domingo, 22 de julho de 2018

O que Meghan teve que deixar para trás ao se casar com um príncipe

Recentemente, fiz uma série de palestras e pregações na cidade de Londres. Entre uma tarefa e outra, aproveitei para conhecer alguns lugares significativos, como a casa em que Isaac Newton nasceu, a Abadia de Westminster (onde estão sepultados Newton, Darwin e outras figuras importantes), o Museu Britânico, o de Ciências e o de História Natural, além de outros pontos turísticos. O que eu não sabia é que havia três coincidências interessantes reservadas para mim nessa passagem pela Inglaterra.
No alto da famosa roda-gigante London Eye, me dei conta de que estava sendo realizado um verdadeiro desfile de aviões militares. Aeronaves de vários tamanhos riscaram o céu azul daquela manhã de terça-feira. Uma esquadrilha formou o número 100 (o que me fez desconfiar de alguma efeméride) e outra deixou um rastro de fumaça com as cores da bandeira britânica. Um verdadeiro show! E eu ali, assistindo a tudo bem de perto, como se tivesse programado.
Depois de visitar a Abadia de Westminster, naquela mesma manhã, fui em direção ao Palácio de Buckingham. No caminho, me deparei com uma avenida decorada com bandeiras e fechada com um cordão de isolamento. Era certo que alguma coisa especial estava mesmo acontecendo – e que eu estava bem desinformado. Juntei-me à multidão e perguntei a uma moça com uniforme militar de gala: “Quem está vindo aí?” A resposta dela foi breve e com expressão de estranheza no rosto: “The queen of England!” Não consegui ver a rainha, mas recebi um tchauzinho da Duquesa de Cambridge, Kate Middleton. Mais uma vez fiquei feliz em estar no lugar certo, na hora certa, mesmo sem saber do que se passava.
A outra coincidência ocorreu dois dias depois, na cidade de Windsor. O plano era conhecer o famoso castelo, mas não foi possível entrar nele. Por quê? Porque o presidente norte-americano Donald Trump estava lá, em visita à rainha. E ali mais uma vez me vi cercado por uma pequena multidão, que dessa vez protestava contra o visitante. Mas vou deixar essa terceira coincidência de lado e me concentrar nas duas primeiras.
De fato, aquela terça-feira foi um dia de festa. Os ingleses estavam celebrando os cem anos da RAF, a famosa Força Aérea Real. A nobreza toda estava no local reservado para o evento, onde havia alguns aviões e helicópteros militares em exibição. A partir de certo ponto o povo não podia avançar. Podíamos apenas ver à distância milhares de militares fardados e mulheres elegantemente vestidas, entre elas a recém-casada Duquesa de Sussex. Dei toda essa volta para falar exatamente dela, pois acho que a moça ainda não se acostumou a toda essa pompa real. Na verdade, a vida dela mudou radicalmente a partir do momento que se uniu em matrimônio ao príncipe Harry.
Ao se casar com Henry Charles Albert David, mais conhecido como Harry, a atriz norte-americana Meghan Markle recebeu o título de Duquesa de Sussex e, de certa forma, passou a viver um conto de fadas desejado por muitas mulheres em todo o planeta. O que talvez muitas não saibam é que, pelo fato de agora fazer parte da realeza britânica, Meghan terá que abrir mão de muitas coisas – o que, ao que tudo indica, ela fez com muita satisfação. Veja algumas dessas coisas que a moça terá que deixar para trás e como essa escolha dela nos faz pensar em nossa cidadania celestial.

1. Casada com o príncipe Harry, Meghan terá os holofotes sempre voltados para sua família. Ela estará constantemente sujeita a críticas ou elogios, dependendo de suas atitudes. Assim também é a vida de quem decide servir ao Rei Jesus e fazer parte de Seu reino. Torna-se vitrine, tanto real quanto virtual. Espetáculo ao mundo, tanto a anjos quanto a homens (1 Coríntios 4:9). Não vive mais para si mesmo, mas torna-se representante do reino que abraçou, mais ou menos como Meghan, que agora também representa a realeza britânica. E, pelo que se pode perceber nas fotos e nas entrevistas, ela não se arrepende nem um pouquinho disso. Você considera um privilégio pertencer ao reino de Deus e aceitar as responsabilidades naturais disso, ou encara isso como um fardo?

