sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

A Palavra revelada de Deus

 Revista Adventista
Entenda como a Bíblia foi escrita e o que significa dizer que ela é um livro inspirado
 
Alberto, um jovem cristão, estava se preparando para uma viagem de férias. O amigo, Gustavo, veio buscá-lo e lhe perguntou:
– Já arrumou suas coisas? Está tudo pronto?
– Quase – respondeu Alberto. – Só falta pôr mais umas coisinhas na mala: – completou, enumerando uma lista – um mapa, uma lâmpada, uma bússola, um espelho, uma cesta de comida, alguns livros de poesia, algumas biografias, uma coletânea de cartas antigas, um livro de cânticos, um livro de histórias, um metro, um prumo, um martelo, uma espada, um capacete…
A essa altura, o amigo já estava apavorado:
– Mas, meu amigo, o carro já está cheio, não vai dar para você levar tudo isso!
– Acalme-se. Está tudo aqui! – disse mostrando a Bíblia.
De fato, a Bíblia é a concentração de diversos elementos necessários à vida: esperança, guia, verdade, luz, reflexão, etc. E por isso é um livro tão extraordinário, que dificilmente conseguimos imaginar a história da humanidade sem esse tesouro imensurável. Mas, por que a Bíblia se tornou imprescindível para nós? O que a torna tão especial?
Diferentemente de qualquer outro livro na história da humanidade, a Bíblia passou por um impressionante processo de elaboração. Para começar, como o livro Nisto Cremos afirma, “a singularidade das Escrituras baseia-se em sua origem e fonte”. De fato, os autores bíblicos mencionam com frequência que eles próprios não são os originadores das mensagens que falam ou escrevem. “Eles as recebiam das fontes divinas. Através da revelação divina, eles haviam sido habilitados a ‘ver’ estas verdades” (p. 18). Isso pode ser comprovado em textos bíblicos como estes:
  • “Mas se não quiseres sair, esta é a palavra que me revelou o Senhor” (Jr 38:21, ARA).
  • “Palavra do Senhor que em visão veio a Miqueias…” (Mq 1:1, ARA).
  • “Sim, fizeram o seu coração duro como diamante, para que não ouvissem a lei, nem as palavras que o Senhor dos Exércitos enviara pelo seu Espírito, mediante os profetas que nos precederam…” (Ne 7:12, ARA).
Um dos textos mais esclarecedores a respeito da origem da Bíblia foi escrito pelo apóstolo Paulo, em 2 Timóteo 3:16: “Toda a Escritura é inspirada por Deus…”. A palavra “inspirada” foi traduzida do grego theopneustos, e significa literalmente “proveniente do fôlego de Deus” (Nisto Cremos, p. 19), como se Deus tivesse “soprado” as ideias que formaram a Palavra. Assim, “Deus ‘inspirou a verdade nas mentes dos homens, os quais expressaram estas mesmas verdades em suas próprias palavras, que foram consolidadas nas Escrituras. Portanto, inspiração é o processo através do qual Deus comunica Sua verdade eterna” (ibid.).

Três componentes da inspiração das Escrituras

O apóstolo Pedro também afirma algo fundamental a respeito da inspiração das Escrituras: “Antes de mais nada, saibam que nenhuma profecia da Escritura provém de interpretação pessoal, pois jamais a profecia teve origem na vontade humana, mas homens falaram da parte de Deus, impelidos [movidos] pelo Espírito Santo” (2Pe 1:20-21, NVI).
De acordo com Geisler e Nix, na obra Introdução Bíblica – Como a Bíblia chegou até nós, a partir das palavras de Pedro podemos falar dos três fatores ou componentes da inspiração das Escrituras (p. 12, 13):
  1. Deus é a Causa. O próprio Deus é a Fonte Primordial da inspiração da Bíblia. Foi Ele quem escolheu e estimulou os escritores. Primeiro, falou aos profetas e, a seguir, falou aos seres humanos através desses profetas escolhidos. As verdades reveladas por Deus foram registradas pelos profetas escritores. De modo que o primeiro e mais importante fator fundamental da doutrina da inspiração bíblica é que Deus é a fonte principal e a causa primeira da verdade bíblica.
  1. Os profetas são mediadores. Os profetas que escreveram a Bíblia não eram meros robôs ou autômatos. Eram mais do que apenas secretários que anotaram o que Deus lhes ditava. Eles escreveram de acordo com a consciência que os movia para essa tarefa, mas o fizeram com seus estilos literários e seus vocabulários individuais. A personalidade dos escritores bíblicos não foi violentada por uma intrusão divina. É verdade que a Escritura que eles produziram é a Palavra de Deus, mas também é verdade que nela vemos o ser humano. Afinal, Deus usou a personalidade de cada um dos escritores para comunicar verdades e conceitos divinos.
  1. A Escritura é autoridade. Somos informados que a Escritura é “útil para o ensino, para a correção e para a instrução na justiça, para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra” (2Tm 3:16, 17). Isso sigifica que a Bíblia é a última palavra no que diz respeito a assuntos doutrinários e éticos. Essa autoridade é decorrente da autoridade do próprio Deus, que se expressa na Bíblia através dos escritos proféticos.
Em síntese, a inspiração bíblica consta de três fatores essenciais: (1) Deus, como a Causa, (2) os homens de Deus, como mediadores, e (3)  as Sagradas Escrituras, como o produto final da revelação, a autoridade de Deus registrada pelos homens.

A mensagem da Bíblia

A Bíblia é o livro mais conhecido do mundo. Está nas casas mais simples e nos mais belos palácios; nas pequenas igrejas e nos mais suntuosos templos; nas bibliotecas de cidades do interior e nas mais famosas universidades. Está à disposição de qualquer pessoa. É possível comprá-la por poucos reais, ou pagar uma fortuna por exemplares antigos e raros. Numa boa livraria, você consegue desde as Bíblias mais sofisticadas até as de linguagem mais simples. Se preferir, pode até comprar uma em forma de aplicativo para smartphone, ou mesmo lê-la online.
Entretanto, mais do que sua versatilidade, o que realmente impressiona nela é sua mensagem, a qual, como diz Philip Comfort em sua obra A Origem da Bíblia, lhe confere uma “missão civilizadora”. E qual é a mensagem da Bíblia? Como explica o autor, esse livro revela a história da salvação. “Ao longo de ambos os Testamentos, podem ser distinguidos três elementos comuns nessa história reveladora: Aquele que traz a salvação, o meio de salvação e os herdeiros da salvação” (p. 23). De acordo com a mensagem bíblica, quem traz a salvação é Deus Pai; o meio da salvação é Deus Filho – Jesus Cristo; e os herdeiros da salvação são os seres humanos, impressionados por Deus Espírito Santo.

Poder transformador

É sua mensagem central que atribui poder à Bíblia. Por causa disso, diferentemente de qualquer outra literatura, suas palavras são entesouradas nos corações de multidões. De fato, Philip Comfort tem razão ao afirmar que todos aqueles que recebem seus dons de sabedoria e promessas de nova vida e poder eram, em princípio, estranhos à sua mensagem de redenção, sendo que muitos eram hostis aos seus ensinamentos e exigências espirituais. Em todas as gerações, evidencia-se seu poder de desafiar as pessoas de todas as raças e nações. Aqueles que apreciam a Bíblia – porque sustenta a esperança futura, dá sentido e poder para o presente e correlaciona um passado mal vivido com a graça perdoadora de Deus – não estariam experimentando tais recompensas interiores se as Escrituras não fossem aceitas por eles como a verdade autoritária e divinamente revelada.
Para o crente, a Escritura é a Palavra de Deus dada na forma objetiva das verdades proposicionais por meio de profetas e apóstolos divinamente inspirados, e o Espírito Santo é o doador da fé mediante essa Palavra.

ADOLFO SUÁREZ, pós-doutor em Teologia, é reitor do Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia (SALT)

Pare de se preocupar com o que os outros pensam

Revista Adventista

Karyne Correia

Psicóloga e Mestre em Psicologia. Atua na área clínica, é palestrante e consultora na área de treinamentos, realiza atendimento psicológico online, é coordenadora do Programa Pense Magro, e editora do Blog MulherAdventista.com. Twitter: @karynemlira Blog: www.karynemlira.com Facebook: https://www.facebook.com/KaryneMLiraCorreia



Preocupar-se com o que as pessoas pensam a nosso respeito é uma forma segura de desenvolver, em algum momento da vida, um problema de ordem psicológica. Tudo nessa vida tem limites e, para o nosso bem, a preocupação com o que se passa na mente alheia também deve ter.
Todos, absolutamente todos os pacientes que já atendi tinham algo em comum – se preocupavam com o que as outras pessoas iriam pensar. E eu acredito que a maior parte das pessoas que estão lendo essas palavras agora se identificam com isso também. E, em função do que pensavam que os outros poderiam pensar, eles acabavam por comprometer sua paz, sua felicidade e até mesmo sua saúde.
Pensar sobre o que o outro pensa é uma capacidade que desenvolvemos ainda na infância. A isso chamamos de Teoria da Mente, Leitura Mental, Metacognição, entre outros nomes. Uma pessoa tem essa capacidade desenvolvida se ela é capaz de inferir sobre o que ocorre em sua mente e na dos outros (em termos de pensamento, sentimentos, crenças, etc). E claro, uma vez que o que ocorre na mente do outro não é observável então essas inferências devem ficar no campo da teoria.
No entanto, a ocorrência frequente de pensamentos sobre o que se passa na mente do outro pode gerar muita ansiedade e também estresse nas relações, uma vez que se atribua muita importância a isso. Especialmente porque, normalmente, ao fazermos essas inferências, as tomamos como fatos ao invés de reconhecê-las como teoria. Dessa forma, o pensamento vai além de dúvidas (como “será que ele me acha isso?”, “e se eles pensarem que eu sou aquilo?”, etc), que está geralmente relacionada com transtornos de ansiedade, e admite a forma de conclusões (“eles pensam que eu sou…”, “eles me acham…”, etc) que são muito presentes em casos de problemas na autoestima e depressão.
Esse tipo de pensamento, de se preocupar com o que os outros pensam, pode ocorrer em relação a qualquer área da vida. Algumas pessoas são muito seguras como profissionais, mas sofrem com pensamentos desse tipo nas relações. Outros vivem exatamente o contrário. O fato de alguém ser seguro ou até mesmo bem-sucedido em alguma área da vida, não significa que ele está blindado de sofrer com esse tipo de preocupação.

