Traduzido de Leo Schriven, Seed`s 98, Church Planting Conference (via Missão Urbana)
Após a sua experiencia
de batismo, o novo membro pode passar por pelo menos quatro crises em
sua vida espiritual. Gostaria de sugerir algumas características desses
obstáculos que dificultam o seu progresso espiritual, bem como sintomas e
prováveis soluções, na esperança de que esses novos discípulos possam
ser ajudados em sua jornada de vida.
1 – A Crise de Desencorajamento
Essa crise ocorre quando um indivíduo falha em corresponder aos altos padrões que ele desposou imediatamente antes do seu batismo. No batismo, ele comprometeu-se publicamente com esses padrões. Mas depois, ele geralmente percebe que tendências de sua velha vida ainda estão presentes. Ele pode ainda ter acessos de mau humor. Pode quebrar o sábado, ou mesmo “escorregar” e xingar. Quando esses velhos hábitos o dominam novamente, pode haver um período de grande desânimo. Um sentimento de derrota o envolve. Desencorajado, com baixa auto-estima, ele pode se sentir um hipócrita. Sua reação natural é fugir do contato com a igreja que ele fez compromissos no batismo. A culpa levou Adão e Eva a fugirem da presença de Deus. Ele procurará fazer o mesmo.
Sintomas: Os principais
sintomas dessa crise são absenteísmo da igreja ou qualquer significativa
ausência dos eventos sociais ou reuniões de oração. É também
identificado por uma reconhecível perda de animação na vida cristã.
Pode-se manifestar na falta de desejo de demorar um pouco mais após o
culto. Um apressado cumprimento, um semblante desanimado ou uma
disposição séria pode ser indicações da crise de desencorajamento.
Solução: Um indivíduo que
passa por essa crise pode ser ajudado se o seu problema for detectado
rapidamente. Uma ligação telefônica, uma palavra de ânimo, uma oração,
um cartão com mensagem encorajadora ou uma visita pastoral podem ser
como raios de esperança na escuridão. Ele não necessita de condenação.
Sentir sua crise, ouvir os seus problemas e oferecer encorajamento
genuíno é tudo que ele necessita.
2 – A Crise de Integração
Essa crise acontece quando o indivíduo falha em substituir os velhos amigos da sua vida anterior ao batismo por novos amigos. Isso ocorre quando a pessoa aceita as doutrinas da igreja, mas não se integra à sua estrutura social. Desde que os humanos são seres sociáveis, a crise acontece quando o indivíduo não se torna parte da rede de amizades da igreja. Ele se sente sozinho, isolado até dos próprios familiares por causa da sua fé.
Sintomas: Esse novo membro
começa a chegar tarde à igreja, se assenta sozinho e raramente frequenta
os programas sociais da igreja. Se o faz, geralmente fica isolado em um
canto. Para ele, religião é simplesmente frequentar a igreja no sábado
pela manhã, porque ele crê nas doutrinas adventistas. Mas geralmente,
ele não frequenta a Escola Sabatina. Ele se associa muito pouco com os
membros. Ele pode ficar assim por semanas e meses, porém, mais cedo ou
mais tarde, ele deixará a igreja.
Solução: Essas pessoas
necessitam de imediata atenção pessoal. Faça tentativa ativa de ajudá-lo
a desenvolver amizades da igreja. Esforços especiais precisam ser
feitos para convidá-lo aos eventos sociais da igreja. Um convite para um
almoço no sábado, uma excursão a alguma instituição adventista, noites
esportivas, acampamentos ou conectá-lo a um mentor espiritual (guardião)
fazem parte das medidas preventivas. Durante os primeiros seis meses,
muitas pessoas deixam a igreja por causa da crise de desencorajamento ou
a crise de integração, mais do que por qualquer outra coisa. Calor,
companheirismo e relacionamento pessoal são fatores de prevenção da
apostasia.
