sexta-feira, 30 de junho de 2017

A última geração

Descubra por que Deus não depende da perfeição dos cristãos para vindicar o próprio caráter no juízo
A cruz, onde “a justiça e a paz se beijaram”, silencia todas as acusações contra Deus. Créditos: Lightstock


A “teologia da última geração” é uma influente interpretação que envolve conceitos escatológicos e de santificação. De acordo com M. L. Andreasen, um dos nomes mais importantes dessa corrente, a justificação do próprio Deus diante das acusações de Satanás é o assunto de maior relevância no Universo, e isso acontecerá por meio da demonstração de fidelidade da última geração.
Segundo Andreasen, o grande conflito “decidir-se-á na vida do povo de Deus. Este em nós confia como confiou em Jó” (O Ritual do Santuário, p. 258). Em suma, após Jesus terminar sua obra de intercessão no santuário, a última geração de santos vai provar que é possível obedecer à lei de Deus, refutando as alegações contrárias de Satanás.
Essa teoria baseia-se principalmente em textos de Ellen White e tem profundos desdobramentos na teologia e na prática adventista. Ela apresenta pontos positivos, como a exaltação da lei divina e o incentivo à santificação. No entanto, há alguns pontos que apresentam dificuldades e merecem reflexão.

Critérios

Um dos problemas dessa teoria é: qual seria o critério para essa demonstração de fidelidade? Quantas demonstrações são necessárias? Uma pessoa seria suficiente? E quem estabeleceu esse critério? Não fica claro, nessa teoria, se há uma quantidade mínima requerida de pessoas perfeitas.
Segundo Andreasen, Deus teria que apresentar “um homem que tenha guardado a lei, e sua causa está ganha. Na ausência de tal caso, Deus perde e Satanás ganha. O resultado depende, portanto, de um ou mais seres que guardem os mandamentos divinos” (O Ritual do Santuário, p. 255). Logo após estabelecer esse critério mínimo, o autor passa a apresentar a última geração como a definitiva resposta de Deus. Por sua vez, Herbert Douglass fala que é preciso “uma parcela significativa” do povo remanescente (The End, p. 73). Não é fácil descobrir a origem bíblica de tais critérios, que parecem ter sido arbitrariamente estabelecidos.

Vindicação de Cristo

Em lugar de uma última geração de santos, Ellen White identifica várias vezes Cristo como aquele que vindicou o caráter e a lei de Deus. Segundo ela, “por sua vida e morte, provou Cristo que a justiça divina não destrói a misericórdia, mas que o pecado pode ser perdoado, e que a lei é justa, sendo possível obedecer-lhe perfeitamente. As acusações de Satanás foram refutadas” (O Desejado de Todas as Nações, p. 540, 541).
Jesus veio patentear o engano satânico, dar exemplo de obediência e provar ser possível obedecer à lei de Deus. “Por meio da obra redentora de Cristo, o governo de Deus fica justificado. […] As acusações de Satanás são refutadas, e revelado seu caráter” (O Desejado de Todas as Nações, p. 12-14).
Cristo veio à Terra para “considerar a lei de Deus como devia ser considerada” e “reivindicar o caráter de Deus perante o Universo” (Patriarcas e Profetas, p. 68). A morte de Cristo provou que o governo de Deus não tem mácula nenhuma. “A acusação de Satanás em relação aos conflitantes atributos de justiça e misericórdia foi para sempre resolvida de uma vez por todas” (Manuscrito 128, 1897).
Diante disso, qual seria a necessidade de se enfatizar a existência de uma última geração perfeita e obediente para refutar o que já foi refutado e provar o que já foi provado? Jesus é a grande demonstração de obediência. Ele já provou que Satanás está errado em suas acusações.
Deus também é vindicado e honrado através de seu povo, mas a fidelidade da igreja é um argumento a mais, e não o único ou o mais importante. A perfeição de seu povo é (já no presente) o “suplemento de sua glória, sendo ele mesmo o grande centro” (O Desejado de Todas as Nações, p. 482).
Deus não é refém da igreja, nem dependente dela. No término da missão, anjos desempenharão um grande papel (Eventos Finais, p. 207). No fim, Deus será vindicado por sua própria iniciativa. Ele mesmo vai “intervir e reivindicar sua honra” (Testemunhos Para a Igreja, v. 5, p. 208).
Alguns autores ensinam que a cruz não teria respondido todas as perguntas do Universo a respeito da lei de Deus. Mas Ellen White apresenta a vida e a morte de Cristo como “o argumento convincente e eterno” (Manuscrito 58, 1897), o “inexplicável argumento” (The Review and Herald, 23 de maio de 1899), removendo “cada uma das alegações” e “cada argumento que Satanás pudesse levantar” sobre a lei (Signs of the times, 21 de maio de 1912, p. 11). Quaisquer questões que permaneçam sem resposta após a cruz serão de natureza suplementar e não essencial para a vindicação de Deus.
O sacrifício de Cristo é o grande argumento divino, e não o comportamento da última geração. É através do sangue derramado que Deus é considerado “justo e justificador” (Rm 3:25, 26). De acordo com Romanos 3:21-26, a justiça de Deus já se manifestou e foi demonstrada em Cristo.