Leitura mental

A leitura mental, uma vez que deixa de ser entendida como teoria e passa a ser compreendida como fato, é uma distorção cognitiva, uma forma equivocada de ler a realidade, que gera preocupação, sofrimento e dor. Nenhum de nós tem a habilidade de ler o que se passa na mente de outras pessoas. E a menos que as pessoas verbalizem aquilo que elas pensam, não deveríamos empregar tempo em alimentar suspeitas, e nem mesmo chegar a conclusões sobre o que elas possam pensar sobre nós em muitos casos. É claro que uma experiência passada de conflito com alguém, por ter nos interpretado mal nos deixa em estado de alerta contra um segundo possível conflito. Mas se essa preocupação se torna o foco do nosso pensamento e isso nos faz mais mal do que bem.
Algo que não me canso de repetir é que não há nada que possamos fazer para que as pessoas pensem bem a nosso respeito todo tempo. Existem coisas que você fará e agradará dezenas de pessoas. Mas essas mesmas coisas desagradarão outras dezenas de pessoas. As pessoas gostam de nós e não gostam de nós exatamente pelos mesmos motivos. Desejar ser alvo dos melhores pensamentos de cada ser humano com quem entramos em contato é matar-se aos poucos.
Mas e quando as pessoas não apenas pensam mal sobre nós, mas também falam mal de nós. Uma vez que elas verbalizaram o que pensam, não devemos nos preocupar? Eu costumo dizer que só devemos nos preocupar com aquilo com o qual podemos nos ocupar em resolver. É possível resolver algo desse tipo? É possível impedir que alguém saia por aí falando mal sobre nós? A resposta é NÃO.
Se você der motivo, as pessoas falarão. Se você não der, elas falarão também. Quando alguém tem o mau hábito de fazer fofoca, espalhar boatos, ou inventar mentiras a respeito de outras pessoas, não há nada que se possa fazer para impedi-la. Apenas quando ela se arrepender e se converter desse mau hábito é que ela deixará de praticá-lo. Então, preocupar-se com o que as pessoas pensam e dizem não resolve o problema, só gera novos problemas.
A esta altura, algum leitor pode estar se perguntando: mas e a minha reputação? Eu demorei a conseguir responder a essa pergunta. Há dez anos eu ajudo pessoas a se libertarem de diferentes distorções cognitivas, inclusive desta que estou comentando aqui – a leitura mental. Mas quando o paciente me confrontava com realidades como fofoca, calúnia, difamação, eu confesso que esse questionamento sempre vinha a minha mente: e como ficará a sua reputação? Este era o mesmo questionamento que eu me fazia quando eu era o alvo das más línguas também.
Então, Deus me guiou à leitura de um texto, escrito por Ellen White, que mudou a minha vida e por consequência tem mudado a vida de pacientes que eu atendo e que sofrem com situações como as que estou comentando aqui.
“Podemos esperar que circulem relatos falsos a nosso respeito; mas se seguirmos um procedimento reto, se nos mantivermos indiferentes a essas coisas, outros também assim ficarão. Deixemos com Deus o cuidado de nossa reputação. … A calúnia pode arrefecer pela nossa maneira de viver; não arrefece mediante palavras indignadas. Que nossa grande ansiedade seja no sentido de agir no temor de Deus e mostrar por nossa conduta que essas acusações são falsas.” Mente, Caráter e Personalidade, volume 2, página 548.
Eu comento um pouco mais sobre essa questão no vídeo Cristão com má reputação. Aqui quero apenas ressaltar um ponto: nossa preocupação (ou ansiedade) não deve ser sobre quem as pessoas pensam/ou dizem que somos, mas sobre quem realmente nós somos. Você não tem e nunca terá controle sobre o que as outras pessoas pensam sobre você. Mas você pode exercer a cada instante o poder de decisão e com isso cuidar de quem você de fato é.
“Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai”. Filipenses 4:8

A morte não precisa ser o fim

Revista Adventista


Um feriado nacional brasileiro muito esquisito talvez seja um dos que mais possam nos fazer pensar nesta coluna. No Brasil, 2 de novembro é o dia dos mortos. E aqui é o espaço onde buscamos aprender e refletir sobre como escapar dessa condição, a qual, ainda que seja uma das poucas e maiores certezas da vida, ninguém quer saber dela. Ou você quer?
Há poucos dias, tive que ajudar uma mulher muito cristã, tomada pelo câncer, a preparar-se para a morte. Cristina chorou profundamente porque não queria encerrar sua vida neste mundo com apenas 37 anos. Lembrei-me de uma frase que, certa vez, vi escrita na traseira de um caminhão: “Se a morte é um descanso, prefiro viver cansado”. Hilário, mas profundo, esse suspiro revela uma realidade: o ser humano se recusa a acreditar na fatalidade de que – após lutar para descobrir o mundo, aprender lições novas, relacionar-se, ter paixões, procriar, perseguir metas e buscar a felicidade – seja possível que sua tão complexa existência se dissipe como um gás, assim que o coração para.
Talvez seja por isso que “o Brasil foi sempre um terreno fértil para crenças baseadas na [suposta] comunicação com os espíritos e na reencarnação”, pois oito em cada dez brasileiros acreditam que o espírito da pessoa vai para algum lugar após a morte, e 69% creem que os mortos “bons” estão num paraíso, ao lado de Deus.[i] Além do nosso País, nos EUA 51% dos americanos acreditam em espíritos, 27% deles em reencarnação, e nove em dez estão certos de que a alma sobrevive à morte.
Mas, se há tanta crença de que o óbito não é um fim, por que temê-lo tanto? Se as pessoas acreditam que quem morre pode ir ao paraíso, porque se desesperam, não querendo morrer? Milhares creem numa reencarnação, mas preferem não se “desencarnar”. Por quê? Se existe o purgatório, por que não curtir os prazeres do pecado nesta vida, e então deixar pra decidir quando estiver lá? Se a morte faz parte da vida, por que temê-la? É porque as pessoas não têm certeza de que esses mitos sejam verdadeiros, pois não há como prová-los.

Fundamento bíblico

Na realidade, é difícil que qualquer um deles seja verdadeiro, pelas seguintes questões: Se as pessoas que são boas, quando morrem, vão logo pro céu, por que Jesus não foi imediatamente para lá quando morreu? Tente responder biblicamente. Ele reencarnou? Quem foi a reencarnação dEle?
O teólogo Clark Pinnock, defendendo que a Bíblia não ensina que há um inferno eterno, pergunta: “Será que Aquele que disse para amar os nossos inimigos pretende cultivar a vingança sobre Seus próprios inimigos por toda a eternidade?” Se o Céu é um lugar de perfeição, paz e alegria, os que morreram e nos amam ficam de lá contemplando nosso sofrimento? É que a verdade bíblica é muito diferente dessas crendices populares. Busque aprender o que a Palavra de Deus ensina sobre isso.[ii]
Pela Bíblia, sabemos que “nosso Senhor Jesus Cristo é o único que possui imortalidade” (1Timóteo 6:14-16). A primeira mentira do mundo (Gênesis 3:4) foi sobre a imortalidade da alma. E por ter sido proferida pelo autor de todas as mentiras (João 8:44), tornou-se um engano global. É claro que a morte é um intruso em nosso planeta, consequente do pecado que nele existe (Romanos 5:12). Desde sua introdução ao mundo, Deus deixou explicado ao homem como seria o seu desfecho: “porque você é pó, e ao pó voltará” (Gênesis 3:19). Podemos compreender melhor “para onde vamos” quando temos consciência “de onde viemos”. Cristo exemplifica isso. Muito melhor do que ter reencarnado ou se transformado em algo etéreo, Jesus ressuscitou, em carne e osso! Isso é tão diferente das crendices populares que nem mesmo os discípulos acreditavam (Lucas 24:38-43)!

Vitória sobre a morte

A resposta para a morte é a ressurreição, quando então os justos receberão a imortalidade, em corpos recriados e perfeitos. “Não fiquem admirados com isto, pois está chegando a hora em que todos os que estiverem nos túmulos ouvirão a sua voz e sairão; os que fizeram o bem ressuscitarão para a vida, porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna. E os que fizeram o mal ressuscitarão para serem condenados.” Então, “todos os que praticam a iniquidade, nada obstante, serão destruídos para sempre” (João 5:28-29; 3:16; Salmo 92:7). “Felizes os mortos que morrem no Senhor” (Apocalipse 14:13). Para eles, “o morrer é lucro”, pois têm a garantia de um dia “estar com Cristo, o que é muito melhor” (Filipenses 1:21-23).
Meu amigo, a chance de escolher o destino eterno é só nesta vida, e você não sabe quando ela termina. “Pois, que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?” (Marcos 8:36). Acontecerão somente duas ressurreições: uma dos salvos e a outra dos perdidos. A primeira é a ressurreição da glória, a segunda, a da vergonha.
Você quer fazer parte da primeira delas? Você já teve que sepultar alguém muito querido?[iii] Quem é o falecido querido que você quer encontrar no dia da ressurreição? Você quer ter a vida eterna? “Esta é a vida eterna: que conheçam o único Deus verdadeiro e a Jesus Cristo” (João 17:3). Após ungirmos a Cristina, ela descansou sorrindo e em paz, porque durante sua vida ela já havia feito o preparo de ter buscado conhecer a Cristo. Busque, cada vez mais, conhecer a Jesus. Ajude seus queridos a conhecerem este autor da vida (João 10:18), e tudo o que teremos a comemorar serão dias de esperança!

