Pr. Rafael Rossi
A nova geração é a geração da indecisão. Movidos pela massa, muitos
estão indo para onde a maioria vai, mesmo não fazendo nenhum sentido. Os
jovens sempre foram aventureiros, mas com a revolução digital, a
modernidade e os seus conceitos impactaram profundamente o estilo de
vida das pessoas. Hoje, a internet e as tecnologias de comunicação são a
base dos relacionamentos da sociedade e a Igreja deve oferecer a
resposta e o caminho para as crises morais e sociais que estamos
vivendo.
Estou me referindo nesse artigo diretamente à reportagem da Revista
Veja, de 17 de fevereiro de 2016, que traz como capa o gênero neutro, ou
seja, uma terceira opção ante os “tradicionais” masculino ou feminino.
Há, também, um outro conceito advindo dessa possibilidade, o da
sexualidade fluída, até então desconhecida da maioria das pessoas. A
sexualidade fluída desconhece as fronteiras do gênero, ou seja, a forma
como se lida com sexualidade é imprevisível e indeterminada.
O assunto não é tão novo. No dia 1º de abril de 2014, a mais alta
corte da Austrália reconheceu que uma pessoa pode ser legalmente
reconhecida por um gênero neutro. Dizia o texto: “a Suprema Corte
reconhece que uma pessoa pode não ser nem do sexo masculino, nem do sexo
feminino, e permite, assim, o registro do sexo de uma pessoa como ‘não
especificado'”, disse, em julgamento unânime, que rejeitou a apelação
feita pelo estado de New South Wales para que fossem reconhecidos apenas
os sexos masculino e feminino.
Na França, pela primeira vez, uma pessoa de 64 anos ganhou na Justiça
o direito de que fosse alterada e inclusa em sua certidão de nascimento
a descrição “gênero neutro”.
O magistrado que julgou o caso argumentou: “o sexo que foi atribuído
no nascimento aparece como pura ficção imposta durante toda sua
existência. Não se trata de reconhecer a existência de um ‘terceiro
gênero’, mas de reconhecer a impossibilidade de atribuir um determinado
gênero a esta pessoa”. [1]
Já surgem até novas formas de palavras para identificar esse gênero:
alunx, amigx, etc. Diante do quadro, tenho algumas outras preocupações. A
sociedade, em geral, adotou a ideia de relativização da Bíblia quando a
verdade não é mais absoluta ou atemporal. E o agravante é que o
conceito começa a fazer parte do vocabulário de alguns cristãos. Isso é
muito perigoso. A Bíblia deixa bem claro que Deus criou homem e mulher,
macho e fêmea para que cada gênero se relacionasse com o oposto.
A clara definição da Bíblia não pode ser entendida como algo
ultrapassado, porque nela está a revelação de Deus. Adolescente e jovens
que não cresceram em um ambiente espiritual tem muitas dificuldades de
entenderem os temas espirituais.
E a igreja não pode e nem deve mudar do discurso bíblico para um que
seja “moralmente aceito”. A revelação não pode ser nivelada pelo
contexto cultural, mas a interpretação do presente deve ser sempre feita
com a visão bíblica.
O apóstolo Paulo, em 2 Timóteo 3:4, advertiu quanto aos tempos que
viveríamos dizendo que os seres humanos seriam “mais amigos dos prazeres
do que amigos de Deus.” Não neutralidade espiritual como também não há
neutralidade de gênero na ótica do conflito entre o bem o e mal.
Aqui está mais uma das artimanhas do inimigo de Deus para levar as
pessoas para longe do plano original divino. Para a igreja, cabe o
desafio de influenciar essas novas gerações, imprimindo em seus corações
o desafio de ser fiel a verdade em todas as circunstâncias e que se
preciso for, viver fora de suas paixões ou tendências naturais pelo amor
do evangelho.
O conselho bíblico continua sendo válido: “Crede do Senhor vosso Deus
e estareis seguros, crede nos Seus profetas e prosperareis.” (2
Crônicas 20:20).
[1] http://revistaladoa.com.br/2015/10/noticias/reconhecimento-genero-neutro-tendencia-em-paises-desenvolvidos#ixzz40EmorRTZ
Original em http://noticias.adventistas.org/pt/coluna/rafael-rossi/sexo-neutro/
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