2. Logo após anunciar seu noivado com o príncipe, Meghan também confirmou sua saída da série “Suits”. A Duquesa de Sussex parece ter encarado sua aposentadoria precoce numa boa. Em entrevista ao Hello Magazine, ela comentou essa nova fase: “Vejo isso como uma mudança… Um novo capítulo, entende?” Vale lembrar que ninguém da família real tem um emprego remunerado, o que tornaria impossível sua carreira de atriz. A partir de agora, Meghan vai se dedicar às causas humanitárias. Quando alguém aceita Jesus como Salvador e Senhor, inevitavelmente acaba tendo que deixar muitas coisas para trás. Às vezes, até uma carreira, um emprego. E faz isso por amor a Deus e para se dedicar a tarefas que não contrariem a vontade dEle.

3. Os membros da família real são representados nas redes sociais através do perfil oficial do Palácio de Kensington. Por conta disso, Meghan excluiu sua conta no Instagram e seu blog, The Tig. Além disso, a Duquesa de Sussex deve evitar selfies, pois a rainha Elizabeth II não aprova esse estilo de fotografia. De maneira semelhante, os filhos de Deus somente postam fotos e conteúdos aprovados por seu Rei. Cristãos devem ser modestos, discretos e focados, evitando divulgar ou curtir/compartilhar qualquer conteúdo que não edifique, que deixe uma impressão ruim a seu respeito e que não contribua em nada para o bem. Como acontece com a família real, cristãos devem se preocupar com seu bom nome e com o nome de seu Rei. Pergunte sempre: Será que meu Rei aprovaria esse tipo de conduta de minha parte? Será que Ele aprovaria esse conteúdo que estou consumindo e/ou que desejo partilhar?

4. Há diretrizes rígidas sobre o que é aceitável para alguém da realeza usar e o que não deve vestir. Algumas cores devem ser evitadas e calças estão fora de questão. Apesar de ter uma personalidade forte, Meghan dificilmente terá como fugir das regras mais tradicionais. A Duquesa de Sussex vai precisar adotar roupas mais conservadoras, como saias e vestidos abaixo dos joelhos. Por respeito à sua função e, principalmente, à realeza, Meghan terá que mudar seu guarda-roupa e adotar roupas decentes e distintas. Que tremenda lição para aqueles e aquelas que pertencem ao reino de Deus! Cada vez que vai a uma loja ou ao guarda-roupa escolher uma peça você se pergunta se esse traje vai honrar o nome do seu Deus? Será que o que visto faz com que as pessoas tenham bons pensamentos a meu respeito e a respeito dAquele a quem afirmo servir? Se Meghan terá que mudar ser guarda-roupa por respeito à sua função, quanto mais deveriam levar a sério esse tipo de coisa aqueles que se consideram embaixadores de Jesus e de Seus reino.

5. Agora que já disse “sim”, Meghan entrará com o processo para obter a cidadania britânica. Apesar da influência da família real, o procedimento deve durar alguns anos. É possível que a atriz renuncie à cidadania americana quando for declarada cidadã britânica. Algo semelhante ocorre com aqueles que abraçam o reino de Deus: renunciam ao mundo e às suas paixões (1 João 2:16) e passam a ser cidadãos do reino do Céu, com seus privilégios e suas responsabilidades. Pertencer a Deus e à Sua igreja é a coisa mais importante para eles, acima de qualquer outra filiação ou bandeira.

6. No passado, Meghan costumava se posicionar quando o assunto era política. Durante as últimas eleições dos Estados Unidos, ela chegou a postar uma foto de Hillary Clinton no Instagram, com a legenda: “Estou com ela.” Ela também se opôs ao Brexit, a saída do Reino Unido da União Europeia. Porém, agora, ela terá que ser muito mais discreta e prudente, pois os membros da realeza não têm permissão para expressar opiniões políticas em público. O cristão também procura ser prudente quando o assunto é política e outros temas delicados e polarizantes, afinal, o maior propósito de um filho de Deus é pregar o evangelho e alcançar todas as pessoas, de todos os credos e de todas as posições políticas. Se for partidarista, o cristão poderá fechar muitas portas. Por isso, ele imita seu Rei que, quando esteve aqui, não Se envolveu em questões políticas, pois Seu reino não é deste mundo. Cumpriu Suas obrigações de cidadão, mas deixou com César os assuntos que pertenciam a César.