Conheça mais sobre a visão dos adventistas do sétimo dia a respeito do assunto:


Referências:
[i]CARELLI, Gabriela. Vida após a morte. Revista Veja. São Paulo: Editora Abril, 11/05/2005, p. 116-117.
[ii]GONÇALVES, Luís. A verdade sobre a morte. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=qCENnnZKuSI>. Acesso em: 16 nov. 2017.
[iii]BULLÓN, Alejandro. Como enfrentar a perda de um ser querido? Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=ViecXqgZ898>. Acesso em: 16 nov. 2017.

Os filhos de Deus, as filhas dos homens e os gigantes (Gn 6:4)

 
A expressão “filhas dos homens”, em Gênesis 6:2 e 4, é o feminino de “filhos dos homens”, termo que aparece ao longo do Antigo Testamento sempre em referência a seres humanos, sejam eles ímpios ou justos (Gn 11:5; Sl 21:10; 36:7; 90:3; 107:8, 21, 31; 145:12; Pv 8:4; Ec 3:10, 21). No entanto, essas “filhas dos homens” deveriam ser descrentes em Deus, descendentes de Caim (Comentário Bíblico Adventista, v. 1, p. 237, 238), visto que o casamento delas com os “filhos de Deus” é relatado como algo negativo, que contribuiu para a corrupção dos seres humanos e seu consequente aniquilamento pelas águas do dilúvio.

Mas o que dizer da expressão “filhos de Deus”, em Gênesis 6:2 e 4? Antigos comentaristas judeus, além dos chamados pais da igreja e muitos expositores modernos, interpretam esses “filhos” como sendo anjos, comparando-os com os “filhos de Deus”, mencionados em Jó 1:6, 2:1 e 38:7. Esse ponto de vista deve ser rejeitado porque a punição que logo sobreviria era pelos pecados dos seres humanos (ver v. 3) e não dos anjos. Além disso, segundo Mateus 22:30, anjos não se casam (Comentário Bíblico Adventista, v. 1, p. 237, 238).
Assim, uma vez que os “filhos de Deus” se casaram, então essa expressão deve excluir os anjos, mas deve se referir aos homens da linhagem de Sete (Gn 4:25), sendo que, com o nascimento de seu filho Enos, “se começou a invocar o nome do Senhor” (4:26). É interessante ver como Deus considera os que lhe obedecem como seus filhos: “Filhos sois do Senhor, vosso Deus” (Dt 14:1), “Trazei meus filhos de longe e minhas filhas das extremidades da Terra” (Is 43:6), “Não temos nós todos o mesmo Pai? Não nos criou o mesmo Deus?” (Ml 2:10).
Esses descendentes de Sete, que “invocavam o nome do Senhor”, devem ser vistos como os “filhos de Deus”, que acabaram se casando com as “filhas dos homens”, descendentes de Caim, e os seres humanos se tornaram tão corrompidos e violentos que Deus teve que destruí-los no dilúvio.
Quanto aos gigantes (nefilim) que havia na Terra (Gn 6:4), deve-se pensar primeiramente nos gigantes físicos, pessoas de alta estatura, mas também em gigantes intelectuais, como eram as pessoas antediluvianas. Lamentavelmente não foram gigantes espirituais. Como não usaram para o bem seus dotes físicos e mentais, acabaram se tornando gigantes na maldade (6:5), sendo afinal destruídos pelo dilúvio.
As lições que ficam do relato do casamento dos “filhos de Deus” com as “filhas dos homens” são: (1) que o “jugo desigual” é sempre danoso para o casamento e para os filhos que dele resultarem; por isso, ele é condenado pela Bíblia (2Co 6:14, 15); e (2) que a beleza física não é o fator mais importante na escolha do cônjuge. Os “filhos de Deus” viram “que as filhas dos homens eram formosas, tomaram para si [...] as que, entre todas, mais lhes agradaram” (Gn 6:2). Eles não levaram em conta o caráter dessas “filhas dos homens”. E o resultado foi a apostasia deles e de sua descendência.
Essas lições precisam ser aprendidas por todos, especialmente por aqueles que pretendem se casar. A história dos casamentos dos antediluvianos está na Bíblia como um alerta sobre a importância da fé e da piedade como características essenciais nos relacionamentos conjugais.
Ozeas C. Moura (via Revista Adventista)
 
 

sábado, 18 de novembro de 2017

Sobre a hipocrisia...

"Como é feliz aquele a quem o Senhor não atribui culpa e em quem não há hipocrisia!" (Salmos 32:2)

Um dos predicados que Jesus mais usou para (des)qualificar as pessoas durante seu ministério terreno foi “hipócrita”. Era o adjetivo principal que Ele utilizava para se referir aos escribas e fariseus, por exemplo. Nas minhas leituras da Bíblia, acabei atentando para essa palavra e acabei me entregando à reflexão acerca da hipocrisia. E tenho pensado tanto sobre a minha hipocrisia quanto a das pessoas que me cercam. Não se espante de eu dizer “a minha”, porque quando se é honesto consigo mesmo é impossível não reconhecer que todos temos um pouco (ou muito) dela. Uns mais, outros menos, mas todos temos nossa dose desse mal, nem que seja em nome do bom convívio social. Não virar a mão na cara de uma pessoa que você sabe que está mentindo para você e ficar sorrindo para ela não deixa de ser um ato hipócrita, se você parar para pensar. Então, eu e você temos nossa cota de hipocrisia, admitamos. Afinal, não admitir isso seria… hipocrisia.

“Hipocrisia” vem do grego hupokrisía, vocábulo que tem o sentido de “alguém que desempenha um papel”. Ou seja, em resumo, hipocrisia tem a ver com fingimento. É uma coisa meio teatral, quando você finge ser, sentir ou pensar algo que não condiz com a realidade. Mas, mesmo sendo uma característica tão presente no ser humano como qualquer outro pecado, preciso reconhecer que ultimamente tenho visto tanta hipocrisia que chega a gerar em mim uma certa repulsa.
Algo que detectei no trato com pessoas que têm agido de forma hipócrita é que há quatro estágios de reação da sua parte quando você se depara com um ato de hipocrisia perpetrado por alguém que você conhece e com quem se preocupa:
1. Revolta
2. Exortação
3. Conformismo
4. Anestesia (esta geralmente vem acompanhada de um consequente afastamento)
É mais ou menos assim que ocorre quando alguém por quem você se importa embarca num comportamento hipócrita perene: primeiro você se revolta, acha um absurdo. “Como fulano consegue ser tão fingidor?! Como ele aguenta viver assim?!”. Depois vem a fase da exortação, quando você tenta chamar a pessoa à responsabilidade, faz o que está ao seu alcance para que ela abandone seus atos hipócritas e que vão acabar por machucá-la ou machucar terceiros, aconselha, fala, adverte, alerta para os problemas que aquilo causará. Mas, no instante em que você percebe que de nada adiantou admoestar e que a pessoa persiste em sua trajetória de hipocrisia, começa a etapa do conformismo. “É… fulano escolheu ser hipócrita mesmo, fazer o que, né?! Deixa estar”. Por fim, chega a anestesia. É quando você já se esforçou tanto e fez tudo o que estava ao seu alcance para libertar a pessoa com quem você se importa dos grilhões de seu fingimento que literalmente fica exausto. E percebe, enfim, que a pessoa tomou a decisão definitiva: viver a hipocrisia até o fim. É quando você desiste.
Infelizmente, isso acaba despertando em você uma boa dose de asco por tamanho fingimento, a ponto de te deixar meio anestesiado ao fato – talvez como uma casca protetora para proteger você de sentir o sentimento ruim que está sentindo. Se você assistiu ao filme Pink Floyd – The Wall vai entender um pouco do que estou falando: você se torna Comfortably Numb (Confortavelmente Entorpecido). É nessa hora que você larga a mão de quem insiste em pular no abismo e deixa pra lá. Como se dissesse: “Você persiste nessa atitude? Então quer saber? Azar o seu, colha os frutos amargos das suas ações”. Nesse ponto se dá a ruptura e a gente simplesmente sai de cena, entregando o ente querido à própria sorte. “Que Deus o ajude”, é o que resta dizer. E vamos cuidar da vida, esperando só o dia em que chegarão as inevitáveis notícias dos desastres ocorridos por causa daqueles persistentes atos hipócritas (é claro que oramos muito pedindo a Deus que isso não ocorra, mas é como a Bíblia diz: “Quem semeia corrupção na carne colhe corrupção na carne”. É inevitável.). Ou você acha que uma hipocrisia perene não traz infelicidade ao hipócrita? Ou você acha que hipocrisia passa impune?
Todos somos hipócritas, logo, não serei eu a atirar a primeira pedra. Mas há uma grande diferença entre os tipos de pessoas que praticam a hipocrisia: há o hipócrita que percebe suas escorregadas e se corrige e o hipócrita que, por mais que você advirta, persiste em levar adiante seu erro. Só que Deus não nos chamou para sermos hipócritas. E se você percebe que está vivendo atrás de máscaras, sorrindo quando queria chorar, dizendo “sim” quando deveria dizer “não”, fingindo ser quem você não é… meu irmão, tome uma atitude. Por quê?
Porque senão o seu modo de proceder em nada será diferente do modo dos escribas e fariseus que Jesus tanto condenou. E a quem chamou de sepulcros caiados.
Paz a todos vocês que estão em Cristo.
Maurício Zágari (via Apenas) (Título original: O abismo chamado hipocrisia)

