sábado, 13 de abril de 2019

O que a Bíblia ensina sobre o milênio?


Wilson Borba



Este breve artigo focaliza o período dos mil anos, também conhecido por milênio, apresentado no capítulo 20 do livro bíblico do Apocalipse, e três principais posicionamentos históricos dentro do cristianismo relacionados àquele período: o Amilenismo, o Pós-Milenismo e o Pré-Milenismo.
O Amilenismo nega a existência de um milênio literal.[1] Tal conceito foi popularizado por Agostinho (354-430) sem razões exegéticas.[2] A primeira ressurreição é vista como o novo nascimento da fé ou o batismo.[3] A ideia de um milênio é ensinada simplesmente como o período que agora vivemos na Terra. É interpretado como um símbolo do triunfo do cristianismo[4] entre o primeiro e o segundo advento de Cristo, e do gozo de supostas almas de defuntos salvos que agora reinariam com Cristo no céu.[5] Este método de interpretar, conhecido como alegoria, consiste em “especulações que o próprio autor nunca teria reconhecido”.[6]
Para os amilenistas, Cristo retornará de forma direta e cataclísmica, iniciando não um reino de mil anos, mas uma nova era na Terra seguida do “juízo final e a eternidade”.[7] Para o evangélico George Ladd, “os primeiros antimilenistas desprezavam a interpretação natural do Apocalipse não por razões exegéticas porque cressem que o livro não ensinava um milênio”, mas “porque não gostavam da doutrina milenista”.[8]

Por sua vez, o grupo pós-milenista coloca erroneamente a segunda vinda de Cristo após o milênio. Seu conceito é semelhante ao amilenismo, mas há uma diferença básica entre os dois: para o pós-milenista, haverá um reino terrestre em um período denominado milênio, que não será necessariamente de mil anos literais.[9]
“Desde o século XVII pós-milenistas vinham crendo que a pregação do evangelho e reformas sociais estenderá o reino de Deus, e o mundo inteiro se cristianizará, gradualmente se converterá, haverá um grande período de justiça e paz”, e “Cristo regressará ao final deste período”.[10] O otimismo pós-milenista comprovou-se exagerado, pois “as duas guerras mundiais e a chegada da era nuclear convenceu a muitos deles de que a sociedade não melhorará”.[11] Desapontados, muitos pós-milenistas voltaram-se para a opção do amilenismo.[12]

Vozes contrárias

Algumas profecias do apóstolo Paulo claramente contrariam ideias pós-milenistas. “Sabe, porém, isto, nos últimos dias sobrevirão tempos difíceis, pois os homens serão egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes, desafeiçoados, implacáveis, caluniadores, sem domínio de si, cruéis, inimigos do bem, traidores, atrevidos, enfatuados, mais amigos dos prazeres que amigos de Deus, tendo forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder. Foge também destes” (2 Timóteo 3:1-5). “Mas os homens perversos e impostores irão de mal a pior, enganando e sendo enganados” (3:13).
Estas profecias estão em acordo com a profecia de Cristo referente à situação moral nos últimos dias da história. “Pois assim como foi nos dias de Noé também será a vinda do Filho do homem” (Mateus 24:37). Finalmente, a terceira posição referente ao milênio é chamada pré-milenismo, posicionando corretamente a segunda vinda de Cristo no início dos mil anos. A propósito, “os primeiros cristãos, e os Pais da igreja dos primeiros três séculos eram pré-milenistas”.[13] Mas, a partir do quarto século prosperou o amilenismo com Agostinho. O pré-milenismo reviveu significativamente a partir do século XVII entre alguns protestantes.[14]
Atualmente, os evangélicos pré-milenistas se dividem em dois grupos básicos: os futuristas históricos modernos e os futuristas dispensacionalistas. Ambos são futuristas porque trocaram o método historicista dos Reformadores pelo futurismo da Contra Reforma, e substituíram a ênfase no papado como o anticristo para um indivíduo futuro que perseguirá os crentes.[15]
Segundo ambos, “o reino milenar ocorre na Terra. Apesar disso, enquanto os pré-milenaristas históricos futuristas consideram a igreja o verdadeiro Israel de Deus, os pré-milenaristas dispensacionalistas esperam que as profecias do Antigo Testamento sobre Israel se cumpram com a restauração literal da nação e do seu templo em Jerusalém”.[16]
Os dispensacionalistas ensinam equivocadamente um arrebatamento secreto na vinda de Cristo, e que no milênio todos os judeus se converterão e voltarão a ser o povo de Deus.[17] Por sua vez, os adventistas do sétimo dia são pré-milenistas bíblicos porque, conforme as Escrituras, eles ensinam que a segunda vinda de Cristo será um evento único, real, audível, visível, mundial, glorioso, a ocorrer no início do milênio (Mateus 24; Marcos 13; Lucas 21; João 14:1-3; Atos 1:9-11; 1 Coríntios 15:51-54; 1 Tessalonicenses 4:13-18; 5:1-6; 2 Tessalonicenses 2:7-10; 2:8; 2 Timóteo 3:1-5; Tito 2:13; Hebreus 9:28; Apocalipse 1:7; 14:14-20; 19:11-21).[18]

