sábado, 9 de fevereiro de 2019

Como os adventistas vivem a fé


Pesquisa global servirá de base para o planejamento estratégico da igreja

Wendel Lima

Desde o último quinquênio, a sede mundial da Igreja Adventista tem aplicado um questionário a fim de entender melhor as crenças, atitudes e o comportamento dos adventistas. Essa base de dados tem servido para a elaboração do planejamento estratégico da denominação. Na pesquisa divulgada em 2013, 26.343 pessoas de nove Divisões foram entrevistadas (margem de erro de 3%). Porém, no estudo apresentado em 2018, a amostragem foi bem maior: 63.756 adventistas de 13 Divisões (margem de erro de 1%). Abaixo você confere os principais destaques deste último levantamento.


PRÁTICAS ESPIRITUAIS
Em relação à pesquisa de 2013, a leitura da Bíblia subiu 7%, a frequência à igreja caiu 7% e aumentou em 5% os que nunca realizam o culto familiar.


48% leem diariamente a Bíblia.

36% estudam diariamente a Lição da Escola Sabatina.

36% estudam diariamente a Lição da Escola Sabatina.

65% oram todos os dias.

17% leem os escritos de Ellen G. White diariamente.

37% realizam o culto familiar todos os dias.

35% participam semanalmente de um pequeno grupo.

71% frequentam semanalmente a igreja.

68% frequentam semanalmente a Escola Sabatina.


DOUTRINAS-CHAVE
As crenças espiritualistas e a incompreensão sobre o mandamento bíblico do sábado são grandes desafios no sul e sudeste da Ásia.

83% concordam que o sábado é o dia bíblico para a adoração e que o juízo pré-advento começou em 1844 no santuário celestial.

33% disseram que a alma é uma entidade separada do corpo (dualismo).

13% acreditam que os mortos se comunicam com os vivos e que um cristão pode consultar feiticeiros ou curandeiros.

44% não acreditam ou não têm certeza de que Jesus voltará à Terra em sua geração.

15% têm dúvida ou não acreditam que Deus criou a vida na Terra num passado recente e ao longo de uma semana literal.


SAÚDE
Os norte-americanos são campeões no vegetarianismo, mas é nas regiões que mais se consome carne que os adventistas acreditam que seguir a mensagem de saúde garante a própria salvação.

19% são vegetarianos ou veganos.
9% bebem álcool.

3% consomem tabaco.



IGREJA
Os adventistas não pretendem mudar de religião, mas estão insatisfeitos com sua vivência de fé na igreja local.

82% disseram que muito provavelmente continuarão vinculados à Igreja Adventista por toda a vida.

48% apenas estão muito satisfeitos com sua igreja local.




MISSÃO
Os adventistas da África e América Latina são os mais envolvidos em atividades missionárias.

28% ajudam semanalmente em algum ministério.

44% ajudam outros com suas dúvidas e lutas espirituais.

25% testemunham semanalmente para não adventistas.



(Publicado originalmente na edição de dezembro de 2018 da Revista Adventista)

Mania de pequeneza


Saiba como vencer o sentimento que causa desequilíbrio emocional e bloqueia uma visão realista da existência

É impossível corrigir o rumo da vida sem antes olhar no espelho e encarar bem a pessoa que está lá. Ao fazermos isso, por vezes somos confrontados com o desafio de mudar. No entanto, toda mudança profunda, quer de crença, quer de atitude ou de comportamento, gera desconforto e ansiedade. Quando nos sentimos pequenos e incapazes, isso fica ainda mais sério, pois tende a nos fazer ver a realidade de maneira distorcida ou incompleta. Mudar é fácil apenas para quem não consegue notar a diferença óbvia entre uma cirurgia e uma maquiagem ou entre um processo curativo verdadeiro e um mero esparadrapo colorido. Deixar de fumar requer esforço. Abandonar o vício do jogo e da bebida também. Vencer a maledicência, nem fale! Aprender a confiar nas pessoas, ser acolhedor e cortês, perder o hábito de falar palavrão, dentre outros… quem quer que tenha tentado qualquer dessas coisas sabe: envolve uma feroz batalha interior. Eis o dilema! É como se, ao mesmo tempo, desejássemos voar bem alto, mas sem tirar os pés do chão. Não dá.