8 regras para quem não quer ser o chato do grupo do WhatsApp

 
O WhatsApp tem sido sinônimo de dor e sofrimento para você? Consultamos pessoas que abandoaram grupos e mais grupos (da família, do colégio, do prédio...) para montar este guia rápido de etiqueta. Leia (afinal, quem nunca deu um fora em grupo?) e repasse para dez pessoas essa lista agora mesmo --ou você corre o sério risco de continuar a ter dias perturbados pelo whats. Não quebre essa corrente!
1. Dar "bom dia" tooodas as manhãs
Ver dezenas de notificações e descobrir que a maioria é um simples "bom dia" cansa. "Saí de vários grupos porque, quando ia ver se tinha algo interessante, havia 500 'bom dia'. Ninguém tem tempo para isso", diz a advogada Beatriz Besel. "Parem de dar 'bom dia', 'boa noite', 'boa chuva', 'bom sol', de mandar flores? Não dá mais!", implora Andrea Neris, designer (e especialista em abandonar grupos no whats).
2. Repassar correntes
Antes de encaminhar textos que prometem grana fácil, uma batedeira nova ou um ícone azul que confirma sua existência virtual, saiba que correntes só levam a um resultado: irritar a pessoa que compartilha o grupo com você. "Se é textão copiado e colado, já deleto sem ler. Nem se for de gente muito amiga", conta a empreendedora Cylene Dias.
3. Compartilhar notícias falsas
"Atenção: o WhatsApp vai fechar!". "Atenção: comer manga com leite mata!". "Atenção: tsunami vai atingir São Paulo!". Enviar mensagens sem checar a veracidade é péssimo. "Fico p da vida quando repassam notícias falsas", reclama o engenheiro Luiz Amaral. Pesquise antes de compartilhar. Dica: os sites Boatos.org e E-farsas são boas opções para checar se uma notícia é real.
4. Mandar mensagem "quebrada"
Escreva a frase inteira antes de apertar o "enviar". Você economiza no vaivém dos dedos e não irrita quem está lendo. "Não gosto de gente que fica mandando três mensagens quando poderia mandar uma, principalmente no grupo do trabalho. Será que não dá para escrever tudo junto para meu celular apitar só uma vez?", pergunta a nutricionista Lia Nunes.
5. Gravar áudios e mais áudios
Ok, nem sempre é prático digitar no WhatsApp, mas pondere: se o assunto é longo, não valeria uma ligação? Se mesmo assim for a melhor opção, antes de tudo, pergunte se pode gravar um áudio longo para a pessoa. "Escrever dá mais trabalho, mas não importuna quem está em volta", diz Beatriz.
6. Oferecer serviços ou vender produtos
Não, não é proibido. O problema é fazer isso em grupos que não têm esse propósito ou se a turma não tem tanta intimidade. "Cansa ler diariamente que fulano está vendendo tal produto e tem uma promoção bacanérrima para o Dia dos Pais", diz Andrea sobre um dos motivos que a fizeram abandonar grupos de pais da escolinha do filho.
7. Desrespeitar a finalidade do grupo
Se um grupo tem uma finalidade, tem que respeitar. "Todo dia rolava uma briga que variava entre questões pessoais, discussão entre vizinhos, piadas fora de hora, correntes, vendedores. A ideia, que era informar sobre as coisas do condomínio, quase nunca acontecia", conta Edu Mendes, designer, que desistiu do grupo de moradores do prédio.

8. Enviar vídeos e piadinhas o dia inteiro
Se o grupo é para isso, vá em frente, a zoeira não tem limites. Se não é a ideia e, principalmente, se reunir gente não tão próxima, controle a vontade de compartilhar piadinhas. "Meu conselho é não incomodar com tantos vídeos e imagens de piadinhas", sugere a advogada Natasha Lemos.
Claudia Dias (via Estilo UOL)

10 perguntas a se fazer antes de entrar em um debate teológico


Um dos maiores equívocos que a cultura popular já inventou é que “religião não se discute”. Convenhamos: debater sobre religião é muito legal. É gostoso, enriquecedor, empolgante. Lógico que religião se discute! E, com o surgimento da Internet e, em especial, das redes sociais, essa atividade ganhou um forte impulso: agora você pode debater sobre questões teológicas deitado no seu sofá, sem ter de tomar banho ou pentear o cabelo, com muitas pessoas ao mesmo tempo, sobre os mais variados temas da teologia. Ficou fácil demais se engajar em discussões doutrinárias, participar de rodas de conversa teológicas, expôr seu ponto de vista religioso. Portanto, religião se discute, sim, e mais do que nunca. 
Diante dessa realidade, será que devemos ter critérios para selecionar de que debates devemos participar e como precisamos nos posicionar? Mais ainda: será que há ponderações bíblicas que nos ajudem a decidir o que debater e como debater?
Acredito que sim. Por isso, gostaria de compartilhar com você dez perguntas que levo em conta, com base na Bíblia, que me fazem, na maioria das vezes, conter meu ímpeto de ingressar em um debate teológico. Espero que lhe seja útil. Se você concordar ou discordar, seus comentários são muito bem-vindos. O que sugiro é que, ao ser tentado a entrar em alguma discussão acerca da fé, antes de entrar você sempre se faça estas dez perguntas (leia com extrema atenção as citações da Bíblia):
1. Quero participar desse debate para glorificar a Deus ou para a minha própria glória, mostrando como sou superior àquele com quem debato em aspectos como inteligência, conhecimentos e poder de argumentação?
“Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus. Não vos torneis causa de tropeço nem para judeus, nem para gentios, nem tampouco para a igreja de Deus, assim como também eu procuro, em tudo, ser agradável a todos, não buscando o meu próprio interesse, mas o de muitos, para que sejam salvos.” (1Co 10:31-33)
2. Quero participar desse debate com foco no reino de Deus ou para obter reconhecimento e receber elogios das pessoas, que ficarão encantadas ou impressionadas pelo meu desempenho?
“… buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.” (Mt 6:33)
“Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo.” (Rm 14:17)
“Porque o reino de Deus consiste não em palavra, mas em poder.” (1Co 4:20) 
3. Quero participar desse debate por amor àquele com quem estou debatendo ou para derrotá-lo, num exercício de ego cuja função é mostrar que eu sei muito e sou capaz de vencer os argumentos do próximo? 
“Se alguém disser: Amo a Deus, e odiar a seu irmão, é mentiroso; pois aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê. Ora, temos, da parte dele, este mandamento: que aquele que ama a Deus ame também a seu irmão.” (1Jo 4:20-21)

“Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade; porém não useis da liberdade para dar ocasião à carne; sede, antes, servos uns dos outros, pelo amor. Porque toda a lei se cumpre em um só preceito, a saber: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Se vós, porém, vos mordeis e devorais uns aos outros, vede que não sejais mutuamente destruídos.” (Gl 5:13-15. Leia, ainda: Mt 19:19; 22:39; Mc 12:28-31; Rm 13:9; Tg 2:8)
4. Se eu participar desse debate será com a intenção de prestar um serviço àqueles com quem debato, motivado por amor a eles? 
“Andai em amor, como também Cristo nos amou e se entregou a si mesmo por nós, como oferta e sacrifício a Deus, em aroma suave.” (Ef 5:2)
“Tirou a vestimenta de cima e, tomando uma toalha, cingiu-se com ela. Depois, deitou água na bacia e passou a lavar os pés aos discípulos e a enxugar-lhos com a toalha com que estava cingido. Ao terminar, retomou seu lugar e disse-lhes: ‘Ora, se eu, sendo o Senhor e o Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros. Porque eu vos dei o exemplo'.” (Jo 13)
5. Participar desse debate me fará mais semelhante a Cristo? 
“Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos.” (Rm 8:29)
“E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito.” (2Co 3:18)