Um número literal

Não é por acaso que em Apocalipse 19:11-21 a vinda de Cristo está conectada ao início do milênio de Apocalipse 20, pois estes eventos estão em ordem cronológica.[19] E não é por acaso que João e Paulo nada falaram de arrebatamento secreto, pois o Senhor enviará Seus anjos “com grande clangor de trombeta, os quais reunirão os seus escolhidos, dos quatro ventos, de uma a outra extremidade dos céus” (Mateus 24:31, 32).
Igualmente, não é por acaso que Apocalipse 19 e 20 nada fala sobre evangelização, conversões e reino judaico sobre a Terra,[20] pois o objetivo da volta gloriosa de Cristo não será pregar, curar, produzir conversões e aqui reinar, mas levar remidos de todas as nações à Casa do Pai (João 14:1-3). O Senhor “descerá dos céus”, mas não colocará Seus pés no mundo, pois seu encontro com os salvos será “nos ares”, “e assim estaremos para sempre com o Senhor” (1 Tessalonicenses 4:16, 17).

O efeito glorioso da vinda de Cristo sobre os ímpios será completamente aniquilador (2 Tessalonicenses 1:7, 8). A propósito, somente no dia da vinda de Cristo o ser humano remido receberá o dom da imortalidade (1 Coríntios 15:50-55). “Até aquele dia, a morte é um estado inconsciente para todas as pessoas” (Jó 19:25-27; Salmos 146:3, 4; Eclesiastes 9:5, 6, 10; Daniel 12:2, 13; Isaías 25:8; João 5:28, 29; 11:11-14; Romanos 6:23; 1 Coríntios 15:51-54; Colossenses 3:4; 1 Tessalonicenses 4:13-17; 1 Timóteo 6:15).[21] O reinado milenar de Cristo, com Seus santos no Céu, será entre a primeira e a segunda grande ressurreição. A primeira é a dos salvos. A segunda, a dos perdidos (Apocalipse 20:5).
Os adventistas do sétimo dia também creem que o período dos mil anos é literal,[22] pois o apóstolo João usou tempos simbólicos apenas para o tempo da graça, que terminará antes do retorno de Cristo (Apocalipse 15:8; 21:11-12). Por seis vezes, o apóstolo descreveu de modo natural os mil anos (20:2-7), enquanto anteriormente, em outras seis vezes, usou construções anormais para descrever tempos simbólicos (11:2, 3, 11; 12:6, 14; 13:5).
No início do milênio haverá duas classes de seres humanos: os salvos vivos e ressuscitados levados para o Céu, e os ímpios mortos, pois a terra ficará mil anos como um “abismo”, “sem forma e vazia” (Apocalipse 20:1, 2; Jeremias 4:23-26; Gênesis 1:2), onde Satanás nela circunscrito, e preso pela cadeia de circunstâncias, a ninguém poderá enganar e ferir até os ímpios ressuscitarem no final dos mil anos (Apocalipse 20:1,2, 5). A 27ª crença dos adventistas resume sua convicção sobre o milênio, a vindicação da justiça de Deus e o fim do pecado:

“O milênio é o reinado de mil anos de Cristo com seus santos no Céu, entre a primeira e a segunda ressurreição. Durante esse tempo serão julgados os ímpios mortos. A Terra estará completamente desolada, sem seres humanos vivos, mas ocupada por Satanás e seus anjos. No fim desse período, Cristo com seus santos e a Cidade Santa descerão do Céu à Terra. Os ímpios mortos serão então ressuscitados e, com Satanás e seus anjos, cercarão a cidade; mas fogo de Deus os consumirá e purificará a terra. O Universo ficará assim eternamente livre do pecado e dos pecadores (Jeremias 4:23-26; Ezequiel 28:18, 19; Malaquias 4:1; 1 Coríntios 6:2, 3; Apocalipse 20; 21:1-5)”.[23]
O dia da segunda vinda de Cristo está muito próximo. Você deseja fazer parte do Seu reino? Que Deus nos abençoe a fim de nos prepararmos para aquele dia!

Referências:
[1]Millard J. Erickson, Introducing Christian Doctrine (Grand Rapids, MI: Baker Book House, 1998), 386.
[2]“Exegese é a aplicação dos princípios da hermenêutica para chegar-se a um entendimento correto do texto”. Henry A. Virkler, Hermenêutica (Miami, FL: Editora Vida, 1990), 11.
[3]R. Kuehner, “Milenarism in the Bible” citado em Frank B. Holbrook, ed., 1ª ed. Simposio sobre apocalipsis-II (Del. Benito Juarez, México: Asociación Publicadora Interamericana, 2011), 286.
[4]Questões de doutrina, 1ª ed. (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2009), 335, 176.
[5]Holbrook, 286.
[6]Virkler, 43.
[7]Questões de Doutrina, 176.
[8]George Ladd, Crucial Questions about the Kingdom of God (Grand Rapids, MI: Eerdmans, 1952), 149.
[9]Erickson, Introducing Christian Doctrine, 383.
[10]Holbrook, 288.
[11]Ibídem.
[12]Millard J. Erickson, Contemporary Options in Eschatology: um study of the milennium (Grand Rapids, MI: Baker Book House, 1983, 76.
[13]Holbrook, 288.
[14]Ibídem.
[15]Para um estudo sobre o historicismo e o futurismo, ler o artigo “História da Interpretação de Daniel” em: Francis D. Nichol, ed., Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, 1ª ed. (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2013), vol. 4, 26-66;
O Cavalo de Troia da contrarreforma: https://noticias.adventistas.org/pt/coluna/wilson-borba/o-cavalo-de-troia-da-contrarreforma
[16]Eric Claude Webster, “O Milênio”, editado por Raoul Dederen, Tratado de Teologia Adventista do Sétimo Dia, 1ª ed. (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2011), 1039.
[17]Dwight K. Nelson, Ninguém Será Deixado Para Trás, 1ª ed. (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2004). Hans K. LaRondele, O Israel de Deus na Profecia, 1ª ed. (Engenheiro Coelho, SP: Imprensa Universitária Adventista, 2002); Tratado de Teologia Adventista do Sétimo Dia, 1038-1045.
Sutilezas do dispensacionalismo: https://noticias.adventistas.org/pt/coluna/wilson-borba/sutilezas-do-dispensacionalismo
[18]Textos citados da Crença Fundamental nº 25: “A Segunda Vinda de Cristo”. Manual da Igreja, 22ª ed. (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2016), 176.
[19]Questões sobre Doutrina, 339.
[20]Para compreender a impossibilidade de um futuro reino judaico na Terra, ler o artigo: “O Papel de Israel nas Profecias do Antigo Testamento” em: Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, v. 4, 12-25.
[21]Crença Fundamental nº 26: “Morte e Ressurreição”. Manual da Igreja, 176.
[22]Holbrook, 298.
[23]Crença Fundamental nº 27: “O Milênio e o Fim do Mundo”. Ibídem. Sobre o julgamento milenial dos ímpios mortos, e como os santos comprovarão a justiça de Deus em ter deixado os rebeldes fora de Seu reino (1Coríntios 6:2, 3), ver: Questões de Doutrina, 342-345.

Quando Deus não responde a oração


“Ora, sem fé é impossível agradar a Deus; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe, e que é galardoador dos que o buscam” Hebreus 11:6

Por que Deus não responde à oração é uma questão tão antiga quanto o princípio do mal. Quando o pecado surgiu, ele nos separou da presença de Deus e consequentemente das respostas diretas de Deus. Desde Abel que morreu provavelmente perguntando “Por quê Senhor”? ou mesmo Moisés que pediu para entrar na terra prometida e o pedido lhe foi negado. Davi passou uma semana orando por seu filho recém-nascido que veio a morrer. Santo Agostinho pedia em oração, quando criança, que os professores não lhe batessem, mas continuava apanhando na escola.

Pessoas que sofreram porque nem respostas receberam. Fatos como esses alimentam o ceticismo ao longo dos anos. Francis Galton foi um cético inglês, primo de Charles Darwin, que escreveu uma obra e analisou cientificamente a oração. Ele propôs que a oração, em diversos aspectos, não surte nenhum efeito e que orar e não orar é a mesma coisa. Pois Deus, se existe, não se preocupa em responder. Eu creio na oração, mas tenho de reconhecer o desafio de lidar com situações como as descritas acima.

Motivos para crença na oração

Se Deus dissesse que a oração seria como uma caixa de sugestões, em que apresentaríamos nossas petições, e Ele as iria analisar com cuidado, seria mais lógico. Muitas circunstâncias da vida, no entanto, parecem reforçar mais as frustrações das vezes que você orou e não obteve respostas. Temos de admitir, também, que Deus muitas vezes realmente não responde, mas que temos a opção de escolher algo melhor que o ceticismo.
Esse artigo não é uma resposta ao tema “Por que Deus não responde?”. É a apresentação dos motivos que me levaram a escolher o caminho da crença e não do ceticismo.

Gostaria de apresentar cinco argumentos que sustentam minha crença:

1.Apesar de a ausência de respostas me trazer dúvidas, as respostas que recebo me fazem crer em um Deus que age a meu favor.
Se não ter respostas traz dúvidas, as respostas devem me levar até a certeza de que Ele me ouve. O mundo age assim: quando tudo dá errado é porque Deus não ouve, não existe ou não se preocupa, mas quando coisas boas acontecem foi o acaso que me protegeu ou simplesmente as circunstâncias da vida.
Jorge Muller, um cristão do século 17, tinha como principio de vida ver a providência e ação de Deus em cada aspecto da vida e o costume de escrever as respostas que recebia de Deus. Ao final da vida, ele reuniu em um livro 50 mil respostas de Deus as suas orações ao longo da vida. A pergunta a ser feita é: por que as evidências não nos aproximam de Deus na mesma proporção em que as dúvidas nos afastam dEle?
O inimigo coloca a dúvida e assegura que Deus não nos ouve e não se preocupa com conosco. E, assim, nos leva a ficar com essa dúvida. Deus, por outro lado, afirma que não precisamos temer, pois Ele está conosco todos os dias. Decidi crer nas evidências e questionar as dúvidas.

2.Decidi crer que Deus tem propósitos muitas vezes desconhecidos por trás do silêncio ou da resposta negativa.
Sabemos por que Deus não respondeu a oração de Jesus no Getsêmani. Ele tinha o propósito maior de nos salvar. Sabemos responder por que Deus não atendeu ao pedido de Marta e Maria para curar Lázaro. Deus tinha o propósito maior de dar uma ressurreição.
Por que não usar esse mesmo argumento quando Deus não me responde?
Não entendemos todos os propósitos por trás das respostas de Deus, mas biblicamente um dos propósitos é me levar a uma confiança mais madura.
Você pode perguntar: como me dar uma resposta negativa ou mesmo não me dar resposta alguma me leva a ter mais confiança?
Permita-me contar uma ilustração. Imagine que você tenha um comércio e precise pagar uma dívida de 10 mil Reais. Você não tem um centavo e, de repente, um cliente que você nunca viu na vida entra em sua loja e compra exatamente o equivalente a 10 mil Reais. Ao final da compra, ele diz: vou levar a mercadoria, mas só posso pagar em cheque. Você sente medo e desconfia do cheque, mas entrega a mercadoria. Recebe o cheque e corre ao banco a fim de trocar o cheque e descobre que o cheque tem fundo. Quinze dias depois, o mesmo cliente volta, compra mais 10 mil Reais e novamente passa um cheque. Você sente medo novamente, mas não é o mesmo medo da primeira vez. Vai ao banco e novamente o cheque tem fundo.
A cada quinze dias, ele volta e sempre paga em cheque e sempre o cheque tem fundo. Depois de um bom tempo e muitas compras sempre corretas, ele se torna seu amigo e um dia ele compra mais 10 mil Reais. Então ele percebe que não trouxe o cheque e diz: hoje não posso levar a mercadoria, esqueci o cheque. Provavelmente você dirá: pode levar, daqui a quinze dias você traz o cheque.
O que aconteceu? As respostas de fidelidade do cliente lhe levaram a confiar nele mesmo sem a garantia do cheque.
Na vida espiritual, acontece a mesma coisa. As respostas de Deus ao longo da vida são como cheques da fidelidade e cuidado dEle. Mas Ele quer nos levar a um tipo de relacionamento e confiança que faça dizer: O Senhor já mostrou que é fiel para comigo e mesmo sem respostas (mesmo sem passar um cheque) eu continuo confiando no Senhor.
A ideia é que não duvidemos na escuridão do que Deus mostrou a você na luz. Biblicamente as pessoas que mais confiaram não foram os que viram o mar sendo aberto, uma nuvem de fogo a noite e uma chuva de alimento. Os que mais confiaram foram aqueles direcionados para a fornalha, os que levaram seu filho ao altar do sacrifício ou perderam tudo o que tinham em um conflito entre o bem e o mal.

3.Se eu soubesse que Deus responderia minhas orações sempre como e quando eu quero, eu iria parar de orar.
Não teria confiança em saber que minha frágil sabedoria humana seria o critério para as respostas de Deus.
Quando a Bíblia afirma que tudo o que pedimos será realizado devemos ter em vista que é tudo o que estiver em conformidade com os propósitos e promessas de Deus.
No livro Caminho a Cristo, a Escritora Ellen White afirma que “somos tão falíveis e curtos de vistas que às vezes pedimos coisas que não nos seriam uma benção, e nosso Pai Celestial amorosamente nos atende às orações dando-nos aquilo que é para o nosso maior bem – aquilo que nós mesmos desejaríamos se com vistas divinamente iluminada, pudéssemos ver todas as coisas tais como elas são na realidade.”
Devemos confiar que Deus sendo completamente bom, sabe dar boas dádivas e sendo completamente sábio sabe quais dádivas são boas e quais não são.

4.Decidi que minha ênfase na vida cristã não seria esperar respostas mas desfrutar da companhia de Deus.
Respostas não são a única evidência da presença de Deus comigo. Meu relacionamento com Deus se baseia não nas respostas, mas na companhia. Quando Abrão saiu da Terra de Ur, dos caldeus, ele perguntou para onde ia e Deus não respondeu, mesmo assim Abrão saiu de sua terra e da casa de seu pai (Gênesis 12). Ele não sabia para onde iria, mas sabia com quem iria e isso lhe foi suficiente. Deus havia dado uma promessa de que iria abençoá-lo na jornada e ele se apegou não a uma resposta, mas à promessa. Quando oro, eu vou a presença de um amigo e não de um político ou um Papai Noel cósmico.

5.Creio que, apesar de algumas vezes Deus não me responder, Ele me ama.
A fé não é um jargão cristão, uma doutrina ou uma afirmação. Fé é um relacionamento com alguém digno de confiança. Fé é confiança, e você só é capaz de confiar em alguém que você conhece. Se você conhece você confia e se você confia você é capaz de amar. Conhecer, confiar e amar esse é o caminho.
Não sei lhe dizer por que Deus não responde, mas sei, por experiência própria, que quando isso acontece Ele continua me amando. Quais são suas dúvidas e lágrimas, perguntas e questionamentos? Ouça Deus lhe dizendo hoje: Vinde e arrazoemos, vamos conversar, questione, duvide, mas não se afaste de mim. As dúvidas sinceras de Jó foram melhores que as certezas fingidas dos seus amigos. Não desista e permaneça firme até o dia em que Ele responderá todas as dúvidas e enxugará todas as lágrimas.

Josanan Alves

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