Nesse processo, alguns desistem. Não suportam a pressão que vem de dentro de si mesmos ou, às vezes, a que é feita pelas pessoas ao redor, devido às suas expectativas e desejos. Perseverar, resistir, lutar sem esmorecer são obra não do acaso, mas da aprendizagem e da atitude certas, junto àquilo que alguns chamam de resiliência, ou seja, a capacidade de se recompor depois do choque e do maltrato, sem mágoas nem amargura, restando apenas as cicatrizes, não mais a dor. Isso tem a ver com flexibilidade de mente, presença de espírito, autocontrole emocional, esperança no futuro, bom humor, generosidade, fé e, também, com um sentimento equilibrado de autoestima, ou seja, a sensação saudável de ser alguém, o firme reconhecimento de seu próprio valor. Na ausência dessas qualidades, tudo fica muito mais complicado.

É talvez por falta de resiliência que alguns convivem com os sintomas recorrentes da síndrome do impostor. Esse fenômeno se manifesta normalmente em pessoas bem-sucedidas, acostumadas a atingir seus objetivos e a ter um bom desempenho naquilo a que se propõem, mas propensas a sentir uma culpa existencial acima do normal. É o pai exemplar que se sente culpado por não ser ainda melhor. Trata-se da mulher bonita e capaz, mas dependente de elogios que confirmem o que ela já sabe, que validem sua identidade. É também o caso do estudante nota dez, que apesar disso teme que alguém descubra que ele é “uma farsa”. Assim como há farsantes que jamais admitiriam ser o que são, há também pessoas de todo tipo que, graças à sua defeituosa bússola emocional, criam em sua mente realidades que não existem ou que não concordam, nem de longe, com a visão consensual da maioria. Carecem de objetividade ao se autoavaliar e, por isso, sua balança viciada sempre lhes devolve o troco a menos. Em seu interior, elas sentem constantemente que estão no vermelho, em dívida. Trapaceiam e jogam contra si mesmas, praticam a autossabotagem e o autoengano, não agem com justiça quando são elas que estão no banco dos réus. Na vida, dão mais do que levam; plantam mais do que colhem. São batalhadoras, aguerridas e às vezes generosas com os outros, mas não sabem acolher a si mesmas.

É possível que tenha sido assim com Mefibosete, o último herdeiro legítimo do trono de Saul. Desconfiado e vacilante, ele se considerava indigno de sentar-se à mesa do palácio com o rei Davi, alguém que não lhe inspirava confiança, apesar de todas as evidências do contrário. Mefibosete se sentia um impostor no palácio onde tinha passado parte de sua infância e onde agora o tratavam como um príncipe, filho do rei (2Sm 9:6-8). Algo parecido ocorreu com vários dentre os espias que foram mandados por Moisés a Canaã, a terra prometida. Eles voltaram de lá com um relato ultrapressimista do que tinham visto. Disseram que lá só havia gigantes e que, à vista dos habitantes do lugar, eles eram pequeninos e insignificantes como gafanhotos (Nm 13:31-33).
O apóstolo Paulo, escrevendo aos cristãos em Roma, deixou um conselho sábio e intrigante, capaz de resolver muitos conflitos de consciência: “Por isso, pela graça que me foi dada digo a todos vocês: Ninguém tenha de si mesmo um conceito mais elevado do que deve ter; mas, ao contrário, tenha um conceito equilibrado, de acordo com a medida da fé que Deus lhe concedeu” (Rm 12:3, NVI). Note que não se trata apenas de emoção e sentimento, mas também de fé, de sintonia com a vontade de Deus. Quanto mais desenvolvida for a nossa fé, mais equilíbrio e paz o Senhor nos dará, para acalmar nossa tempestade interior. Não cairemos no extremo da exaltação própria nem no da subserviência automática (1Pe 5:6, At 16:34-37; Jo 18:19-23). Teremos a segurança interior, a maturidade e a serenidade que Jesus tinha e não dependeremos tanto nem das opiniões alheias, nem de nossos próprios sentimentos flutuantes, para estar de bem com a vida (Jo 5:41).

Ellen G. White também nos instruiu quanto a isso: “Se não vos sentis satisfeitos e alegres, não faleis dos vossos sentimentos. Não anuvieis a vida dos outros. […] Em vez de pensar em vossos desânimos, pensai na força de que podeis dispor em nome de Cristo. Que vossa imaginação se fixe nas coisas invisíveis. Que os pensamentos se dirijam para as evidências do grande amor de Deus por vós. A fé pode sofrer a prova, vencer a tentação, suportar o insucesso” (Mente, Caráter e Personalidade, v. 2, 1996, p. 758). Em outras palavras, força, atitude, resiliência!