“Aquele que diz que permanece nele, esse deve também andar assim como ele andou.” (1Jo 2:6)
6. Estou motivado a participar desse debate em postura de total humildade, a exemplo de Jesus, ou com arrogância, vaidade, orgulho e partidarismo (paixão pelo grupo humano, doutrinário, teológico ou denominacional ao qual pertenço)? 
“Nada façais por partidarismo ou vanglória, mas por humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmo. Não tenha cada um em vista o que é propriamente seu, senão também cada qual o que é dos outros. Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz.” (Fp 2:3-8)
7. Eu entrarei nesse debate com mansidão ou serei arrogante nas discussões? Se houver essa possibilidade, ainda assim pretendo ir adiante em vez de abrir mão de participar?
“Abominável é ao Senhor todo arrogante de coração; é evidente que não ficará impune.” (Pv 16:5)
“Assim como o vinho é enganoso, tampouco permanece o arrogante, cuja gananciosa boca se escancara como o sepulcro e é como a morte, que não se farta; ele ajunta para si todas as nações e congrega todos os povos.” (Hc 2:5)
“Ora, é necessário que o servo do Senhor não viva a contender, e sim deve ser brando para com todos, apto para instruir, paciente, disciplinando com mansidão os que se opõem, na expectativa de que Deus lhes conceda não só o arrependimento para conhecerem plenamente a verdade, mas também o retorno à sensatez, livrando-se eles dos laços do diabo, tendo sido feitos cativos por ele para cumprirem a sua vontade.” (2Tm 2:24-26)
8. Se eu participar desse debate, o farei manifestando virtudes espirituais ou as obras da carne?
“Ora, as obras da carne são conhecidas e são: […] inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções […] e coisas semelhantes a estas, a respeito das quais eu vos declaro, como já, outrora, vos preveni, que não herdarão o reino de Deus os que tais coisas praticam. Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei. E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e concupiscências. Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito. Não nos deixemos possuir de vanglória, provocando uns aos outros, tendo inveja uns dos outros.” (Gl 5:19-26)
9. Meu objetivo ao participar desse debate é promover a paz ou botar lenha na fogueira?
“Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus.” (Mt 5:9)
“Honroso é para o homem o desviar-se de contendas, mas todo insensato se mete em rixas.” (Pv 20:3)
“Como o abrir-se da represa, assim é o começo da contenda; desiste, pois, antes que haja rixas. […] O que ama a contenda ama o pecado; o que faz alta a sua porta facilita a própria queda. […] Os lábios do insensato entram na contenda, e por açoites brada a sua boca.” (Pv 17:14,19; 18:6)
“Fazei tudo sem murmurações nem contendas, para que vos torneis irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração pervertida e corrupta, na qual resplandeceis como luzeiros no mundo.” (Fp 2:14-15)
“De onde procedem guerras e contendas que há entre vós? De onde, senão dos prazeres que militam na vossa carne?” (Tg 4:1)
“Ora, é em paz que se semeia o fruto da justiça, para os que promovem a paz.” (Tg 3:18)
10. Meu desejo de participar desse debate vem acompanhado de igual desejo de praticar as obras da piedade ou é apenas um fim em si mesmo? Em outras palavras, será que eu ponho em prática no dia a dia os atos de bondade pressupostos pelo evangelho de Cristo? Ou meu negócio é só falar, falar e falar, ficando satisfeito ao final do debate, mas sem pôr em prática a piedade que defendo na teoria?
“Se alguém supõe ser religioso, deixando de refrear a língua, antes, enganando o próprio coração, a sua religião é vã. A religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e a si mesmo guardar-se incontaminado do mundo.” (Tg 1:26-27)
“Meus irmãos, qual é o proveito, se alguém disser que tem fé, mas não tiver obras? Pode, acaso, semelhante fé salvá-lo? Se um irmão ou uma irmã estiverem carecidos de roupa e necessitados do alimento cotidiano, e qualquer dentre vós lhes disser: Ide em paz, aquecei-vos e fartai-vos, sem, contudo, lhes dar o necessário para o corpo, qual é o proveito disso?Assim, também a fé, se não tiver obras, por si só está morta. Mas alguém dirá: Tu tens fé, e eu tenho obras; mostra-me essa tua fé sem as obras, e eu, com as obras, te mostrarei a minha fé. Crês, tu, que Deus é um só? Fazes bem. Até os demônios crêem e tremem. Queres, pois, ficar certo, ó homem insensato, de que a fé sem as obras é inoperante?” (Tg 2:14-20)
* * *
Meu irmão, minha irmã, sigamos a orientação bíblica: “Examine-se, pois, o homem a si mesmo…” (1Co 11:28). Seja honesto nesse exame. Analise quais são as verdadeiras motivações que levam você a participar de debates sobre a fé, seja com cristãos, seja com descrentes. Todos os dias vejo cristãos se engajarem em debates sobre aspectos da fé que levam do nada ao lugar nenhum; que só promovem rixas, bate-bocas e contendas entre irmãos; muitas vezes motivados por ego, vaidade e partidarismo; de forma totalmente dissociada da prática da piedade. Isso ocorre em programas de televisão, programas de rádio, postagens do facebook, podcasts, blogs, vlogs e outras ágoras virtuais ou presenciais.
Se a sua motivação para se engajar em um debate sobre a fé for a glória de Deus e o reino dos céus, e o amor pelas pessoas com quem você vai debater e o desejo de servi-los; se você perceber que entrar nesse debate o fará se assemelhar mais a Cristo; e se você estiver disposto a se posicionar no debate com real humildade e mansidão, manifestando as virtudes do fruto do Espírito Santo, a fim de promover a paz e em consonância com uma vida cotidiana marcada por obras de piedade, ótimo! Debata quanto quiser! Dou todo o meu apoio. É bom e é certo.
Porém, se a sua motivação para se engajar em um debate sobre a fé for a glória de si mesmo, com o recebimento de elogios, reconhecimento humano e a vontade egocêntrica de ser visto como alguém superior à pessoa com quem está debatendo; se você está mais motivado a derrotar aquele com quem está debatendo do que a amá-lo e servi-lo; se você percebe que sua postura ao debater é arrogante, orgulhosa e partidária, manifestando ao debater obras da carne como ira, dissensões e inimizades, sem se preocupar por estar pondo lenha na fogueira; e se notar que o prazer de debater é maior que o prazer em viver no dia a dia as obras da piedade, então a minha recomendação é que repense totalmente a sua participação nesses debates. Recomendo que se cale, busque cristãos mais experientes e piedosos com quem se aconselhar (fora do seu séquito de admiradores), repense suas práticas e busque na oração e na leitura das Escrituras a renovação da sua mente, pois você está muito distante do ideal bíblico. E, somente quando conseguir desenvolver um coração assemelhado ao de Jesus, volte a debater as coisas da fé. Até lá, é hora de aprender e não de ensinar.
Debater religião ou teologia não é o problema, nem de longe. Isso precisa ser feito. A questão é: o que te motiva? E como você faz isso? Lembre-se de que crer, até os demônios creem. Portanto, você pode usar excelentes argumentos, mas se for com as motivações erradas e de maneira que desagrada a Deus, melhor é se calar. Para o seu próprio bem. Pois Deus não precisa que ninguém o defenda. Mas ele precisa que seus filhos tenham o coração no lugar certo e ajam da maneira certa.
O resto? É vaidade. Vaidade e correr atrás do vento…
Paz a todos vocês que estão em Cristo,
Maurício Zágari (via Apenas)

Mais amor ou mais ódio?

Nunca me esqueço do que li certa vez em um livro de apologética sobre a experiência do jovem expulso de um grupo autointitulado “livres pensadores”. Por que ele foi expulso? Por ter exercido sua liberdade de pensar e se tornado cristão. Talvez você esteja pensando que a intolerância não chegue a tanto, mas algo parecido vem acontecendo em nossa sociedade dita civilizada, e essa doença tem acometido tanto os defensores do pensamento de direita quanto os de esquerda. Vejamos.
Na semana passada, a norte-americana Judith Butler, que é considerada a criadora da ideologia de gênero, esteve no Brasil, mais precisamente em São Paulo, onde participou de um seminário sob protestos de uma multidão. Um abaixo-assinado com mais de 300 mil assinaturas pedia o cancelamento da palestra, o que não aconteceu. Até aí tudo bem. Protestar faz parte da democracia e as pessoas têm o direito de se expressar. Ocorre que alguns manifestantes exageraram na dose. Ostentando Bíblias e crucifixos, queimaram um boneco que representava a filósofa e gritaram “queima, bruxa”. Um dos cartazes dizia: “Vá para o inferno.” É verdade que a própria Butler já assinou uma carta aberta contra a participação de certo filósofo de extrema direita em uma conferência nos Estados Unidos, mas chamá-la de bruxa e mandá-la para o inferno já é demais. Empunhar a Bíblia com esse sentimento é uma tremenda contradição, afinal, Deus nos dá liberdade de escolha e, se for para aplicar um juízo, Ele mesmo Se encarrega disso, afinal, somente o Criador conhece as reais intenções do coração.
Ok. Em São Paulo o que se viu foi uma manifestação desmedida de extremistas de direita. A esquerda não seria capaz de tal coisa… Pense bem. Você acha mesmo que não? Vejamos. No último dia 13 de novembro, em pleno campus da Universidade Federal da Bahia, um protesto organizado pela extrema esquerda contra a exibição do filme “O Jardim das Aflições” conseguiu o que os organizadores queriam: o filme foi cancelado pela universidade. Mas não se tratou de um simples protesto. Entre gritos, um dos participantes carregava um cartaz com os dizeres “Morte aos cristãos”, algo estranhamente ignorado pela grande imprensa, diferentemente do que aconteceu com Butler. Veja por si mesmo:


Onde está o discurso do amor? Onde está o clamor por tolerância e a promoção do pensamento crítico e plural que deve caracterizar uma universidade? Eu estudei em uma federal e me lembro de que o campus abria as portas para quase todo tipo de programações e de discurso. Hoje em dia teatros e museus expõem conteúdos pornográficos, violentos e de apologia à pedofilia, e muitas vozes se levantam em favor da liberdade de expressão. Então por que em uma universidade pública não se pode exibir o filme de um filósofo conservador?
Apesar de tudo, o mais triste é perceber que essas manifestações de ódio ocorrem também entre os cristãos e até mesmo entre adventistas, pessoas que deveriam se pautar pela Bíblia, respeitar o semelhante, orar pelos inimigos e dialogar com educação. Em reação a um vídeo do programa “Está Escrito”, da TV Novo Tempo, algumas pessoas promoveram um verdadeiro ataque ao pastor Ivan Saraiva, apelando mais para o argumento ad hominem, ou seja, focado na pessoa e não nas ideias dela.
O pastor Saraiva falou sobre o aspecto diabólico da ideologia de gênero. Não disse nenhuma inverdade e utilizou a Bíblia para fundamentar seu ponto de vista. Obviamente que o assunto não foi tratado em profundidade, pois, além de se tratar de um programa de TV de pouco mais de 20 minutos, o objetivo da Novo Tempo é alcançar todas as classes sociais e pessoas das mais variadas formações acadêmicas e ideológicas. Como qualquer cristão criacionista, o pastor Saraiva se posicionou em favor do casamento heteromonogâmico sem, no entanto, ofender pessoas que pensam e vivem de modo diferente do prescrito pelas Escrituras Sagradas. Pessoas que não foram ofendidas se sentiram ofendidas com o que a Bíblia estabelece. O fato de a cultura ter mudado não significa que Deus tenha mudado. Seus ditames ainda são válidos em pleno século 21. Então por que se indignar quando um pastor abre a Bíblia e prega o que está ali? Isso não significa que nem Deus, nem a Igreja Adventista, nem Saraiva deixem de amar pessoas que optam por viver em desacordo com a Bíblia ou que sofram de algum tipo de distúrbio. Elas merecem tanto amor quanto qualquer outro pecador, incluindo o apresentador do “Está Escrito” e o ser humano que escreve este texto.
O pastor Ivan não está sozinho em seu questionamento dessa ideologia cuja base está enraizada no marxismo, com sua raiva visceral da família patriarcal. Vou citar apenas um exemplo. Em 2011 um documentário transmitido em rede nacional na Noruega abalou a credibilidade dos defensores da ideologia de gênero nos países da Escandinávia (os setes episódios podem ser vistos aqui). O Conselho Nórdico de Ministros, que inclui autoridades da Noruega, Suécia, Dinamarca, Finlândia e Islândia, determinou a suspensão dos financiamentos até então concedidos ao Instituto Nórdico de Gênero, entidade promotora de ideias ligadas às chamadas “teorias de gênero”. A conclusão das autoridades, com base em pesquisas científicas sérias, foi a de que realmente não existe fundamentação científica para a tal teoria ou ideologia de gênero. Aliás, um programa esclarecedor sobre esse assunto e que contou com a presença do respeitado psiquiatra César Vasconcelos de Souza é o “Conversa Sobre Identidade de Gênero”. Vasconcelos deixa claro que os portadores da chamada disforia de gênero são minoria absoluta, o que não justifica tratar do assunto como se o problema fosse algo tão generalizado. Fica óbvio que há bandeiras ideológicas por trás da promoção do debate.
Reportagem recentemente publicada pelo jornal Gazeta do Povo com o título “A verdade desagradável sobre a redesignação sexual que o lobby transgênero não quer que você saiba” deixou claro que tem aumentado os casos de cirurgias de “reversão” de pessoas que querem a genitália de volta. A matéria destaca ainda que pode haver um interesse econômico nessa história toda e um verdadeiro lobby transgênero. Mas é melhor que você leia o texto por si mesmo.
A missão dos cristãos em geral e dos adventistas, em especial, é a de levar a mensagem de salvação a todo o mundo. Faz parte da nossa missão denunciar erros ideológicos e teológicos justamente porque eles podem se colocar entre as pessoas e a verdade que liberta (João 8:32), mas isso não nos dá o direito de atacar de maneira injusta pessoas que estão pregando o evangelho e levando muita gente a Jesus. Aliás, não nos dá o direito de atacar ninguém.
Mais amor ou mais ódio? Depende de quem controla nosso coração, nossa mente. Jesus amava todas as pessoas, e mesmo quando denunciava o pecado fazia isso com voz embargada e lágrimas nos olhos. Quando vamos aprender a ser como Ele?

Michelson Borges

segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Adventistas são sectários e exclusivistas?

Retirado de:
Michelson Borges

“Os adventistas são sectários, exclusivistas e não acreditam que as pessoas de outras denominações religiosas evangélicas sejam cristãs.” Palavras dos críticos do Adventismo. Infelizmente, dez em cada dez críticos do adventismo afirmam tal coisa. Agora leia estas três citações de documentos OFICIAIS da Igreja Adventista do Sétimo Dia:

“Não cremos que somente nós constituímos os verdadeiros filhos de Deus – que somos os únicos e autênticos cristãos que atualmente existem sobre a terra. Cremos que Deus possui um grande número de seguidores fervorosos, leais e sinceros em todas as comunidades cristãs que […] são testemunhas verdadeiras do Deus vivo […]. Os adventistas do sétimo dia creem firmemente que Deus possui um precioso remanescente, uma multidão de crentes fervorosos e sinceros, em todas as igrejas (não excetuando a comunidade católica-romana)” (Questões Sobre Doutrinas, p. 162, 165).

“Reconhecemos aquelas agências [igrejas evangélicas ou católicas] que exaltam a Cristo diante das pessoas como parte do plano divino para a evangelização do mundo e temos em alta estima os homens e mulheres cristãos de outras denominações que estão empenhados em ganhar almas para Cristo […]. Se a mudança de convicção levar um membro de nossa igreja a não se sentir mais em harmonia com a fé e a prática adventistas, reconhecemos não somente o seu direito mas também a sua RESPONSABILIDADE de mudar, SEM OPRÓBRIO, sua filiação religiosa, conforme suas crenças. Esperamos que outros organismos religiosos atuem no mesmo espírito de liberdade religiosa” (Declarações da Igreja, p. 152. Grifos meus).

“A igreja universal é composta por todos os que acreditam verdadeiramente em Cristo […] Deus tem filhos em todas as igrejas” (Nisto Cremos, p. 204, 223).

Diante dessas três citações, uma pessoa intelectualmente honesta, cristã, estudiosa e sincera só tem duas opções:

1. Ou ela ama a verdade mais do que seu orgulho e reconhece que as crenças oficiais dos adventistas do sétimo dia reconhecem que os não adventistas são tão cristãos quanto os adventistas. Logo, os adventistas não são sectários, nem exclusivistas.

2. Ou ela ama seu orgulho mais do que a verdade, fecha os olhos para essas declarações oficiais, claríssimas, tenta dar uma “desculpa” para essas citações fortes (“isso é uma forma de nos enganar”… bah! Já escutei esse tipo de coisa) e continua a fazer duas das sete coisas que o Senhor detesta em Provérbios 6: “…A testemunha falsa que espalha mentiras e aquele que provoca discórdia entre irmãos” (v. 19).

Os adventistas do sétimo dia podem estar errados, completamente errados, lamentavelmente errados, redondamente errados, desesperadamente errados… com respeito às suas crenças. Mas o que não pode ser dito é que são sectários ou exclusivistas. Quem diz isso ou desconhece os fatos ou diz uma mentira. Desculpe as palavras fortes, mas, nesse caso, não há opção!

(Bruno Ribeiro Nascimento é professor substituto na UFPB)

quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Comportamento na igreja: antes, durante e depois do culto

Ellen G. White (via Testemunhos Seletos, vol. 2, O Comportamento na Casa de Deus)






Para a alma crente e humilde, a casa de Deus na Terra é como que a porta do Céu. Os cânticos de louvor, a oração, a palavra ministrada pelos embaixadores do Senhor, são os meios que Deus proveu para preparar um povo para a assembléia lá do alto, para aquela reunião sublime à qual coisa nenhuma que contamine poderá ser admitida. Da santidade atribuída ao santuário terrestre, os cristãos devem aprender como considerar o lugar onde o Senhor Se propõe encontrar-Se com Seu povo.

Houve uma grande mudança, não para melhor mas para pior, nos hábitos e costumes do povo com relação ao culto religioso. As coisas sagradas e preciosas, destinadas a prender-nos a Deus, estão quase perdendo sua influência sobre nosso espírito e coração, sendo rebaixadas ao nível das coisas comuns. A reverência que o povo antigamente revelava para com o santuário onde se encontrava com Deus, em serviço santo, quase deixou de existir completamente. Entretanto, Deus mesmo deu as instruções para Seu culto, elevando-o acima de tudo quanto é terreno.

Antes do Culto

Quando os crentes penetram na casa de culto, devem guardar a devida compostura e tomar silenciosamente seu lugar. Se houver na sala uma estufa, não convém agrupar-se em torno dela em atitude indolente e de abandono. Conversas vulgares, cochichos e risos, não devem ser permitidos na casa de culto, nem antes nem depois das reuniões. Uma ardente e profunda piedade deve caracterizar todos os adoradores.

Se faltam alguns minutos para o começo do culto, os crentes devem entregar-se à devoção e meditação silenciosa, elevando a alma em oração a Deus para que o culto se torne para eles uma bênção especial, operando a convicção e conversão em outras almas. Devem lembrar-se de que estão presentes ali mensageiros do Céu. Perdemos geralmente muito da suave comunhão com Deus pela nossa falta de quietude e por não nos darmos à reflexão e oração. O estado espiritual da alma necessita muitas vezes ser passado em revista, e o espírito e coração serem elevados para o Sol da Justiça. Se os crentes, ao entrarem na casa de oração, o fizessem com a devida reverência, lembrando-se de que se acham ali na presença do Senhor, seu silêncio redundaria num testemunho eloquente. Os cochichos, risos e conversas, que se poderiam admitir em qualquer outro lugar, não devem ser sancionados na casa em que Deus é adorado. Cumpre preparar o espírito para ouvir a Palavra de Deus, a fim de que esta possa exercer impressão e influir sobre a alma.