Demonstrações de outras pessoas

Ellen White também apresenta Enoque como uma evidência já fornecida de que a lei pode ser obedecida. Ele foi escolhido para mostrar ao mundo que é possível para uma pessoa guardar toda a lei de Deus e demonstrar ao Universo “a falsidade das acusações de Satanás de que seres humanos não podem guardar a lei de Deus” (Cristo Triunfante, p. 51). Segundo ela, Enoque e Elias são representantes “nobres e santos”, “imaculados” e de “caráter perfeitamente justo” (No Deserto da Tentação, p. 31, 32).
Além deles, em cada geração desde Adão há aqueles poucos que têm resistido aos artifícios de Satanás e permanecido como nobres representantes de vida santa (ibid., p. 31). Com o acúmulo do número desses poucos de cada geração, Deus já possui um rol significativo de pessoas que demonstraram a falsidade da acusação de Satanás. Dessa forma, tanto o critério do “um homem” quanto o do “um ou mais seres” já foram preenchidos, e a última geração faria uma demonstração repetitiva.

Ênfases diferentes

Apesar de todas as demonstrações de fidelidade já fornecidas, Herbert Douglass escreveu que na última geração, “pela primeira vez na história do mundo, Deus será capaz de dizer sem medo de ser envergonhado: ‘Dê uma boa olhada nas pessoas que guardam minha lei’” (The Unique Contribution of Adventist Eschatology, p. 25).
Essa utilização de superlativos para descrever a última geração revela uma perspectiva distorcida. No livro O Ritual do Santuário, Andreasen afirma que a última geração será a “maior demonstração” de obediência (p. 251), a “manifestação suprema” (p. 255), a “demonstração mais vasta e concludente de todas as épocas” (p. 244). Ele dedica inúmeros adjetivos para descrever a última geração e apenas uma vez afirma que a demonstração de Cristo foi superior.
Obscurecer os temas teológicos centrais e supervalorizar temas periféricos leva a distorções e ênfases não encontradas nos escritos inspirados originais. O pesquisador dos escritos de Ellen White deve manter os temas na perspectiva correta.

Várias acusações de Satanás

Segundo a teoria aqui analisada, a última geração eliminará qualquer acusação que Satanás tenha apresentado contra Deus. O problema é que existem várias acusações de Satanás que não podem ser respondidas apenas pelo comportamento impecável da última geração. São acusações a respeito da lei e do caráter de Deus que exigem uma resposta mais incisiva e irrefutável: a vida e morte de Cristo (O Desejado de Todas as Nações, p. 22, 32, 539-541; O Grande Conflito, p. 618).
Jesus é a resposta a todas as acusações de Satanás. No juízo, a vida de Cristo “será um argumento irrefutável em favor da lei de Deus […] vindicando a justiça de Deus” (Nos Lugares Celestiais, p. 38). Assim, a alegação de que a última geração “eliminará qualquer acusação de Satanás” torna-se fortemente questionável.

Inversão de papéis

Em última instância, em vez de uma igreja aguardando a manifestação poderosa de Deus, a “teologia da última geração” apresenta Deus esperando pela impressionante manifestação de humanos perfeitos. O resultado é a superênfase na última geração como figura central da vindicação universal de Deus, em detrimento de Cristo.
É preciso muito cuidado para, ao apresentar Deus sendo “julgado”, não descrevê-lo como alguém vitimizado, que tem a obrigação de prestar contas de seus atos. Quem poderia questionar a Deus ou repreendê-lo? (Jó 40:2; Is 45:9-11; Dn 4:35). Quem poderia anular o juízo do Senhor? (Jó 40:8). Seus juízos são insondáveis, e ele jamais precisou de conselheiros (Rm 11:33, 34). Não há ninguém a quem Deus precise prestar contas.
Literal e juridicamente falando, ninguém julga Deus; ele é quem julga todos. É claro o ensino bíblico a respeito da soberania do Juiz (Jó 9:3, 4,14, 15). Qualquer explicação dada por Deus às suas criaturas será por sua misericórdia. Deus é “julgado” metaforicamente, nas mentes das criaturas inteligentes. Ele não é arrastado a um tribunal para ouvir uma sentença baseada em uma norma superior à dele, mas voluntariamente permite a avaliação universal de seu governo e caráter. O gentil convite para “arrazoarmos” com ele (Is 1:18) é fruto de sua bondade, não uma obrigação legal inevitável.
No Apocalipse, as declarações de reconhecimento da justiça de Deus feitas por remidos ou por anjos são motivadas pelas obras e pelo caráter do próprio Deus, e não da última geração (Ap 15:3, 4; 16:5-7; 19:1, 2). Após o milênio, é diante da recordação do sacrifício de Cristo e seus resultados universais que o próprio “Satanás se curva e confessa a justiça de sua sentença” (O Grande Conflito, p. 670, 671).
Há uma clara relação entre a humilhação de Cristo e a vindicação divina perante o Universo (Fp 2:5-11). Na história da redenção, Jesus é o princípio e o fim (Ap 1:8; 21:6; 22:13). A cruz tem que estar no centro e ser o fundamento de qualquer ensino sobre o juízo, e nela o cristão deve se gloriar (Gl 6:14). Ela silencia todas as acusações contra Deus; nela, a “benignidade e a fidelidade se encontraram; a justiça e a paz se beijaram” (Sl 85:10). O Senhor vindicou a si mesmo. E, como diz Apocalipse 1:6, “a ele a glória e o domínio, pelos séculos dos séculos”.