No caso dos que se sentem farsantes, sem o serem realmente, será necessário cultivar e fortalecer um sentimento de honra, de dignidade (dada por Deus), para poder alcançar um conceito equilibrado de si. Será preciso entender de uma vez por todas que “o maior dos pecadores” não é um título honorífico, mas apenas uma referência àquela atitude de humildade válida unicamente ao nos olharmos no espelho de Deus, não no nosso.

JÚLIO LEAL é pastor, doutor em Educação e editor de livros didáticos na Casa Publicadora Brasileira

Depressão em adolescentes cresce impulsionada por uso de redes sociais


A disseminação de smartphones, tablets e notebooks junto com o surgimento das redes sociais mudou a maneira como crianças e adolescentes interagem com o mundo e com os outros, com impactos positivos e negativos.

Se propiciaram acesso a uma miríade de conhecimentos e permitiram uma comunicação ágil e instantânea, essas tecnologias também produziram novas fontes de angústia e tornaram mais fácil aos mais jovens tomarem contato com conteúdos e situações para os quais não estão preparados emocionalmente.

Nos últimos tempos têm-se acumulado evidências de que o uso exagerado de aparelhos e redes sociais produz efeitos deletérios na saúde mental de crianças e adolescentes e pode ser um dos fatores por trás do aumento da prevalência de depressão nesse grupo etário.

"Os mais jovens têm de enfrentar hoje coisas inimagináveis no passado, como a exposição e a permanência nas redes sociais daquilo que eles fazem e falam, por exemplo", diz Roberto Sassi, psiquiatra infantil e professor da Universidade McMaster, no Canadá. O psiquiatra também aponta que hoje é mais fácil para os jovens terem contato com sites que discutam, por exemplo, automutilação.

Para Jackeline Giusti, psiquiatra da infância e da adolescência do Instituto de Psiquiatria da USP, o jovem contrastar a própria vida com a vida online fantasiosa de outros no Facebook e no Instagram pode potencializar estados psicológicos negativos. "Ele pode pensar: todo mundo está feliz, todo mundo vai a festas, menos eu. Se a pessoa está triste, isso vai deixá-la mais triste ainda", diz.

Um dos aspectos mais perniciosos da rede, apontam os dois psiquiatras, é o chamado cyberbullying. Segundo Sassi, a prática online produz nas vítimas a mesma sensação negativa de passar por essas situações na vida real.

Artigo publicado recentemente na revista da Academia Americana de Pediatria fez vasta análise da literatura científica sobre o tema. Uma meta-análise de 131 estudos mostrou que adolescentes que passam por cyberbulling apresentam risco maior de ter problemas mentais e físicos." O uso de internet em geral e a experiência de ser vítima de cyberbulling estão associados a mais pensamentos suicidas e comportamentos de automutilação", diz o artigo.

Outro estudo, esse publicado em outubro, analisou como passar muitas horas em frente a telas de aparelhos pode afetar a saúde mental de crianças e adolescentes. Jovens de 14 a 17 anos que passam mais de sete horas diárias em smartphones, tablets, computadores e televisão tiveram mais do que o dobro de chance de terem ansiedade ou depressão do que aqueles que passam uma hora.

Mesmo após apenas uma hora em frente à tela por dia, crianças e adolescentes podem começar a ter menos curiosidade, menor autocontrole, menos estabilidade emocional e menor capacidade de concluir tarefas, segundo o estudo, publicado na revista Preventive Medicine Reports. Entretanto, como se trata de um ramo novo de pesquisa, ainda há muitos aspectos não compreendidos a respeito da influência das tecnologias digitais na saúde mental dos mais jovens. 

No caso do segundo estudo, Sassi diz que há certas nuances que podem ter impactos diferentes nos jovens. "A pessoa pode ser usuária ativa de Facebook, que interage e conversa com outras pessoas, ou alguém que só observa a atividade de outros; jogar games é uma atividade muito diferente de ver um filme na Netflix. São coisas que nós colocamos juntos, mas que podem ter impactos diferentes.

O psiquiatra também diz que ainda não se pode estabelecer uma relação de causalidade entre uso de tecnologias e depressão em mais jovens. "Não podemos esquecer que o tempo em frente à tela é um tempo que você está tirando de outras atividades, como sono e atividades físicas. Sedentarismo e baixa qualidade do sono prejudicam a saúde mental tanto de jovens como adultos.