Durante o Culto

O pastor deve entrar na casa de oração com uma compostura digna e solene. Chegado ao púlpito, deve inclinar-se em silenciosa oração e pedir fervorosamente a assistência de Deus. Que impressão não fará isto! A solenidade se apoderará de toda congregação. Seu pastor ali está, comunicando-se com Deus, encomendando-se a Ele antes de ousar apresentar-se diante dela. Uma profunda solenidade invade tudo e a todos, e os anjos de Deus são trazidos para bem perto. Cada um dos congregados deve, de cabeça inclinada, associar-se ao pregador em silenciosa oração, e suplicar a Deus que abençoe a reunião pela Sua presença, imprimindo virtude à palavra ministrada por lábios humanos.

Ao ser aberta a reunião com oração, cada qual deve ajoelhar-se na presença do Altíssimo e elevar o coração a Deus em silenciosa devoção. As orações dos fiéis serão ouvidas e o ministério da palavra provar-se-á eficaz. A atitude indiferente dos crentes na casa de Deus, é um dos grandes motivos por que o ministério não acusa maiores resultados. A melodia do canto, derramando-se dos corações num tom de voz claro e distinto, representa um dos instrumentos divinos na conversão de almas. Todo o serviço deve ser efetuado com solenidade e reverência, como se fora feito na presença pessoal de Deus mesmo.

Quando a Palavra é exposta, deveis lembrar-vos, irmãos, de que é a voz de Deus que vos está falando por meio de Seu servo. Escutai com atenção. Não dormiteis nessa hora; porque assim fazendo é possível escaparem-se-vos nesse momento justamente as palavras que mais necessitais ouvir - palavras que, atendidas, vos livrariam de enveredar por algum caminho errado. Satanás e seus anjos estão ativos, criando uma espécie de paralisia dos sentidos, de modo a não serem ouvidas as admoestações, advertências e repreensões, ou, se ouvidas, não terem efeito sobre o coração, transformando a vida. Às vezes é uma criança que desvia de tal modo a atenção dos ouvintes, que a semente preciosa não cai em terreno fértil para produzir fruto. Outras, são os moços e moças que revelam tão pouco respeito pela casa de Deus, que se entretêm a conversar durante a pregação. Se estes pudessem perceber os anjos que os estão observando e notando o seu procedimento, corariam de vergonha e se aborreceriam a si próprios. Deus quer ouvintes atentos. Foi enquanto os homens dormiam que Satanás aproveitou para semear o joio.

Cumpre evitar toda ostentação em matéria de roupa, que somente serviria para provocar a irreverência. Não raro a atenção das pessoas é dirigida sobre essa ou aquela peça de roupa e deste modo são sugeridos pensamentos que não deviam ocorrer no coração dos adoradores. Não têm exata compreensão da ordem, da decência e do decoro que Deus exige dos que se chegam à Sua presença a fim de adorá-Lo. Deus é que deve ser o objeto exclusivo de nossos pensamentos e adoração; qualquer coisa tendente a desviar o espírito de Seu culto solene e sagrado constitui uma ofensa a Ele.

Depois do Culto

Ao ser pronunciada a bênção, todos devem conservar-se quietos, como temendo ficar privados da paz de Cristo. Saiam então todos sem se atropelar e evitando falar em voz alta, portando-se como na presença de Deus e lembrando-se de que Seus olhos repousam sobre todos. Ninguém deve deter-se nos corredores para encontros e tagarelice, impedindo a passagem aos outros que buscam a saída. Os arredores imediatos da casa de oração devem caracterizar-se por uma grave solenidade, evitando os crentes o fazer deles lugar de encontro com os amigos, a fim de trocarem frases banais ou tratarem de negócios. Tais coisas não convêm na casa de Deus. Deus e os anjos têm sido desonrados pela maneira irreverente com que os crentes se portam nalgumas igrejas, acordando os ecos com suas gargalhadas e fazendo ruído com os pés.


Pais, exaltai o padrão do cristianismo no espírito de vossos filhos; ajudai-os a entretecer a pessoa de Jesus em sua experiência; ensinai-os a ter o maior respeito pela casa de Deus e a compreender que quando entram ali devem fazê-lo com o coração comovido, ocupando-se com pensamentos como estes: "Deus está aqui; esta é a Sua casa. Devo alimentar pensamentos puros e guiar-me pelos mais santos propósitos. Não devo conservar em meu coração orgulho, inveja, ciúme, suspeitas, ódio ou engano; porque estou na presença de Deus. Este é o lugar onde Deus vem ter com Seu povo e o abençoa. O Altíssimo e Santo, que habita na eternidade, me vê, esquadrinha meu coração, e lê meus mais secretos pensamentos e atos de minha vida."

Encontraram a arca da aliança?

Rodrigo P. Silva



Em julho de 1981, os moradores de Israel foram surpreendidos com uma notícia extraordinária. Moti Éden, um repórter da Rádio Israelense, anunciava em seu programa noturno que dois rabinos haviam encontrado a arca da aliança e que, ele mesmo, era uma testemunha ocular do ocorrido.

O que Éden tinha de fato presenciado foi a escavação clandestina de um grupo de judeus ortodoxos que acreditavam estar a caminho de encontrar o valioso tesouro. Eles criam que um túnel lateral ao muro das lamentações os levaria ao antigo lugar santíssimo do Templo, em baixo do qual estariam escondidas as tábuas da lei e outros artefatos originais. Hoje, o que vemos no local do antigo Templo são as edificações islâmicas do Domo da Rocha e da mesquita de Al Aksa.
O resultado, evidentemente, foi uma reação imediata dos muçulmanos que entraram em luta armada contra militantes judeus, causando a morte de seis estudantes. O quadro só não ficou pior porque o rabino Meir Getz, que liderava as escavações, cedeu a um acordo político, colocando “panos quentes” sobre a questão. Getz morreu em 1995 e um ano depois e o túnel foi parcialmente aberto ao público como atração turística.
A despeito da agitação, nenhuma prova concreta foi apresentada de que a arca tivesse mesmo ali. Mas esta não foi a única vez que alguém pretendeu tê-la encontrado.

Pretensos achados


Os etíopes dizem que a verdadeira arca estaria em seu país, numa capela da cidade de Axum. Eles argumentam que ela foi roubada do Templo judeu pelo príncipe Menelik, filho de Salomão e da rainha de Sabá. O curioso é que, com exceção de uns poucos políticos, a ninguém foi permitido ver ou fotografar a arca, o que torna bastante suspeita esta tradição.
Vendyl Jones, provavelmente o mais excêntrico dos descobridores, foi a inspiração para Steven Spielberg criar o personagem Indiana Jones. Com base num obscuro texto encontrado entre os Manuscritos do Mar Morto (o Manuscrito de Cobre), Jones diz ter decifrado o mapa de onde estariam a arca e outros utensílios sagrados do Templo.
Em 1988, ele apresentou uma pequena vasilha de barro cujo conteúdo seria o Shemen Afarshimon, o óleo sagrado dos sacerdotes. Análises químicas posteriores pareceram dar certo crédito à sua descoberta, mas o assunto ainda não está tecnicamente encerrado. Mais tarde, em 1992, Jones mostrou aos jornalistas um pote de cinzas que alegou pertencerem originalmente ao ketoret, o incenso sagrado do Templo. Muitos, é claro, dizem que tudo não passa de um embuste.
Com absoluta segurança ele prometeu que revelaria em agosto deste ano o local exato da arca. Mas até agora nada de concreto foi apresentado e o mérito de Vendyl Jones parece ser apenas o de ter inspirado a criação de um personagem holliwoodiano.
Dentro do arraial adventista, um profissional da área de saúde chamado Ron Wyatt também pretendeu ter encontrado a arca. Infelizmente, a empolgação apressada, seguida da forma fácil como a Internet divulga inverdades, fez com que muitos irmãos, de boa fé, acreditassem na história de Wyatt e a divulgassem, inclusive, através do púlpito.
Embora não tenhamos aqui espaço para mostrar as falhas de suas pretensas descobertas, podemos resumidamente dizer que Wyatt afirmou ter encontrado a arca em 1982. De acordo com sua história, Deus lhe havia dado uma revelação especial, por ocasião de sua visita a Jerusalém, mostrando-lhe a gruta de Jeremias, dentro da qual estaria a arca da aliança.
Munido de uma discutível “permissão” para escavar no local, que fica próximo à porta de Damasco, Wyatt disse ter encontrado ali a espada de Golias, a mesa dos pães asmos, o altar de incenso e outras coisas. Sua trama, recheada por aparições angelicais e visões de Cristo, termina com o achado da arca e os dez mandamentos. Ron disse ainda ter tirado várias fotos, mas quase todas queimaram. A única que restou não oferece nada que possa ser chamado de “convincente”. Apenas uma luz forte onde ele afirma poder visualizar o rosto de Cristo sentado num trono celestial.
Numa teologia muito confusa, Wyatt  também apontou o lugar como sendo o Calvário e concluiu que, quando Cristo morreu, seu sangue penetrou o solo, aspergindo a arca que estaria poucos metros abaixo. Este seria o cumprimento de Daniel 9:24. Ora, o texto bíblico não diz que seria ungida a arca e sim o santo dos santos que, se entendido no sentido pessoal, refere-se a Cristo e, no sentido geográfico, ao santuário celestial. Mesmo porque, o lugar santíssimo do santuário terrestre não ficava no Calvário, mas dentro do Templo.
Ron Wyatt afirmou ainda ter recolhido amostras do sangue de Cristo, mas, como nas declarações anteriores, tudo não passou de uma teoria infundada. Como Vendyl Jones, ele também foi desafiado a apresentar provas mais substanciais do que dizia. Então, prometeu que, em um ano ou dois, voltaria ao local com uma equipe de cientistas e revelaria a arca para o mundo. Só esperaria uma ordem de Deus dizendo que chegou a hora de fazê-lo. Mas, Wyatt morreu em 1999 e, até hoje, nenhum de seus  colaboradores apresentou qualquer prova que legitime suas afirmações.