ISAAC MALHEIROS, mestre em Teologia, é pastor no IACS, em Taquara (RS)

(texto publicado originalmente na edição de novembro de 2015 da Revista Adventista)

http://www.revistaadventista.com.br/blog/2017/06/13/a-ultima-geracao/
 

quinta-feira, 29 de junho de 2017

(Quase) tudo o que Ellen White disse sobre a natureza humana de Cristo


O assunto da natureza humana de Cristo representa uma das principais discussões teológicas no meio adventista desde a década de 1950. Cristo era semelhante a Adão antes da Queda (posição pré-lapsariana)? Ou semelhante a Adão depois da Queda (posição pós-lapsariana)? Além disso, Cristo tinha ou não propensões (tendências) para o pecado? Essas questões possuem a maior relevância teológica e prática, mas abordá-las vai além dos objetivos deste texto. Um dos estudos mais importantes sobre o tema é o livro de Woodrow W. Whidden, Ellen White e a Humanidade de Cristo (CPB, 2003). No apêndice B, “O que diz Ellen White sobre a humanidade de Cristo” (p. 139-198), Whidden busca reunir TODOS os textos escritos pela autora a respeito do assunto, incluindo todas as declarações usadas pelos defensores de ambas as posições. Há vários anos, quando li esse livro como requisito da faculdade de Teologia, tentei sistematizar o conteúdo do apêndice. Compilei todas as declarações significativas de Ellen White sobre a natureza humana de Cristo em quatro tópicos: (1) Sua natureza humana era sem pecado; (2) não tinha propensões para o pecado; (3) assumiu uma natureza humana caída e (4) conhecia as paixões humanas.

1 – SUA NATUREZA HUMANA ERA SEM PECADO

“[Contraste com] condição pecaminosa e caída [do homem]” (Review and Herald, 17 de dezembro de 1872); “natureza humana […] completo, perfeito, imaculado” (Review and Herald, 28 de janeiro de 1882); “[natureza] superior à do homem caído” (Signs of the Times, 4 de agosto de 1887); “Sua natureza santa” (Review and Herald, 8 de novembro de 1887); “Sua natureza era mais elevada, pura e santa” (Review and Herald, 11 de setembro de 1888); “Sua natureza finita era pura e sem mancha” (Manuscrito 57, 1890); “natureza […] não corrompida” (Manuscrito 57, 1890); “sem pecado e elevado por natureza” (Signs of the Times, 20 de fevereiro de 1893); “natureza […] sem pecado” (Youth’s Instructor, 16 de agosto de 1894); “humanidade […] chamada de ‘o ente santo’” (Signs of the Times, 16 de janeiro de 1896); “Sua natureza espiritual era isenta de toda mancha de pecado” (Manuscrito 42, 1897; Signs of the Times, 9 de dezembro de 1897); “inexistência de pecaminosidade na natureza humana de Cristo” (Manuscrito 143, 1897); “perfeita ausência de pecado na natureza humana de Cristo” (Signs of the Times, 9 de junho de 1898); “em Sua natureza era vista a perfeição da humanidade” (Signs of the Times, 16 de junho de 1898); “espécime perfeito de humanidade sem pecado” (Manuscrito 44, 1898); “Sua própria natureza sem pecado” (Manuscrito 166, 1898); “[contraste com] humanidade degradada [e] seres caídos” (Manuscrito 165, 1899); “Sua própria natureza sem pecado” (Review and Herald, 17 de julho de 1900); “a mesma natureza sobre a qual, no Éden, Satanás obteve vitória” (Youth’s Instructor, 25 de abril de 1901); “não [possuía] a pecaminosidade do homem” (Signs of the Times, 29 de maio de 1901); “Sua natureza sem pecado” (Carta 67, 1902); “não havia nEle […] pecaminosidade” (Signs of the Times, 30 de julho de 1902).

2 – NÃO TINHA PROPENSÕES PARA O PECADO

“…não em possuir idênticas paixões” (Testemunhos Para a Igreja, v. 2, p. 201-202); “não possuindo as paixões [da humanidade]” (Testemunhos Para a Igreja, v. 2, p. 508-509); “[nenhum] sentimento respondeu à tentação” (Testemunhos Para a Igreja, v. 5, p. 422); “não tinha as paixões da nossa natureza humana caída” (Review and Herald, 19 de maio de 1885); “não tinha as paixões da nossa natureza humana caída” (Review and Herald, 17 de agosto de 1886); “sua posteridade [de Adão] nasceu com inerentes propensões à desobediência. Mas Jesus Cristo foi o unigênito Filho de Deus. […] Nem por um só momento houve nEle qualquer má propensão” (Carta 8, 1895); “não […] com propensões para o pecado” (Carta 8, 1895); “nem por um momento […] uma má propensão” (Carta 8, 1895); “[nenhuma] inclinação para a corrupção” (Carta 8, 1895); “nenhuma chance […] como resposta às […] tentações” (Carta 8, 1895); “nada […] que encorajasse seus [de Satanás] avanços” (Carta 8, 1895); “nada nAquele que assim respondeu a seus [de Satanás] sofismas” (Signs of the Times, 10 de maio de 1899); “sentimentos contrários a todas as paixões” (Signs of the Times, 10 de maio de 1899); “não […] as mesmas propensões pecaminosas e corruptas” (Manuscrito 57, 1890); “constante inclinação para o bem” (Youth’s Instructor, 8 de setembro de 1898).

