Ao contrário do que a ciência [na verdade,
alguns cientistas] vinha defendendo, até o mais regrado consumo alcoólico é
prejudicial à saúde. É o que aponta um estudo conduzido pela Universidade de
Washington, o maior sobre os efeitos dessa substância até hoje. Os autores
defendem que as autoridades deviam aconselhar as populações a abster-se
totalmente do consumo. O estudo foi conduzido pelo Institute of Health
Metrics and Evaluation (IHME), um ramo da Universidade de Washington, em
Seattle, no âmbito do Global Burden of Disease, um projeto dedicado a
recolher dados quanto às causas de doença e morte por todo o mundo. A
investigação pretendeu descobrir quais os níveis de consumo de álcool e seus
efeitos na saúde em 195 países entre 1990 e 2016. Para tal, os
pesquisadores se basearam em 694 estudos para compreender o quão comum é o
consumo e 592 pesquisas que envolveram 28 milhões de pessoas pelo mundo
para descobrir quais os riscos de saúde.
As conclusões desse projeto foram
publicadas na revista médica Lancet, que defendem, citadas
pelo Guardian,
que os atuais hábitos de consumo de bebidas alcoólicas colocam “terríveis
ramificações para a saúde futura da população tendo em conta a ausência de ação
política atualmente”.
De acordo com os dados à
disposição, os pesquisadores compararam indivíduos completamente abstêmios
com aqueles que consumiam uma bebida por dia. Após análise, verificaram que, em
cada 100 mil pessoas que não bebiam álcool, 914 sofreram de doenças que
também podem ser causadas pela substância, como câncer, ou sofreram de
lesões, mas que esse número subia para mais quatro pessoas (918)
se ingerissem uma bebida por dia.
O autor principal do estudo, o Dr. Max
Griswold, aponta que os riscos são “baixos com uma bebida por dia, mas
depois sobem rapidamente à medida que as pessoas bebem mais”. As conclusões
tornam-se mais graves quando o consumo aumenta: no caso de duas bebidas por
dia, o número sobe em 63 pessoas que desenvolveram uma doença ao fim de um ano;
com cinco ou mais bebidas, o número fica em 338 pessoas que sofreram de um
problema de saúde relacionado com a substância.
Várias
pesquisas anteriores apontavam para os benefícios de um consumo
regrado no cotidiano, como um ou dois copos de vinho ou cerveja por dia. Contudo,
segundo Griswold, “estudos prévios identificaram um efeito protetor do
álcool em alguns casos, mas descobrimos que a combinação dos riscos de saúde
associados ao álcool sobe com qualquer quantidade”.
O pesquisador adverte que “a forte
associação entre consumo de álcool e risco de câncer, lesões e doenças
infeciosas ultrapassa os efeitos protetores do álcool quanto a doenças
cardíacas”. O relatório demonstrou também que o álcool provocou 2,8
milhões de mortes em 2016, tendo sido o principal fator de risco para
morte prematura e doença no grupo demográfico dos 15 aos 49 causando 20% das
mortes. Segundo os autores, “consumo de álcool contribui para perda de saúde de
várias formas e faz sentir os seus efeitos ao longo da vida,
particularmente nos homens”.
É tendo em conta esses valores alarmantes
que a professora Emmanuela Gakidou, pertencente ao IHME, defende que
é preciso “rever políticas de controle e programas de saúde, e considerar
recomendações para a abstinência do álcool” em nível mundial. Para Gakidou,
parte da solução inclui “exercer taxas sobre o álcool, controlar a sua
disponibilidade física e as horas de venda, e controlar a publicidade ao
álcool”.
Sonia Saxena, professora do Imperial
College London e pesquisadora no projeto, disse à BBC
que este foi o mais importante estudo conduzido na área. Saxena explicou que
“este estudo vai mais além do que os anteriores por considerar vários fatores,
incluindo vendas de bebidas alcoólicas, dados reportados pelas pessoas sobre o
próprio consumo, abstinência, dados de turismo e níveis de contrabando e
produção caseira”.
O estudo demonstra que uma em cada três
pessoas no mundo, perfazendo um total de 2,4 bilhões, bebe álcool. O país onde
mais se bebe é a Dinamarca (95,3% das mulheres e 97,1% dos
homens), sendo que Paquistão e Bangladesh são os países onde menos
homens e mulheres bebem, respetivamente (0,8% dos homens e 0,3% das mulheres).
[…]
Nota: Nada como um dia após o outro e uma
pesquisa após a outra. Durante um século e meio, com base nos ensinamentos bíblicos,
a Igreja Adventista do Sétimo Dia vem pregando a abstinência de álcool e
bebidas cafeinadas (também comprovadamente nocivas para a saúde). Quantas vezes
ouvimos pessoas dizerem: “Um pouquinho só não faz mal”, “Quem só bebe
socialmente não tem problema”, e coisas semelhantes. Pois é, agora a pesquisa
científica mais uma vez corrobora o que a Bíblia já prescrevia. Quando as
pessoas vão aprender a confiar mais na revelação de Deus? [Michelson Borges]
https://michelsonborges.wordpress.com/2018/08/26/estudo-confirma-ate-uma-pequena-dose-de-alcool-faz-mal-a-saude/
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