O que diz Ellen White?


Como muitos já sabem, a arca desapareceu por volta de 587 a.C., quando os babilônios atacaram Jerusalém e destruíram o Templo. A Bíblia não descreve como isto aconteceu, mas antigas tradições judaicas revezam entre Josias, Jeremias e Baruque a responsabilidade pela ocultação do objeto. Ellen White, embora não mencione o nome dos envolvidos, parece dar crédito a esta tradição. Ela diz:

“Antes do templo ser destruído, Deus fez saber a alguns de seus fiéis servos o destino do templo, que era o orgulho de Israel …Também lhes revelou o cativeiro de Israel. Estes homens justos, exatamente antes da destruição do templo, removeram a sagrada Arca que continha as tábuas de pedra, e com lamento e tristeza esconderam-na numa caverna, onde devia ficar oculta ao povo de Israel por causa de seus pecados, não mais sendo-lhes restituída. Esta sagrada arca ainda está oculta, jamais foi perturbada desde que foi escondidaSpiritual Gifts, vol. 4, pp. 114, 115 (1864); Spirit of Profecy, vol. 1, p. 414, (1870); História da Redenção, p. 195.

“Entre os justos que ainda restavam em Jerusalém, a quem tinha sido tornado claro o propósito divino, alguns havia que se determinaram colocar além do alcance das mãos cruéis, a sagrada Arca que continha as tábuas de pedra, sobre a qual haviam traçado os preceitos do decálogo. Isto eles fizeram. Com lamento e tristeza esconderam a arca numa caverna onde deveria ficar oculta do povo de Israel e de Judá por causa de seus pecados, não mais sendo-lhes restituída. Esta sagrada arca ainda está oculta. Jamais foi perturbada desde que foi escondida.” Profetas e Reis, p. 436 (1989). Grifos acrescentados.

Assim, descarta-se a idéia de que a arca tenha sido destruída, arrebatada ou transferida para fora de Israel, pois com a iminente chegada dos babilônios, os judeus não teriam tempo de fugir para longe levando consigo um objeto sagrado que demandaria um detalhado cerimonial de transporte.

Será a arca encontrada novamente?


A atitude de esconder objetos sagrados devido a uma ameaça iminente não era estranha. II Crônicas 34:14-30 descreve o momento em que, em meio à reforma do Templo, Hilquias encontrou os originais de Moisés que sacerdotes piedosos haviam escondido durante o idolátrico reinado de Manassés. Os Manuscritos do Mar Morto, descobertos em 1947, nas cavernas de Qumran, também exemplificam tal comportamento. Segundo uma hipótese, os textos teriam sido guardados ali em virtude do cerco romano sobre a cidade de Jerusalém.
Várias tradições judaicas baseadas em Jeremias 3:16 fazem supor que a arca reaparecerá no fim dos tempos. Embora o espaço não nos permita expor estas tradições, torna-se digno de nota que Ellen White também fala que as Tábuas serão trazidas novamente à vista dos habitantes da Terra:

“Com Seu próprio dedo, Deus escreveu os Seus Mandamentos em tábuas de pedra. Essas tábuas não foram deixadas aos cuidados dos homens, mas foram postas na arca; e no grande dia em que cada caso estiver decidido, essas tábuas escritas com os Dez Mandamentos serão mostradas para que o mundo inteiro possa ver e entender. Seu testemunho contra o mundo será inquestionável.” Carta 30, (1900). Manuscript Releases 1401. vol. 19, p. 265.

“O precioso registro da lei foi colocado na Arca do Testamento e está lá ainda seguramente escondida da família humana. Mas no tempo apontado por Deus Ele revelará essas tábuas de pedra a fim de serem testemunho para todo o mundo contra o desdém para com Seus Mandamentos e contra o culto idolátrico de um falso sábado.” Manuscript Releases 122, 1901. Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, vol.1, p. 1109.

“Quando o templo de Deus for aberto, que triunfo não será para aqueles que foram fiéis e verdadeiros! No templo será vista a Arca do Testamento em que foram postas as duas tábuas de pedra nas quais foi escrita a Lei de Deus. Essas tábuas de pedra serão tiradas de seu esconderijo e nelas serão vistos os Dez Mandamentos gravados pelo dedo de Deus. Essas tábuas de pedra que agora jazem dentro da arca do testamento serão um testemunho para a verdade e os reclames da lei de Deus.” Carta 47, 1902. Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, vol. 7, p. 972.

Embora não possamos ser dogmáticos, estes textos parecem indicar que o reaparecimento da Lei será um ato sobrenatural de Deus por ocasião do Seu juízo sobre os homens. E isto ocorrerá quando cada caso estiver decidido.
Assim, embora possamos admitir um desejo próprio de que a arca seja encontrada, é importante ter prudência e permitir que se cumpra a vontade de Deus. Note-se que um ponto em comum a todos os pretensos descobridores da arca é que nenhum deles até hoje apresentou provas concretas que justifiquem suas afirmações. Fotos que não se revelam, soldados que impedem o acesso ou promessas que não se cumprem são insuficientes para nos fazer acreditar neste tipo de abordagem. E é importante lembrar que mesmo a verdade, se for sustentada com argumentos infundados torna-se um desserviço à causa de Deus.

http://novotempo.com/evidencias/2011/04/25/artigo-encontraram-a-arca-da-alianca/

sábado, 16 de setembro de 2017

O significado do 666


 https://megaphoneadv.blogspot.com.br/2017/09/o-significado-do-666.html

“Aqui está a sabedoria. Aquele que tem entendimento calcule o número da besta, pois é o número de um homem. Ora, esse número é seiscentos e sessenta e seis.” (Ap 13:18)


Esse misterioso número – seiscentos e sessenta e seis – tem criado muito tipo de especulação entre os estudiosos da Bíblia. Para conhecer o significado desse número, é preciso conhecer algo de numerologia bíblica. Diferentemente da numerologia ocultista, que concede aos números poder para determinar o rumo e destino das pessoas e coisas, a numerologia bíblica é apenas simbólica.
O número sete, por exemplo, é símbolo de perfeição. Impressiona-nos o fato de que Deus abençoou o sétimo dia da semana e o reservou como sagrado, inteiramente pertencente a Ele. O número sete é mencionado 323 vezes na bíblia e, em todas elas, refere-se a Deus e Suas obras de misericórdia e de juízo. O número sete é símbolo de Deus, de Seu poder e de Seu governo.
Já o número seis é mencionado 92 vezes na Bíblia. Em todas elas se relaciona com o homem, sua natureza, suas obras, sua herança e seu destino. Por exemplo: desde a criação, o ser humano deveria trabalhar seis dias. O sétimo era de Deus. A Bíblia diz que o homem foi criado no sexto dia, e a partir dali, o número seis foi sempre símbolo do homem, e se relaciona com sua imperfeição. O ser humano só seria perfeito relacionando-se com seu Criador, simbolizado pelo número sete.
Sete é o número perfeito. Pertence a Deus e, portanto, simboliza o ideal divino. Seis é símbolo daquilo que não alcança a divindade. É símbolo do homem. Aproxima-se do número sete, mas nunca poderá alcançá-lo. Existe um abismo enorme entre o homem – identificado com o número seis da imperfeição – e o seu Criador, identificado com o número sete, completo e perfeito.
Portanto, se queremos identificar o símbolo do número 666, não podemos fazê-lo levados pelo fanatismo irracional e premeditado, tentando atribuir a essa ou àquela pessoa o título da besta de Apocalipse 13. Existe um poder político/religioso. E esse poder é identificado, além de outras características, pelo número 666.
É o número seis repetido três vezes. Seis é o símbolo do homem, existe neste poder um esforço humano desesperado e intensificado para alcançar a perfeição divina. Pretende ser Deus, mas não o é. Atribui-se prerrogativas divinas, mas não as tem. Exige dos homens adoração, mas não passa de um poder humano. Pode fazer o que quiser; exigir o que desejar, mas não passa de um ser humano. É um engano que leva os homens a aceitarem o humano em lugar do divino. Que tranquiliza as consciências dos homens, fazendo-os crer que servem a Deus, quando, na realidade, são súditos do inimigo, que vem disfarçado de religioso.



O número 666 parece apontar uma rejeição final da humanidade em adorar o Criador e reconhecer Seu memorial – o sábado. O livro de Gênesis nos mostra que somos completos apenas em nosso Criador. O alvo da criação é Deus conosco e nós com Deus. Assim é o sábado. Ele mostra nossa inteireza somente em Deus, nosso Criador. 
"O sinal, ou selo, de Deus é revelado na observância do sábado do sétimo dia - o memorial divino da criação. A marca da besta é o oposto disso - a observância do primeiro dia da semana. Deus concedeu aos homens o sábado como sinal entre Ele e eles, como uma prova da fidelidade deles. Os que, na grande crise que está perante nós, depois de receberem iluminação no tocante à lei de Deus, prosseguem desobedecendo e exaltando as leis humanas acima da de Deus, receberão o sinal da besta." (Ellen White, Eventos Finais, 225)

Assim sendo, a marca da besta tem que ver com relacionamento, fé, amor e obediência. Qualquer pessoa pode receber literalmente o número 666 na fronte ou na mão. Porém, isso não significa que tem a marca da besta. O assunto não tem a ver com marcas literais em nosso corpo. A questão real é adoração; entrega de mente, coração e tudo o mais a Deus. É sobre quem Ele é e como Ele é.
Vejamos também a explanação do professor Leandro Quadros sobre esse assunto: