quinta-feira, 26 de maio de 2016

Por que coisas ruins aconteçam com pessoas boas?



“Professor”, dizia ela, “eu sempre acreditei em Deus. Sempre amei Jesus e acreditava que Ele me amava. Minha mãe sempre orava comigo e pedia a proteção de Deus para mim. Sempre confiei nas orações dela e no Deus que podia todas as coisas.” “Só que, um dia, tudo isso mudou”, ela explicou. “Quando estava no oitavo ano do ensino fundamental, eu e minha amiga fomos abordadas por dois homens quando íamos para o colégio. Eles nos levaram para uma construção abandonada e, ali, mais do que nunca eu esperei por Jesus. Eu clamei por ajuda em oração. Professor, Ele viu meu desespero, mas não fez nada; e eu e minha amiga, aos 13 anos, fomos violentadas. Eu prefiro acreditar que Deus não existe do que imaginar que Ele existe e não fez nada.”
Você pode imaginar a minha dor ao ouvir tudo aquilo, mas não imagina a dor que vi nos olhos daquela garota. Naquele momento, eu respirei fundo sem ter nada para fazer além de abaixar a cabeça e chorar com ela. Em meio às lágrimas e ao silêncio, eu olhei para ela e disse: “Menina, perdoe a Deus. Não que Ele tenha errado, mas perdoe até que Ele volte, abrace você e lhe explique o que agora é inexplicável. Neste mundo, nenhum ser humano poderá lhe dar as respostas que você precisa; mas, um dia… um dia, você entenderá o que hoje parece impossível.”
A verdade é que nem tudo se encaixa na teologia humanizada que criamos. Porém, nossa consciência continua apelando ao nosso coração, dizendo: “Confie! A esperança sempre vencerá!” Deus está ao nosso lado mesmo em meio à dor e ao sofrimento. Ele prometeu estar conosco inclusive no vale da sombra da morte. É verdade que Deus não impede que coisas ruins aconteçam a pessoas boas; mas também é verdade que Ele não nos abandona em nossa dor. Ele é o único que o compreende, que sabe o que você viveu, que acompanhou cada lágrima que você derramou. Ele entende sua dor e o ama incondicionalmente.
O fato de não termos todas as respostas não significa que Ele não seja nosso criador e, muito menos, que não se importe conosco. Um dia, todo sofrimento terá fim. Chegará o tempo em que estaremos plenamente realizados e veremos claramente que Deus é bom e que Sua vontade é a melhor alternativa.
O que fazemos, em geral, com nossa lógica humana, é colocar em Deus a culpa das coisas que dão errado e, assim, tentamos tirá-lo de nossa vida. O mal não domina sobre todas as coisas porque Deus é o oposto do mal e mantém as coisas em equilíbrio até que Ele mesmo coloque um fim à maldade. Quantas pessoas culpam Deus pela fome em algum país da África, apenas para depois descartar o Criador como uma ideia que não deu certo? A culpa da fome e de todas as coisas ruins é de nós mesmos. Somos nós, seres humanos, que tomamos decisões e que escolhemos entre o certo e o errado. Somos nós que destruímos o planeta e os semelhantes. Não Deus! Satanás sempre quis deturpar o caráter de Deus, culpando-O pelo mal. Seu desejo é tirar Deus da vida das pessoas.
Imagine que o ateísmo esteja certo e que Deus não seja criador nem mantenedor da vida. Imagine que tudo isso seja invenção de religiosos que usam a divindade como um apoio; que toda religião não passe de misticismo e superstição. Nesse caso, você teria vindo do nada e de ninguém. Você estaria aqui sem finalidade, e ninguém poderia amá-lo nem ver sua angústia e sua dor. Depois da morte, não haveria mais nada. Sua origem seria o acaso. Não haveria um Deus criador. Jesus não teria vindo à Terra. Deus não seria a fonte da vida nem do amor.
Esta seria uma maneira aterrorizante de viver: uma vida sem propósito e sem esperança. Se você sofre, não haveria ninguém para socorrê-lo. Depois da morte, não haveria ressurreição nem Céu nem nova Terra. Acabou. Game over. Se Deus não existisse, poderíamos levar a vida como quiséssemos, sem culpa e sem responsabilidade moral por nossos atos. Sem Deus na história, cada pessoa poderia fazer o que bem quisesse, pois não existiria uma expectativa de recompensa ou de punição eterna. Não haveria juízo final.
Não permita que isso aconteça. Ao contrário, mais do que nunca, precisamos crer em Deus, em Sua graça, no amor e na redenção disponível em Jesus Cristo.


