Recente pesquisa da Confederação Nacional do Comércio, Bens, Serviços e Turismo (CNC), divulgada em julho, mostra que 56,8% das famílias brasileiras entrevistadas se declararam endividadas no mês de junho. O universo pesquisado foi de 18 mil consumidores. A CNC também apurou o percentual dos que afirmam possuir débitos em atraso. No mês de junho, o percentual foi de 23,7%. Apesar de analistas afirmarem que tem havido uma sensível diminuição, os números ainda são expressivos.
Um
relatório do Instituto de Finança Internacional, divulgado em abril desse ano,
apontou que o endividamento global aumentou 5% nos últimos quatro meses de 2017
(237 bilhões de dólares). Entre as principais causas identificada estava o
crescimento do nível de endividamento das famílias.
Endividamento
é um problema que provavelmente afeta, também, muitos cristãos. E tem relação
com princípios de generosidade, por exemplo, na devolução de dízimos e ofertas.
O pastor Marlon Lopes, diretor financeiro da Igreja Adventista do Sétimo Dia na
América do Sul, conversou com a reportagem da Agência Adventista Sul-Americana
de Notícias (ASN) a respeito desse problema e deu orientações práticas.
Constantemente
vemos que o endividamento das pessoas é um problema preocupante, principalmente
em economias emergentes. Na sua avaliação, qual é a raiz desse grande
endividamento das famílias?
Paulo
menciona em Filipenses 4:11-13 “…aprendi a viver contente em qualquer
situação”. Isso nos dá uma opção de pensar que o endividamento, na maioria das
vezes, é a falta da capacidade de aprender a ser feliz com aquilo que se tem.
Existem vários estudos conectando o endividamento das pessoas a compulsão por compras. A compulsão por ter coisas é a maneira com que as pessoas tem buscado a felicidade, porém esta estratégia não tem sido eficaz nesta busca. E os números estão aí para nos provar isto. (Hebreus 13:5)
Existem vários estudos conectando o endividamento das pessoas a compulsão por compras. A compulsão por ter coisas é a maneira com que as pessoas tem buscado a felicidade, porém esta estratégia não tem sido eficaz nesta busca. E os números estão aí para nos provar isto. (Hebreus 13:5)
A Bíblia
adverte quanto ao uso racional das finanças, certo? O que se pode dizer sobre
isto?
O segundo
tema mais encontrado na Bíblia é sobre o dinheiro e, na maioria das vezes, a
menção é como advertência, preocupação sobre o mau uso. Isso nos deve colocar
num outro nível de compreensão. Precisamos entender a razão porque Deus nos dá
o dinheiro, o propósito do dinheiro na nossa vida, etc. Em nenhum momento você
encontra na Bíblia a defesa da ideia do “dinheiro pelo dinheiro.” Quanto mais
nobre forem seus propósitos com o dinheiro, mais feliz você será e menos riscos
de descontrole financeiro também.
Quais são
as orientações e conselhos que o senhor dá para quem quer ter as finanças
equilibradas?
A primeira
coisa que precisamos entender é que não existe caminho milagroso, em que se
deixa a gestão no “piloto automático” e tudo acontece, especialmente quando se
fala em sair do endividamento e mudança de estilo de vida. Isso exige atenção e
disciplina.
Aqui vão
algumas dicas simples que podem ajudar:
* Tenha
um orçamento: isso é básico. Você precisa saber seu potencial, bem como seu
limite.
* Coloque
as prioridades na ordem correta (Deus, família, mundo).
* Tenha
um plano de reserva definido, claro e adequado à sua realidade. Alguns chamam
esta reserva de dízimo pessoal.
* Reúna a
família e tomem as decisões em conjunto. Cada um precisa se sentir responsável
pela saúde financeira familiar.
*
Comemore cada avanço alcançado ao longo do caminho.
Isso pode
não resolver seus problemas e certamente não quero ser superficial, mas
certamente estas dicas serão um apoio nas suas decisões.
A
fidelidade nos dízimos e ofertas tem relação direta com esta vida financeira equilibrada
também? E por quê?
A
fidelidade nos dízimos e ofertas é fundamental. É o inicio de tudo. Algumas
pessoas tem uma compreensão errada sobre por que dizimar. Alguns entendem que
devem dizimar para Deus os abençoar. Porém o dízimo é exatamente o contrário:
Deus já o abençoou e o que estamos fazendo é somente devolver os 10% dEle, da
bênção já recebida. Em outras palavras: o dinheiro já foi para seu bolso e o
que você está fazendo é devolver a parte dEle. O mesmo princípio se passa com
as ofertas: gratidão pela bênção já recebida. Um ponto muito importante a
entender é que a fidelidade a Deus nos dízimos e ofertas tem impacto positivo
na parte que fica com você, e esta é uma bênção específica para aqueles que são
fiéis: sabedoria na gestão dos recursos pessoais, fazendo toda a diferença
neste mundo onde cada vez mais os valores estão invertidos.
From Notícias Adventistas
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