3 – ASSUMIU UMA NATUREZA HUMANA CAÍDA

“…natureza decaída do homem” (Spiritual Gifts, v. 1, p. 25); “natureza do homem decaído” (Primeiros Escritos, p. 152); “natureza do homem caído” (Spiritual Gifts, v. 4a, p. 115; Review and Herald, 31 de dezembro de 1872; Review and Herald, 24 de fevereiro de 1874; Spirit of Prophecy, v. 2, p. 39); “homem caído […] onde se achava” (Review and Herald, 28 de julho de 1874; Spirit of Prophecy, v. 2, p. 88); “natureza sofredora e pesarosa” (Spirit of Prophecy, v. 3, p. 261); “assumiu sua [dos homens] natureza caída” (Signs of the Times, 23 de setembro de 1889); “nossa natureza caída, mas não corrompida” (Manuscrito 57, 1890); “nossa natureza pecaminosa” (Review and Herald, 15 de dezembro de 1896; Carta 67, 1902; Signs of the Times, 30 de julho de 1902; Review and Herald, 22 de agosto de 1907); “nossa natureza em sua condição deteriorada” (Manuscrito 143, 1897); “natureza do homem em sua condição caída” (Manuscrito 143, 1897); “nossa natureza em seu estado deteriorado” (Signs of the Times, 9 de junho de 1898); “natureza humana em seu estado decaído” (Signs of the Times, 9 de junho de 1898); “natureza ofensora do homem” (Manuscrito 166, 1898); “[tomou] sobre Si nossa natureza caída” (O Desejado de Todas as Nações, p. 112); “natureza ofensora do homem” (Review and Herald, 17 de julho de 1900); “natureza caída e sofredora, degradada e maculada pelo pecado” (Youth’s Instructor, 20 de dezembro de 1900); “natureza de Adão, o transgressor” (Manuscrito 141, 1901); “nível da humanidade decaída” (General Conference Bulletin, 23 de abril de 1901).

4 – CONHECIA AS PAIXÕES HUMANAS

“[Tinha] fraquezas do homem caído” (Review and Herald, 28 de julho de 1874); “sabe quão fortes são as inclinações do coração natural” (Testemunhos Para a Igreja, v. 5, p. 177); “[conhecia] todo o vigor da paixão da humanidade” (Carta 27, 1892; Manuscrito 73; Signs of the Times, 21 de novembro de 1892); “[crianças com] paixões como as dEle mesmo” (Signs of the Times, 9 de abril de 1896)
O que podemos entender a partir dessas declarações aparentemente contraditórias sobre o assunto? Woodrow Whidden assim conclui seu estudo: “Sugiro, com veemência, que coloquemos de lado as expressões mais tradicionais como pré-Queda e pós-Queda nessa importante busca pela clareza doutrinária. Elas são simplesmente inadequadas para expressar a riqueza do entendimento de Ellen White acerca da humanidade de Cristo. Quando se tratava de Cristo como Aquele totalmente sem pecado, o substituto sacrificial, ela era PRÉ-QUEDA. Mas, ao escrever sobre Sua capacidade de resistir em momentos de tentação, ela enfatizou Sua identidade e falou amplamente em termos de PÓS-QUEDA. Um equilíbrio cuidadoso dos termos SINGULARIDADE e IDENTIDADE parece refletir de modo mais preciso as tensões profundamente ricas envolvidas neste tema difícil” (Woodrow W. Whidden, Ellen White e a Humanidade de Cristo [CPB, 2003], p. 100-101). Essa compreensão é defendida também na recente Enciclopédia de Ellen G. White (CPB, a ser publicada), artigo “Humanidade de Cristo” (p. 692-696).

O importante livro Nisto Cremos explica: “A humanidade de Cristo não foi a humanidade de Adão, ou seja, a humanidade do pai da raça antes da Queda; tampouco foi a humanidade decaída, isto é, em todos os aspectos a humanidade de Adão após a Queda. Não era a humanidade adâmica em virtude de possuir as inocentes fraquezas dos caídos [isto é, “fome, dor, tristeza, etc.”; p. 75]. Não era a natureza caída porque Ele jamais caiu em impureza moral. Sua natureza era, portanto, mais apropriadamente a nossa humanidade, porém sem pecado” (Nisto Cremos: As 28 Crenças Fundamentais da Igreja Adventista do Sétimo Dia [CPB, 2008], p. 62; veja também p. 59-66).