http://esperanca.com.br/2016/05/04/porque-coisas-ruins-acontecem-com-pessoas-boas/

sábado, 7 de maio de 2016

Jesus sim, mas igreja não


Há uma ironia quando se percebe que as novas gerações estão abertas a conversar e saber sobre Jesus, mas não estão interessadas na Igreja. Aparentemente, igreja e Jesus estão intimamente ligadas, mas o que se percebe hoje é uma separação entre os dois.
Uma coisa é seguir Jesus e os Seus ensinos e outra coisa é estar filiado a uma igreja como organização. As histórias de missionários sempre me inspiraram. Gosto de ouvir as histórias, mas tenho percebido que os missionários não são apenas aqueles que foram enviados para algum país distante, mas somos missionários agora dentro de uma cultura emergente. A revolução digital produziu uma nova geração completamente diferente da anterior.

Vivemos numa cultura pós-cristã. Pastores não são vistos como mocinhos. Como um deles, algumas vezes percebo um olhar diferente quando tenho que dizer a minha profissão. Pastores que exploram os extremos da teologia da prosperidade contribuem para a percepção equivocada do que é ser pastor e também sobre o que é ser igreja.
Diante de todas essas alterações, muitos acreditam que a igreja deve continuar fazendo o que sempre fez e que as novas gerações vão retroceder em sua cultura e voltar a circundar a igreja. A igreja não precisa se adaptar a nada.
Olhando dessa perspectiva, ficaremos cada vez mais isolados em nossa cultura própria e irrelevantes a essa nova geração. As igrejas precisam voltar a enfatizar a sua ênfase missional, existimos para pregar o evangelho de Cristo e a restauração do ser humano com o Senhor.
Penso que as igrejas não devem se limitar a um programa de evangelismo, mas enxergar toda a programação como uma fonte constante de missão. Por serem missionais, as igrejas não conseguem voltar à posição de descanso, estão incomodadas.  A pergunta constante é: o que podemos fazer para alcançar as pessoas da minha comunidade?
Algumas igrejas estão muito ocupadas falando, mas gastando pouco tempo ouvindo as novas gerações, e isso pode ser corrigido a partir do momento que se abre espaço para que jovens ocupem funções de liderança na congregação local. Ele se torna um ponto de contato com as novas gerações.
Uma das questões que confronta as novas gerações é a divergência entre o que os cristãos falam e o que vivem. E daí que surgem pensamentos como: “eu posso ter um relacionamento com Deus sem toda a estrutura artificial que a igreja organizada impõe a mim.”
Há uma parábola contada por Jesus que é um remédio aos que se magoaram por essa contradição, a parábola do joio e do trigo. O inimigo de Deus tentou de tudo para destruir Jesus e não conseguiu. Por isso, a estratégia dele é destruir a Igreja de Deus. Na igreja estão pessoas imperfeitas, entre os líderes inclusive. Infelizmente há pessoas que não pagam, que mentem, enganam, adulteram e trapaceiam. Quando as pessoas são batizadas, existe joio e também trigo. Não sabemos o que é um e o que é outro.
E por que a igreja não expulsamos o joio e ficamos só com o trigo? Porque não podemos nos atrever a dizer quem é trigo e quem é joio. Somente Deus no dia da volta de Jesus fará a separação. Igreja não é museu onde as pessoas estão para serem admiradas, mas igreja é como uma fábrica. Estamos em produção, crescimento e melhora. Há produtos prontos, quase prontos e com defeito. Se os olhos ficarem nas pessoas, haverá desânimo. Mas isso também serve para que os cristãos busquem no Senhor e façam a sua parte para ter uma vida compatível com o evangelho.
Fico triste em saber que os cristãos, muitas vezes, acabam sendo conhecidos pelas coisas contra as quais lutam e não pelas coisas que defendem. Deveríamos ser conhecidos como igrejas que amam mais do que qualquer coisa, isso é a essência da lei. Deveríamos ser conhecidos por ser seguidores de Jesus, servindo a Ele, uns aos outros e a comunidade. Deveríamos ser conhecidos por ajudar aos necessitados, ajudar aos marginalizados e por ser e fazer a diferença onde estamos.
Cristianismo sem igreja, com o tempo, morre. Jesus fundou a igreja e é importante conservar doutrinas e modernizar as abordagens. Abandonar o eu e permitir que a luz de Jesus seja o diferencial é o começo desse caminho.
O conselho bíblico se aplica também: Crede no Senhor vosso Deus e estareis seguros… 2 Crônicas 20:20.

Pr. Rafael Rossi.
http://noticias.adventistas.org/pt/coluna/rafael-rossi/jesus-sim-mas-igreja-nao/