Os conceitos
incorporados no que se conhece hoje como os sete pecados capitais tratam
de uma classificação de condições humanas conhecidas atualmente como vícios, que precedem o surgimento do cristianismo, mas que foram usadas mais tarde pelo catolicismo com o intuito de educar os seguidores, de forma a compreender e controlar os instintos básicos do ser humano e assim se aproximar de Deus.
A lista final, apresentada no século XIII, é a versão aprimorada de uma
primeira versão, datada do século IV. Todo esse esforço em descrever
defeitos de conduta tinha um motivo: facilitar o cumprimento dos Dez
Mandamentos. A tradição católica considera que os setes pecados capitais
dão origem a todos os outros pecados. A Bíblia não diz isso, mas
concorda que são pecados e devem ser evitados. A seguir, vejamos os
pecados capitais sob a ótica de Ellen G. White:
1. Gula
"Não estejas entre os bebedores de vinho nem entre os comilões de carne. Porque o beberrão e o comilão caem em pobreza; e a sonolência vestirá de trapos o homem." (Pv 23:20-21)
"Sobrecarregar o estômago é um pecado comum, e quando se usa
demasiado alimento, todo o organismo é sobrecarregado. A vida e
vitalidade, em vez de aumentar, diminuem. É assim como Satanás planeja. O
homem utiliza suas forças vitais no desnecessário trabalho de cuidar de
excesso de alimentos. Por tomar demasiado alimento, não apenas gastamos
descuidadamente as bênçãos de Deus, providas para as necessidades da
natureza, mas causamos grande dano a todo o organismo. Contaminamos o
templo de Deus, que é enfraquecido e mutilado; e a natureza não pode
fazer o seu trabalho bem e sabiamente, como Deus designara que fosse. A
Palavra de Deus coloca o pecado de glutonaria na mesma categoria que a
embriaguez. Os que isto fazem não são cristãos, não importa quem sejam
ou quão exaltada seja sua profissão de fé. Comer demais é o pecado deste
século." (Conselhos sobre o Regime Alimentar, pp. 131-142)
2. Avareza
"Porque o amor do dinheiro é raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram com muitas dores." (1Tm 6:10)
"Não deves ser avarento, mas honesto contigo mesmo e com teus irmãos.
A avareza é um abuso das beneficências de Deus. Seja qual for a vossa
vocação ou posição, se acariciardes o egoísmo e a cobiça, sobre vós
recairá o desagrado do Senhor. Não façais da obra e da causa de Deus uma
desculpa para tratar de maneira avara e egoísta com qualquer pessoa,
mesmo que estejais fazendo um negócio que se relacione com Sua obra.
Deus não aceita coisa alguma no sentido de ganho que seja levado para o
Seu tesouro por meio de transações egoístas." (Conselhos sobre Mordomia,
p. 145)
3. Luxúria
"Mas a impudicícia e toda sorte de impurezas ou cobiça nem sequer se nomeiem entre vós, como convém a santos." (Ef 5:3)
"Os pecados que atraíram a vingança sobre o mundo antediluviano,
existem hoje. Aquilo que em si mesmo é lícito, é levado ao excesso.
Multidões não se sentem sob qualquer obrigação moral de reprimirem seus
desejos sensuais, e tornam-se escravos da luxúria. Os homens estão
vivendo para os prazeres dos sentidos, para este mundo e para esta vida
unicamente. A extravagância invade todas as rodas da sociedade. A
entrega de todas as faculdades a Deus, simplifica grandemente o problema
da vida. Enfraquece e abrevia milhares de lutas com as paixões do
coração natural." (Patriarcas e Profetas, p. 62)
4. Ira
"Deixa a ira, abandona o furor; não te impacientes; certamente, isso acabará mal." (Sl 37:8)
"Os que, a qualquer suposta provocação, se sentem em liberdade de
condescender com a zanga ou o ressentimento, estão abrindo o coração a
Satanás. Amargura e animosidade devem ser banidas da alma, se queremos
estar em harmonia com o Céu. Se condescendermos com a ira, a
concupiscência, a cobiça, o ódio, o egoísmo ou outro pecado qualquer,
tornamo-nos servos do pecado. Muitos consideram as coisas pelo seu lado
mais escuro; engrandecem suas supostas ofensas, nutrem a ira, e são
tomados de sentimentos de vingança e ódio, quando em verdade não tinham
causa real para esses sentimentos. Resisti a esses sentimentos errados, e
experimentareis grande mudança em vossas relações com os semelhantes."
(Mente, Caráter e Personalidade vol. 2, pp. 516-523)
5. Inveja
"O ânimo sereno é a vida do corpo, mas a inveja é a podridão dos ossos." (Pv 14:30)
"A inveja não é meramente uma perversidade do gênio, mas uma
indisposição que perturba todas as faculdades. Começou com Satanás. Ele
desejou ser o primeiro no Céu e, como não alcançasse todo o poder e
glória que buscava, rebelou-se contra o governo de Deus. Invejou nossos
primeiros pais, tentando-os ao pecado, e assim os arruinou, e a todo o
gênero humano. O invejoso fecha os olhos às boas qualidades e nobres
ações dos outros. Está sempre pronto a desprezar e representar
falsamente aquilo que é excelente. Os homens muitas vezes confessam e
abandonam outras faltas; do homem invejoso, porém, pouco se pode
esperar. Visto como invejar a alguém é admitir que ele é superior, o
orgulho não tolerará nenhuma concessão. O invejoso espalha veneno aonde
quer que vá, separando amigos, e suscitando ódio e rebelião contra Deus e
o homem. Procura ser considerado o melhor e o maior, não mediante
heroicos e abnegados esforços por alcançar ele mesmo o alvo da
excelência, mas sim ficando onde está e diminuindo o mérito dos outros."
(Testemunhos Seletos vol. 2, p. 19)
6. Preguiça
"O que trabalha com mão preguiçosa empobrece, mas a mão dos diligentes vem a enriquecer-se." (Pv 10:4)
"Foi-me mostrado que muito pecado é resultado da preguiça. Mãos e
mentes ativas não acham tempo para dar ouvidos a toda tentação sugerida
pelo inimigo; as mãos e os cérebros ociosos, porém, estão sempre em
condições de ser controlados por Satanás. Quando não devidamente
ocupada, a mente demora-se em coisas impróprias. É vil preguiça o que
faz com que criaturas humanas olhem com desprezo os simples deveres
diários da vida. A recusa a cumpri-los produz uma deficiência mental e
moral que há de ser vivamente sentida algum dia. Em algum tempo, na vida
do preguiçoso, sua deformidade aparecerá claramente definida. No
registro de sua vida, acham-se escritas as palavras: Um consumidor, mas
não produtor." (Conselhos para a Igreja, p. 197)
7. Soberba
"A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito, a queda." (Pv 16:18)
"A soberba é um terrível aleijão no caráter. 'A soberba precede a
ruína'. Isto é verdade na família, na igreja e na nação. O Redentor nos
adverte contra a soberba da vida, mas não contra sua graça e natural
beleza. Sempre que a ambição e o orgulho são tolerados, a vida é
maculada; pois o orgulho, não sentindo necessidade, cerra o coração para
as bênçãos infinitas do Céu." (Profetas e Reis, p. 60).
Muito bom esse ensinamento Pena que as pessoas fazem Vista grossa.
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