(Matheus Cardoso)

https://michelsonborges.wordpress.com/2017/06/22/quase-tudo-o-que-ellen-white-disse-sobre-a-natureza-humana-de-cristo/

segunda-feira, 26 de junho de 2017

O selo de Deus é o sábado ou o Espírito Santo?


Algumas pessoas tem dificuldade de harmonizar a função do Espírito Santo e o papel do sábado no selamento final do povo remanescente de Deus. Não resta dúvida de que a habitação do Espírito Santo na vida do crente é a maior evidência de que este se encontra em estado de salvação (ver Romanos 8:1-17; Gálatas 5:16-26). Por esse motivo, o apóstolo Paulo se referiu ao Espírito Santo como “penhor” (2 Coríntios 1:21-22) e “selo” (Efésios 1:13; 4:30) da salvação. Ellen G. White acrescenta que “a todos os que aceitam a Cristo como um Salvador pessoal, o Espírito Santo vem como consolador, santificador, guia e testemunha” (Atos dos Apóstolos, p. 49).

Além disso, o Espírito Santo é também o agente selador e capacitador dos crentes para o cumprimento da missão evangélica. Comentando os derradeiros momentos antes da ascensão de Cristo, Ellen G. White diz que “a visível presença de Cristo estava prestes a ser retirada dos discípulos, mas uma nova dotação de poder lhes pertencia. O Espírito Santo ser-lhes-ia dado em Sua plenitude, selando-os para a sua obra” (Atos dos Apóstolos, p. 30). Em relação ao Pentecostes, a mesma autora afirma que “os que creram em Cristo foram selados pelo Espírito Santo” (Comentário Bíblico Adventista, vol. 6, p. 1055).

O processo de restauração das verdades bíblicas pelos pioneiros adventistas do sétimo dia também foi selado, ou seja, aprovado pelo Espírito Santo. “Muito bem sabemos nós como foi estabelecido cada ponto da verdade, e sobre ele posto o selo pelo Espírito Santo de Deus” (Mensagens Escolhidas, vol. 2, pp. 103-104). Descrevendo sua participação em algumas reuniões em South Lancaster, Massachusetts, na década de 1880, Ellen G. White menciona que “o Senhor ouviu nossas súplicas, e Seu Espírito colocou o Seu selo à nossa obra” (Review and Herald, 15 de janeiro de 1884, p. 33). Ainda hoje, Deus “deseja que Sua obra seja levada avante com proficiência e exatidão, de modo que possa pôr sobre ela o selo de Sua aprovação” (Atos dos Apóstolos, p. 96).

Mas a função seladora do Espírito Santo no plano da salvação não conspira contra a identificação do sábado como “o selo do Deus vivo” (Apocalipse 7:2; 9:4) no desfecho da grande controvérsia entre a verdade e o erro (ver Apocalipse 12:17; 14:9-12). Em realidade, o Espírito Santo é concedido aos que obedecem a Deus (Atos 5:32) e, por essa razão, Ele é chamado por Cristo de “o Espírito da verdade” (João 14:17; 15:26; 16:13). Sua obra é conduzir os seguidores de Cristo “a toda a verdade” (João 16:13), da qual faz parte o quarto mandamento do decálogo, que ordena a observância do sábado (Êxodo 20:8-11; conforme Salmos 119:142).

Ellen G. White afirma que “o sábado foi inserido no decálogo como o selo do Deus vivo, identificando o Legislador, e tornando conhecido o Seu direito de governar. Era o sinal entre Deus e Seu povo, um teste de sua obediência a Ele. Moisés foi ordenado a lhes dizer da parte do Senhor: ‘Certamente, guardareis os Meus sábados; pois é sinal entre Mim e vós nas vossas gerações; para que saibais que Eu sou o Senhor, que vos santifica’ [Êxodo 31:13]. E quando alguns do povo saíram no sábado a recolher o maná, o Senhor indagou: ‘Até quando recusareis guardar os Meus mandamentos e as Minhas leis?’ [Êxodo 16:28]” (Sings of the Times, 13 de maio de 1886, p. 273).

“A obra do Espírito Santo é convencer o mundo do pecado, da justiça e do juízo. O mundo só será advertido ao ver os que creem na verdade sendo santificados pela verdade, agindo por princípios altos e santos, demonstrando em sentido alto e elevado a linha divisória entre aqueles que guardam os mandamentos de Deus e aqueles que os pisoteiam a pés. A santificação do Espírito demarca a diferença entre aqueles que tem o selo de Deus e aqueles que guardam um dia de repouso espúrio” (Comentário Bíblico Adventista, vol. 7, p. 980).

Portanto, a habitação santificadora do Espírito Santo na vida é o selo da salvação do crente, que permanece nele enquanto este permitir que o Espírito Santo o conduza “a toda a verdade” (João 16:13). No conflito final entre a verdade e o erro, a humanidade acabará se polarizando entre os que observam o sábado bíblico instituído por Deus e os que veneram o domingo de origem pagã. Nesse contexto, o sábado assumirá a função de sinal escatológico de lealdade incondicional a Deus.