Nos EUA, a prevalência da doença na faixa dos 12 aos 17 anos passou de 8,7% em 2005 para 11,3% em 2014, segundo os dados mais recentes de uma pesquisa nacional. No Brasil não existem estatísticas do fenômeno, mas Jackeline Giusti diz que ter observado nos últimos anos grande aumento de casos de depressão relacionada a tecnologias digitais. "Cerca de 10% dos adolescentes e crianças que atendo apresentam essa relação", diz.

Os pais possuem papel relevante para evitar que o uso da internet traga prejuízos, aponta Giusti. "Eles devem olhar os celulares dos filhos de vez em quando para saber o que eles estão acessando, mas isso precisa ser combinado. Também devem mostrar exemplos das consequências de certos comportamentos nas redes sociais", diz.

A psiquiatra também diz que os pais devem buscar restringir a quantidade de horas dos filhos na internet e incentivar outras atividades. Mas, para isso funcionar, os pais devem dar o exemplo. "Não adianta falar isso e, na hora do jantar, o pai e a mãe ficarem grudados no celular, enquanto a criança fica olhando para o teto. Esse é um momento para estar com os filhos, saber como foi o dia deles", diz Giusti.

Os pais também devem ficar atentos a mudanças de comportamento dos filhos, que podem indicar um quadro depressivo. Giusti dá como exemplo o afastamento de amigos, queda no desempenho escolar, irritabilidade e perda de interesse em atividades que eles antes gostavam.

Negligenciar esses comportamentos, considerando-os normais, acarreta um risco. Uma depressão não tratada na idade mais jovem pode produzir grande prejuízo no futuro.

Fernando Tadeu Moraes (via Folha)

57 comportamentos que identificam relações abusivas


Quando lidamos com parceiros perversos, abusivos, tóxicos- sejam homens ou mulheres- é comum nos depararmos com diversas características que essas pessoas parecem ter em comum, bem como comportamentos repetitivos, previsíveis, como se tratasse sempre da mesma pessoa. Esses comportamentos, quando impostos dentro da relação, podem levar à total destruição da identidade, autoestima, capacidade de funcionar e vontade de viver da pessoa que se submete.
A seguir, vejamos como identificar ALGUNS desses comportamentos e características:
1. PIROTECNIA AMOROSA – Também chamada de bombardeamento amoroso, consiste em encantar o alvo com inúmeras demonstrações de amor, muitas delas exageradas ou públicas. Os pedidos de namoro, noivado são um show para outras pessoas verem, não um momento do casal. As surpresas são constantes, quase exageradas, deixando o alvo sem saber como retribuir ou agir diante do bombardeamento constante. O mais interessante é que o alvo percebe que as ações exageradas não parecem vir acompanhadas de real profundidade e sentimento. É quase uma intuição que, por não saber explicar, ignora.

2. DISTRAÇÃO/ILUSIONISMO – Junto com o item acima, nos primeiros dias, talvez meses, a pessoa perversa tende a ser muito atenciosa, presente, interessada, de um modo tão intenso que fará com que seu alvo pense que está “sendo cuidado”; que aquela presença imposta constantemente é um verdadeiro sinal de amor, mas o que na verdade faz é manter seu alvo ocupado o tempo todo, quase sempre com coisas ligadas à relação ou à pessoa perversa, de modo que não tenha mais tempo para si mesmo, para outras pessoas ou para prestar atenção em como a pessoa perversa realmente é.

3. TUDO PARA ONTEM – Pessoas perversas fazem planos para o futuro desde os primeiros contatos. Falam em casamento, filhos, morar juntos, adquirir patrimônio, tudo em tempo record. É tudo tão rápido que causa estranhamento em todos, exceto na pessoa apaixonada.

4. DESLIZES – Pessoas perversas fazem discursos moralistas, como se fossem as pessoas mais corretas do mundo, mas em meio ao discurso, sempre deixam escapar alguma coisa que vai na contramão do que pregam.

5. CICLO ABUSIVO – É um ciclo ininterrupto que alterna comportamento destrutivo e construtivo, típico de muitos relacionamentos e famílias disfuncionais. A pessoa perversa faz algo bom e logo em seguida algo ruim, desestabilizando o alvo e criando um ciclo vicioso de expectativa e insegurança.

6. ALIENAÇÃO – O ato de interferir ou cortar de vez as relações do indivíduo com os outros (amigos, família, colegas de classe, trabalho, etc). A ideia aqui é distanciar o alvo de qualquer pessoa que possa lhe servir de apoio.