3 – Crise de Estilo de Vida
Esta crise geralmente acontece entre 6-8 meses após o batismo. Ela
ocorre quando o indivíduo falha em se integrar ao estilo de vida
ensinado pela Bíblia e praticado na Igreja Adventista. Provavelmente não
tenha se adaptado ao estilo ou horário dos cultos. O sábado é guardado
de maneira descuidada. Ele continua frequentando velhos lugares de
diversão. Embora ele esteja presente na igreja aos sábados pela manhã, o
impulso da velha vida é muito forte. Sua experiência pessoal é ainda
superficial. A semente do evangelho firmou suas raízes, mas a
profundidades é pouca. Ele ainda não tem hábitos devocionais, passa
pouco tempo em oração e estudo da Bíblia. Resumindo, ele ainda não
conhece a Jesus.
Sintomas: Geralmente não
frequenta a Escola Sabatina e os cultos de oração. Ele não se envolve em
atividades missionárias, não lê nossa literatura denominacional e não
se interessa em eventos da igreja tais como campais, congressos,
programas de treinamento. Há pouco envolvimento e nenhum crescimento
espiritual.
Solução: A grande
necessidade para quem experimenta esta crise é um significativo período
devocional. Cuide para que ele tenha literatura adventista adaptada aos
seus interesses e necessidades. Um contínuo estímulo para promover o
crescimento espiritual deste adventista laodiceano é envolvê-lo nos
pequenos grupos, onde ele participará de um significativo programa de
estudos bíblicos e testemunhos. No ambiente de um pequeno grupo, de 8 a
12 indivíduos, haverá maiores oportunidades de crescimento espiritual.
4 – Crise de Liderança
Esta crise geralmente ocorre depois que o indivíduo tem demonstrado fidelidade a Cristo e a Sua igreja. Vamos supor que a igreja seja relativamente pequena. Ele começa a ser integrado à estrutura de liderança. Talvez ele seja colocado numa comissão de nomeações. Ele começa a perceber o funcionamento interno da igreja. O “elo de santidade” perde o brilho. Ele reconhece que todos os membros da igreja não são “santos”. Durante as reuniões da comissão de nomeações há uma franca avaliação dos membros eleitos para diversos departamentos. O choque de pertencer a uma igreja composta de pessoas falhas e defeituosas o desencorajam.
Sintomas: A crise pode se
expressar em criticismo, maledicência, quebra de sigilo após as reuniões
de comissão, ou um sentimento geral de descontentamento. Às vezes, uma
pessoa que passa por essa crise, após participar em uma comissão de
nomeações, se recuse a aceitar cargos na sua igreja. Pode haver
criticismo de um lado e profundo sentimento de ansiedade do outro.
Solução: Geralmente uma ou
duas sessões de aconselhamento enfatizando a divina origem da igreja e
as fraquezas e fragilidades da liderança humana é suficiente para ajudar
esta pessoa. A crise de liderança geralmente ocorre porque um indivíduo
não tem maturidade espiritual para reconhecer a “humanidade” dos
membros da igreja. O pastor deve orientar cada novo adventista eleito
para posição de liderança acerca da fragilidade dos seres humanos e da
urgente necessidade de cooperação mútua. A unidade deve ser colocada
acima das opiniões individuais.
Em cada em das crises que temos discutido – crise de desencorajamento,
crise de integração, crise de estilo de vida e crise de liderança – o
maior ingrediente para prevenir apostasia é o amor que continuamente
diz: “Estou interessado em você, estou preocupado. Eu me importo”. Amor
manifesto numa chamada telefônica, num bilhete ou cartão, num sorriso,
um caloroso aperto de mão, um convite para jantar, podem ser mais
eficientes do que um sermão. Faríamos bem em lembrar as palavras de um
pequeno garoto de uma favela que, ao passar por um pregador de rua que
falava sobre o amor de Deus, parou e gritou: “Ei pregador, eu quero ver
amor vestido de pele!”
Ganhar almas é a mais maravilhosa obra do mundo. Nesta atividade, Deus e
o evangelista trabalham lado a lado. Essa parceria de contínua aventura
na obra de ganhar almas é o que eu lhe sugiro a entrar hoje. Deus o
abençoe.
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