7. Meghan terá que se despedir de seu nome de batismo junto com todos os outros apelidos que adquiriu ao longo dos anos. Após o casamento, ela passou a ser conhecida como Sua Alteza Real Duquesa de Sussex. Além do ducado, o casal também recebeu os títulos de Conde e Condessa de Dumbarton e Barão e Baronesa de Kilkeel. Quando se converte e é batizado, o cristão também passa a ser uma nova pessoa, uma nova criatura. Seu passado não mais importa. Seus pecados ficam para trás e ele passa a viver em novidade de vida com Jesus, aguardando o dia em que igualmente receberá um novo nome.

8. As mulheres da família real não podem ficar com as pernas cruzadas, como Meghan costumava fazer antes do casamento. Existe um manual de etiqueta para evitar fotos constrangedoras. O estilo Duchess Slant é o modo encontrado por mulheres para evitar que partes íntimas corram o risco de ser expostas. Em vez de cruzar as pernas, elas sentam com os joelhos juntos e os tornozelos cruzados. Os cristãos também devem se preocupar com esse importante aspecto comportamental: a decência. Assim como ocorre com as mulheres da realeza, as mulheres cristãs farão de tudo para preservar sua dignidade, feminilidade e discrição.

9. Meghan não poderá mais pintar as unhas de qualquer cor. As mulheres da realeza devem optar por tons claros, com aspecto mais natural. Não à toa, Meghan é vista com cores neutras nas unhas desde que passou a namorar Harry. Em seu casamento, ela escolheu a cor favorita da rainha Elizabeth II. Mais uma atitude digna de imitação. Qual a cor favorita de Jesus? Qual atitude Ele aprova? Como devo me comportar para ser visto como um servo dEle?

10. Assim como os demais membros da realeza britânica, Meghan é orientada a nunca comer lagostas, mexilhões e camarões. O motivo? O alto risco de doenças que podem ser transmitidas por esses alimentos. Além dos frutos do mar, eles também são aconselhados a evitar carnes raras e água da torneira, enquanto viajam para o exterior. Os cristãos que levam a sério os conselhos de saúde dados por Deus na Bíblia curiosamente também não comem esse tipo de alimento, além de não ingerir bebidas alcoólicas, não fumar nem fazer uso de drogas. E fazem isso não apenas para evitar doenças, mas para ter uma mente clara a fim de se manterem conectados com seu Rei.

11. Meghan também precisou seguir a tradição na hora de montar seu buquê de casamento. Ela teve que incluir a flor de murta, símbolo do amor, que é usada desde o casamento da filha da rainha Vitória. Ela também usou algumas das flores colhidas pelo próprio príncipe Harry. A espécie escolhida por ele foi a miosótis, conhecida como não-me-esqueças, a favorita da princesa Diana, sua mãe. Filhos de Deus igualmente respeitam as boas tradições e amam seus pais. Linda essa atitude de Harry!

12. Sempre que a rainha se levanta todos os membros da realeza devem ficar de pé ao mesmo tempo e só podem voltar aos seus lugares depois dela. Meghan também deve fazer uma reverência sempre que cumprimentar a monarca. Se uma autoridade humana merece todo esse respeito, quanto mais o Rei do Universo! Deus é nosso amigo, nosso Pai, mas também é nosso Senhor e Criador. Portanto, devemos sempre ser reverentes diante dEle e na casa dEle.

13. A partir de agora Meghan até pode usar roupas de couro e pele, mas apenas de animais que não foram sacrificados. A regra também existe porque o guarda-roupa real não deve ser muito luxuoso. A ideia é não chamar atenção. Outra lição para os cristãos súditos do reino de Deus. Nada de luxo. Vida simples, amor às criaturas de Deus e atenção atraída não para si mesmos, mas para o Rei.
É bonito ver como os britânicos respeitam sua rainha e seus nobres. Também é interessante notar como Maghan Markle abriu mão de tanta coisa por amor a seu marido e por respeito à “instituição” da qual ele faz parte. Por amor, ela não considera suas obrigações um fardo. Na verdade, sente-se honrada e feliz. Esta também deveria ser a atitude de todo cristão: sentir-se honrado por pertencer ao reino de Deus e feliz por poder fazer a vontade de seu Rei.

Michelson Borges

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