seja possível que sua tão complexa existência se dissipe como um gás, assim que o coração para.
Talvez seja por isso que “o Brasil foi sempre um terreno fértil para crenças baseadas na [suposta] comunicação com os espíritos e na reencarnação”, pois oito em cada dez brasileiros acreditam que o espírito da pessoa vai para algum lugar após a morte, e 69% creem que os mortos “bons” estão num paraíso, ao lado de Deus.[i] Além do nosso País, nos EUA 51% dos americanos acreditam em espíritos, 27% deles em reencarnação, e nove em dez estão certos de que a alma sobrevive à morte.
Mas, se há tanta crença de que o óbito não é um fim, por que temê-lo tanto? Se as pessoas acreditam que quem morre pode ir ao paraíso, porque se desesperam, não querendo morrer? Milhares creem numa reencarnação, mas preferem não se “desencarnar”. Por quê? Se existe o purgatório, por que não curtir os prazeres do pecado nesta vida, e então deixar pra decidir quando estiver lá? Se a morte faz parte da vida, por que temê-la? É porque as pessoas não têm certeza de que esses mitos sejam verdadeiros, pois não há como prová-los.

Fundamento bíblico

Na realidade, é difícil que qualquer um deles seja verdadeiro, pelas seguintes questões: Se as pessoas que são boas, quando morrem, vão logo pro céu, por que Jesus não foi imediatamente para lá quando morreu? Tente responder biblicamente. Ele reencarnou? Quem foi a reencarnação dEle?
O teólogo Clark Pinnock, defendendo que a Bíblia não ensina que há um inferno eterno, pergunta: “Será que Aquele que disse para amar os nossos inimigos pretende cultivar a vingança sobre Seus próprios inimigos por toda a eternidade?” Se o Céu é um lugar de perfeição, paz e alegria, os que morreram e nos amam ficam de lá contemplando nosso sofrimento? É que a verdade bíblica é muito diferente dessas crendices populares. Busque aprender o que a Palavra de Deus ensina sobre isso.[ii]
Pela Bíblia, sabemos que “nosso Senhor Jesus Cristo é o único que possui imortalidade” (1Timóteo 6:14-16). A primeira mentira do mundo (Gênesis 3:4) foi sobre a imortalidade da alma. E por ter sido proferida pelo autor de todas as mentiras (João 8:44), tornou-se um engano global. É claro que a morte é um intruso em nosso planeta, consequente do pecado que nele existe (Romanos 5:12). Desde sua introdução ao mundo, Deus deixou explicado ao homem como seria o seu desfecho: “porque você é pó, e ao pó voltará” (Gênesis 3:19). Podemos compreender melhor “para onde vamos” quando temos consciência “de onde viemos”. Cristo exemplifica isso. Muito melhor do que ter reencarnado ou se transformado em algo etéreo, Jesus ressuscitou, em carne e osso! Isso é tão diferente das crendices populares que nem mesmo os discípulos acreditavam (Lucas 24:38-43)!

Vitória sobre a morte

A resposta para a morte é a ressurreição, quando então os justos receberão a imortalidade, em corpos recriados e perfeitos. “Não fiquem admirados com isto, pois está chegando a hora em que todos os que estiverem nos túmulos ouvirão a sua voz e sairão; os que fizeram o bem ressuscitarão para a vida, porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna. E os que fizeram o mal ressuscitarão para serem condenados.” Então, “todos os que praticam a iniquidade, nada obstante, serão destruídos para sempre” (João 5:28-29; 3:16; Salmo 92:7). “Felizes os mortos que morrem no Senhor” (Apocalipse 14:13). Para eles, “o morrer é lucro”, pois têm a garantia de um dia “estar com Cristo, o que é muito melhor” (Filipenses 1:21-23).
Meu amigo, a chance de escolher o destino eterno é só nesta vida, e você não sabe quando ela termina. “Pois, que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?” (Marcos 8:36). Acontecerão somente duas ressurreições: uma dos salvos e a outra dos perdidos. A primeira é a ressurreição da glória, a segunda, a da vergonha.
Você quer fazer parte da primeira delas? Você já teve que sepultar alguém muito querido?[iii] Quem é o falecido querido que você quer encontrar no dia da ressurreição? Você quer ter a vida eterna? “Esta é a vida eterna: que conheçam o único Deus verdadeiro e a Jesus Cristo” (João 17:3). Após ungirmos a Cristina, ela descansou sorrindo e em paz, porque durante sua vida ela já havia feito o preparo de ter buscado conhecer a Cristo. Busque, cada vez mais, conhecer a Jesus. Ajude seus queridos a conhecerem este autor da vida (João 10:18), e tudo o que teremos a comemorar serão dias de esperança!

Conheça mais sobre a visão dos adventistas do sétimo dia a respeito do assunto:


Referências:
[i]CARELLI, Gabriela. Vida após a morte. Revista Veja. São Paulo: Editora Abril, 11/05/2005, p. 116-117.
[ii]GONÇALVES, Luís. A verdade sobre a morte. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=qCENnnZKuSI>. Acesso em: 16 nov. 2017.
[iii]BULLÓN, Alejandro. Como enfrentar a perda de um ser querido? Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=ViecXqgZ898>. Acesso em: 16 nov. 2017.

Os filhos de Deus, as filhas dos homens e os gigantes (Gn 6:4)

 
A expressão “filhas dos homens”, em Gênesis 6:2 e 4, é o feminino de “filhos dos homens”, termo que aparece ao longo do Antigo Testamento sempre em referência a seres humanos, sejam eles ímpios ou justos (Gn 11:5; Sl 21:10; 36:7; 90:3; 107:8, 21, 31; 145:12; Pv 8:4; Ec 3:10, 21). No entanto, essas “filhas dos homens” deveriam ser descrentes em Deus, descendentes de Caim (Comentário Bíblico Adventista, v. 1, p. 237, 238), visto que o casamento delas com os “filhos de Deus” é relatado como algo negativo, que contribuiu para a corrupção dos seres humanos e seu consequente aniquilamento pelas águas do dilúvio.

Mas o que dizer da expressão “filhos de Deus”, em Gênesis 6:2 e 4? Antigos comentaristas judeus, além dos chamados pais da igreja e muitos expositores modernos, interpretam esses “filhos” como sendo anjos, comparando-os com os “filhos de Deus”, mencionados em Jó 1:6, 2:1 e 38:7. Esse ponto de vista deve ser rejeitado porque a punição que logo sobreviria era pelos pecados dos seres humanos (ver v. 3) e não dos anjos. Além disso, segundo Mateus 22:30, anjos não se casam (Comentário Bíblico Adventista, v. 1, p. 237, 238).
Assim, uma vez que os “filhos de Deus” se casaram, então essa expressão deve excluir os anjos, mas deve se referir aos homens da linhagem de Sete (Gn 4:25), sendo que, com o nascimento de seu filho Enos, “se começou a invocar o nome do Senhor” (4:26). É interessante ver como Deus considera os que lhe obedecem como seus filhos: “Filhos sois do Senhor, vosso Deus” (Dt 14:1), “Trazei meus filhos de longe e minhas filhas das extremidades da Terra” (Is 43:6), “Não temos nós todos o mesmo Pai? Não nos criou o mesmo Deus?” (Ml 2:10).
Esses descendentes de Sete, que “invocavam o nome do Senhor”, devem ser vistos como os “filhos de Deus”, que acabaram se casando com as “filhas dos homens”, descendentes de Caim, e os seres humanos se tornaram tão corrompidos e violentos que Deus teve que destruí-los no dilúvio.
Quanto aos gigantes (nefilim) que havia na Terra (Gn 6:4), deve-se pensar primeiramente nos gigantes físicos, pessoas de alta estatura, mas também em gigantes intelectuais, como eram as pessoas antediluvianas. Lamentavelmente não foram gigantes espirituais. Como não usaram para o bem seus dotes físicos e mentais, acabaram se tornando gigantes na maldade (6:5), sendo afinal destruídos pelo dilúvio.
As lições que ficam do relato do casamento dos “filhos de Deus” com as “filhas dos homens” são: (1) que o “jugo desigual” é sempre danoso para o casamento e para os filhos que dele resultarem; por isso, ele é condenado pela Bíblia (2Co 6:14, 15); e (2) que a beleza física não é o fator mais importante na escolha do cônjuge. Os “filhos de Deus” viram “que as filhas dos homens eram formosas, tomaram para si [...] as que, entre todas, mais lhes agradaram” (Gn 6:2). Eles não levaram em conta o caráter dessas “filhas dos homens”. E o resultado foi a apostasia deles e de sua descendência.
Essas lições precisam ser aprendidas por todos, especialmente por aqueles que pretendem se casar. A história dos casamentos dos antediluvianos está na Bíblia como um alerta sobre a importância da fé e da piedade como características essenciais nos relacionamentos conjugais.
Ozeas C. Moura (via Revista Adventista)