Alberto Timm (via Centro White)

Conheça os 15 acontecimentos que marcarão o Fim dos Tempos

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Algo que fascina e intriga qualquer estudante da Bíblia são as profecias, principalmente aquelas que ainda estão por se cumprir. Como adventistas, temos uma visão muito ampla dos acontecimentos finais da história. Tão ampla que, às vezes, nos perdemos em meio ao grande volume de informações. Para não se confundir, você encontra a seguir uma visão panorâmica dos eventos que antecederão a segunda vinda de Cristo. A sequência não é rígida, mas procura seguir a ordem mais lógica e natural dos acontecimentos mencionados na Bíblia e nos escritos de Ellen White. Momentos difíceis nos aguardam no futuro, mas a felicidade de estar com Jesus compensará tudo.

1. REAVIVAMENTO E REFORMA
Significa a completa mudança de mentalidade, hábitos e práticas entre o povo de Deus. Requisito para a chuva serôdia, só ocorrerá por meio de verdadeira conversão (Jl 2:12; 13, 23, 28, 29). 

2. CHUVA SERÔDIA
Concessão especial do poder do Espírito Santo, é semelhante à experiência do Pentecostes (Jl 2:23, 28-31; At 2) e indispensável para a conclusão da missão. Requer profunda consagração (Jl 2:12, 13, 15-17).

3. ALTO CLAMOR
Como resultado da chuva serôdia, a igreja desperta e se envolve intensamente na pregação global do evangelho eterno (Ap 14:6-12; 18:1), dando oportunidade para cada ser humano decidir sobre a própria salvação (Mt 24:14; Mc 16:15).

4. SACUDIDURA
A mornidão espiritual, as falsas doutrinas, a crise final e a perseguição gerada pelo decreto dominical vão "peneirar" o povo de Deus. O "trigo" permanece na igreja enquanto o "joio" sai dela e se une aos perseguidores (Am 9:9; Mt 13:24-30).

5. SELAMENTO
Conduzido pelo Espírito Santo, esse processo se inicia na conversão e termina com a morte do crente ou o fim do juízo pré-advento (Ef 1:13; 4:30). O selo invisível, que prepara a pessoa para o tempo da angústia (Ap 7:2 3), confirma que ela pertence a Deus e é fiel à Sua lei (Is 8:16; Ez 20:20).

6. DECRETO DOMINICAL E PERSEGUIÇÃO
A união do poder religioso (papado) com o político (Estados Unidos) resultará na imposição por lei da guarda do domingo (Ap 13). Os guardadores da lei de Deus serão perseguidos e terão que fugir das grandes cidades.

7. ENGANOS SATÂNICOS
O inimigo concentrará seus maiores esforços nos últimos dias, usando principalmente o espiritismo e o protestantismo desvirtuado. Porém, o clímax do engano ocorrerá no tempo de angústia, quando ele imitará os milagres e o retorno de Cristo (2Co 11:14; Mt 24:23-27).

8. TEMPO DE ANGÚSTIA PRÉVIO
Breve período, possivelmente entre o decreto dominical e o fechamento da porta da graça, quando tribulações deixarão o mundo perplexo (Lc 21:25, 26; Ellen G. White - Primeiros Escritos, p. 85, 86).

9. FIM DO TEMPO DA GRAÇA
Quando Cristo concluir o juízo pré-advento no Céu, os salvos terão sido selados na Terra e o destino eterno de cada ser humano estará definido (Ap 22:11). O Espírito Santo deixará de atuar no coração dos ímpios e começará o tempo de angústia e o derramamento das pragas.

10. TEMPO DE ANGÚSTIA E AS SETE PRAGAS
Depois de terminada a intercessão no Céu (Ap 15:5-8), haverá um período de aflição sem precedentes (Dn 12:1), em que os anjos não mais conterão a fúria dos homens, da natureza e do mal (Ap 7:1-3). As sete pragas castigarão apenas os ímpios. Com exceção, talvez, da sexta e sétima pragas, esses flagelos não terão alcance global (Ap 16).

11. DECRETO DE MORTE
Os ímpios culparão o povo de Deus pelas pragas. Os fiéis serão perseguidos com o apoio de um decreto de morte promulgado pela coalizão entre as duas bestas de Apocalipse 13.

12. ANGÚSTIA DE JACÓ
Com a perseguição batendo à porta, o povo de Deus passará por um breve período de intensa angústia, assim como Jacó (Gn 32:22-32; Jr 30:7). Eles clamarão pela certeza do perdão dos pecados e por livramento da perseguição. Deus estará com eles.

13. ARMAGEDOM
É a última batalha entre o bem e o mal, que incluirá aspectos políticos, militares e religiosos. Terá alcance global e ocorrerá entre a sexta e a sétima pragas (Ap 16:12-16). Cristo e seu povo triunfarão (Ap 19:11-21).

14. LIVRAMENTO
A sétima praga inclui relâmpagos, trovões, um terremoto gigantesco, chuva de granizo e outros fenômenos cataclísmicos (Ap 16:17-21). Colocará fim à perseguição e culminará com o juízo de Deus contra a Babilônia mística e a ressurreição especial dos que precisam testemunhar a volta de Cristo (Dn 12:2; Ap 1:7).

15. SEGUNDA VINDA DE CRISTO
Ela será visível, audível e gloriosa. Jesus virá numa nuvem branca acompanhado de todos os seus anjos (Mt 24:30; Ap 1:7) para ressuscitar os justos mortos, transformar os justos vivos (1Co 15:51, 52), fulminar os ímpios (2Ts 2:8) e levar os salvos para o Céu (1Ts 4:16, 17). Lá eles passarão mil anos (Ap 20:4), e retornarão com Cristo à Terra para testemunhar a destruição de pecado e pecadores (Ap 20:5; 7-15) e a restauração do planeta, no qual irão morar eternamente (Ap 21:1-4).


Fontes: O Grande Conflito e Eventos Finais, de Ellen G. White; e Preparação para a Crise Final (CPB, 2011), de Fernando Chaij - Edição do texto: Eduardo Rueda (via Revista Adventista)

A mulher rixosa

https://megaphoneadv.blogspot.com.br/2017/06/a-mulher-rixosa.html



A Bíblia fala sobre um tipo específico de mulher, que merece nossa atenção: a mulher rixosa. Como essa não é uma palavra muito comum, temos de entender exatamente o que significa. Segundo o dicionário, “rixosa” é uma pessoa “que promove contenda”. Ou seja, uma mulher briguenta, que causa discórdia ou desavença, que com enorme frequência está de mau humor. Ela é irritadiça, explode por qualquer coisa, descarrega suas tensões e frustrações em cima dos outros, ira-se num piscar de olhos, tem sempre uma boa desculpa para despejar sua cabeça quente e falta de mansidão sobre os demais – eles que aguentem. Ela tem prazer em comprar briga. E, por tudo isso, é intragável. Bem… por que tratar especificamente desse tipo de mulher? Pois, acredite, é um dos tipos sobre os quais a Bíblia mais fala – certamente, não à toa.

Vejamos algumas verdades que as Escrituras expõem sobre a mulher que promove contendas: 
“Melhor é morar no canto do eirado do que junto com a mulher rixosa na mesma casa.”
Essa mesma afirmação é tão séria que ocorre em duas passagens: Provérbios 21:9 e 25:24. O que esse versículo está dizendo é que a mulher rixosa é alguém tão insuportável que ninguém consegue conviver debaixo do mesmo teto com ela. Quando chega da rua, em vez de trazer alegria para o lar traz uma nuvem negra sobre a cabeça e contamina todos ao redor com seu mau humor crônico. É aquela que, quando você dá “bom dia” parece que ela responde “o que há de bom nele?!”. A mulher rixosa afasta os outros de si. Ela destrói seu casamento, leva os filhos à ira e sabota a harmonia do lar. Dificilmente ela cede e nunca admite que está errada. A culpa de tudo é sempre do outro – que, por isso, precisa ouvir umas boas verdades. Desculpar-se? Jamais, pois acredita que pedir perdão é diminuir-se em vez de engrandecer-se. Em suma, a mulher rixosa faz você querer estar em qualquer lugar do mundo, menos perto dela. A Bíblia avança na descrição desse tipo de mulher: 
“Melhor é morar numa terra deserta do que com a mulher rixosa e iracunda.” (Pv 21:19)
Essa afirmação parece semelhante à anterior, elevada ao quadrado. Uma terra deserta não tem água, é um lugar onde você morre de sede. A comida é escassa, restrita a animais rastejantes e peçonhentos. De dia, o calor é abrasador, queima a alma, tira o ânimo, mata por desidratação. As noites são gélidas e congelam quem anda por ali. Uma terra deserta tem tempestades de areia que tornam a vida de quem está na região um inferno, pois açoitam sua pele, enchem seus orifícios de sedimentos, impedem a visão, tornam a caminhada impossível. O deserto é o último lugar do mundo em que você quer morar, porque a qualidade de vida ali é a pior que há. No entanto, a Bíblia diz que é melhor morar nesse local insuportável do que com uma mulher iracunda e rixosa. É… a coisa é grave. Mas não para por aí. A sabedoria bíblica afirma: 
“O gotejar contínuo no dia de grande chuva e a mulher rixosa são semelhantes.” (Pv 27:15)
Os antigos chineses tinham um método conhecido de tortura, simples e eficaz. Quando capturavam um inimigo, o amarravam de modo que ficasse imóvel. Em seguida, punham uma fonte qualquer de água sobre a cabeça daquele pobre coitado, para que um gotejar contínuo caísse sobre o mesmo ponto de sua cabeça. Uma gota. Duas gotas. Três. Quatro. Vinte. Cem. Mil. Dez mil. E por aí vai. Não parece grande coisa, mas os relatos históricos revelam que essa simples forma de tortura, após dias seguidos de pingos intermináveis, era capaz de levar os torturados simplesmente à loucura. Isso mesmo. Guerreiros fortes e bem treinados, com resistência a grandes dores e sofrimentos, eram quebrados e enlouqueciam devido a um gotejar contínuo. E é a isso que o texto bíblico compara a mulher que vive em contendas. Em outras palavras: a mulher rixosa é capaz de te levar à loucura. Ela tira qualquer um do sério e a convivência com ela torna-se uma tortura insuportável.

A mulher rixosa age, portanto, de modo errado, indigno e vergonhoso. Muitas vezes vemos homens casados definharem depois de conviver por anos com esposas do tipo. Eles perdem o viço, o vigor, a alegria e, muitas vezes, a saúde. É fácil entender a razão: 
“A mulher virtuosa é a coroa do seu marido, mas a que procede vergonhosamente é como podridão nos seus ossos.” (Pv 12:4) 
Pela medicina, apodrecimento ósseo ocorre em algumas poucas circunstâncias. Uma é uma condição chamada osteonecrose, uma consequência da má circulação sanguínea dentro do osso, que causa a morte de células e tem como resultado o apodrecimento do osso e, consequentemente, fraturas e dor no local. A única solução para a osteonecrose é remover o osso e substituí-lo por uma prótese. A outra situação que faz o osso apodrecer? A morte. Deu para entender a que a Bíblia compara esse tipo de mulher?

A mulher rixosa vive de modo oposto ao que o evangelho propõe. Ela precisa urgentemente de uma mudança de vida. Não acredito que uma mulher rixosa tenha intimidade com Deus. Simplesmente porque a natureza de um cristão autêntico exclui totalmente o prazer por promover a contenda. Paulo admoesta que devemos fazer tudo “sem murmurações nem contendas” (Fp 2.14), logo, viver estimulando a rixa contraria a vontade divina. 
“O ódio excita contendas, mas o amor cobre todas as transgressões." (Pv 10:12)
Vemos, então, que a rixa é fruto do ódio e, por sua vez, o ódio é contrário à natureza de Cristo, como deixam claro algumas passagens das Escrituras: 
“Aquele que diz estar na luz e odeia a seu irmão, até agora, está nas trevas.” (1Jo 2:9)
“Todo aquele que odeia a seu irmão é assassino; ora, vós sabeis que todo assassino não tem a vida eterna permanente em si.” (1Jo 3:15) 
Por outro lado, o amor é a essência de Deus: 
“Deus é amor, e aquele que permanece no amor permanece em Deus, e Deus, nele.” (1Jo 4:16)
Uma mulher rixosa, ou seja, que promove contendas, faz exatamente o contrário do que a Bíblia estipula como o comportamento ideal de uma mulher de Deus. Paulo condena as contendas em passagens como 2 Timóteo 2:23, Romanos 13:13 e Tito 3:9. Em 1 Coríntios 3:3, o apóstolo de Cristo associa diretamente as rixas à carnalidade: 
“Porquanto, havendo entre vós ciúmes e contendas, não é assim que sois carnais e andais segundo o homem?”
Isso é totalmente corroborado por Tiago, quando o irmão de Jesus diz: 
“De onde procedem guerras e contendas que há entre vós? De onde, senão dos prazeres que militam na vossa carne?” (Tg 4:1)
Mais claro, impossível: ser rixoso é ser carnal – logo, é viver distante de Deus.


Meu objetivo ao chamar sua atenção para a deformação espiritual que é ser uma mulher rixosa, é despertá-la para uma reflexão. Pense sobre a sua vida. Será que as pessoas vivem se afastando de você? Será que seu marido tem preferido ficar em qualquer outro lugar que não seja ao seu lado? Será que os irmãos fogem de sua companhia? Será que seus filhos evitam ficar muito tempo com você? Se a resposta a alguma dessas perguntas foi “sim”, não necessariamente significa que você é rixosa, pode haver outras explicações. Mas… pode ser que sim. Talvez as suas atitudes e o seu temperamento precisem ser reavaliados, o que é algo excelente: 
“Honroso é para o homem o desviar-se de contendas, mas todo insensato se mete em rixas.” (Pv 20:3)
A boa notícia é que isso tem jeito. Se você perceber que tem vivido a insensatez do mau humor constante, saiba que rabugice tem cura. Um espírito belicoso tem cura. Uma alma amarga tem cura. E a cura tem nome: Jesus de Nazaré.

Jesus é o Príncipe da Paz. Ele é o manso Cordeiro. Ele é o Senhor dos exércitos que foi humilhado sem revidar. 
“Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma.” (Mt 11:29)
Aproxime-se de Cristo. Procure crescer em intimidade com Ele. Busque-O na oração e no estudo de Sua Palavra. Viva uma vida com Deus. Negue-se a si mesmo e siga-O. Aprenda a pedir perdão, isso não diminui ninguém – muito pelo contrário. Reconheça seus erros, pois só almas grandiosas são capazes disso. Fale palavras de edificação e afirmação e não de diminuição e destruição. Aprenda a dar o braço a torcer. Ceda. Prefira os outros em honra. Sorria. Ame.

Se Cristo fizer morada no seu coração, os seus pensamentos se tornarão os pensamentos de Jesus, a sua mente será renovada e você se tornará uma mulher exemplar, como a de Provérbios 31:10-31: amada por todos, elogiada e que deixa um rastro de alegria e vida por onde passa.

Ah, sim: se você é um homem rixoso, não pense que está em melhor situação. Tudo o que leu neste post se aplica a você também.

Paz a todos vocês que estão em Cristo,

Maurício Zágari (via Apenas)