7. “SEMPRE” e “NUNCA” – São declarações contendo as palavras sempre ou nunca. Elas são comumente usadas, mas raramente refletem a verdadeira intenção do perverso. “NUNCA mais fale comigo”, para logo estar perseguindo o alvo e encontrando desculpas para continuar o contato.

8. DESIGUALDADE LEGAL – A pessoa perversa sujeita o parceiro a uma séria de regras que ela não se sente na obrigação de seguir. Por exemplo, o alvo não tem a permissão de manter contato com pessoas do passado, mas a parte perversa pode, o alvo deve respeitar sua família, mas a parte perversa pode desprezar a sua, etc.

9. RAIVA – Pessoas que sofrem de certos transtornos de personalidade com frequência carregam um sentimento de raiva não resolvida e uma percepção mais aguçada ou exagerada que foram injustiçados, anulados, negligenciados ou submetidos a abuso, refletindo esta raiva sobre aqueles que os rodeiam.

10. ISCA – Um ato provocativo usado para provocar uma resposta irritada, agressiva ou emocional de um outro indivíduo. Diz algo que sabe que vai causar ira, mas o faz exatamente para ver seu interlocutor desequilibrado. Quando o alvo se desequilibra, a pessoa perversa parece a parte equilibrada.

11. CULPABILIZAR – O hábito de identificar uma pessoa ou pessoas como responsáveis por um problema, ao invés de identificar formas de lidar com ele. Fazem isso com tanta maestria que seus alvos vivem se sentindo culpados.

12. PROJETAR – É a prática de atribuir ao outro seus defeitos e maus comportamentos. A pessoa perversa dirá que o outro é mentiroso, promíscuo, agressivo, manipulador e tudo que achar de si mesmo. Às vezes, são coisas bem específicas. Um exemplo, um narcisista conhecido dizia que eu fazia sexo virtual com meu professor. Não entendia de onde aquilo tinha saído até descobrir que era viciado em sexo virtual. Outro narcisista tinha hábito de dizer que as mulheres se vitimizam para que homens paguem suas contas, mas quando em minha companhia, choramingava ganhar pouco para ter cada pãozinho seu pago, ou seja, era um explorador de mulheres.

13. BULLYING – Qualquer ação sistemática para ferir uma pessoa, aproveitando-se de uma posição de força seja física, hierárquica, social, econômica ou emocional. Pessoas perversas são experts em bullying contra seus parceiros, colegas de trabalho, amigos e familiares. Basta saberem de algo que lhe causa vergonha, que passam a utilizar da forma mais cruel possível.

14. RACIONAMENTO – O racionamento é um dos comportamentos mais cruéis do parceiro narcisista. Consiste em descobrir o que você mais gosta e simplesmente deixar de fazer ou racionar. Podem ser ações, frases ou palavras. Desta forma você passa a mendigar por aquilo que antes lhe dava em abundância e agora dá quando quer ou não dá. Pode ser de um simples ” bom dia” a comportamentos mais complexos. Se sabe que você gosta ou deseja, vai negar ou racionar.

15. TRAIÇÃO – envolve-se em relacionamentos românticos ou íntimos com outras pessoas quando já está empenhado em um relacionamento monogâmico com você. Para perversos, isso é bem comum, pois são extremamente promíscuos.

16. APROPRIAÇÃO – Consumir ou assumir o controle de um recurso ou bem pertencente ou compartilhado com um membro da família, parceiro ou cônjuge, sem antes obter a sua aprovação. Toma posse sem se importar com o que o outro pensa.

17. EXPLORAÇÃO – É a prática de explorar o parceiro, amigos ou familiares a fim de ter suas contas pagas. Vitimizam-se dizendo que não estão em condições, que precisam de ajuda, para poderem encostar-se. A exploração também se dá quando tomam empréstimos em família acreditando que não têm o dever de pagar, bem como está presente no modo que prestam seus serviços ou contratam serviços para si, tentando sempre tirar vantagem, cobrando a mais ou tentando pagar menos do que o que vale o serviço recebido.

18. CHANTAGEM EMOCIONAL – Um sistema de ameaças e punições por trás de uma aparência fragilizada de vítima, utilizado na tentativa de controlar os comportamentos de alguém. Algumas vezes, essa característica também passa a ser do alvo de pessoas perversas, pois crê que, assim, poderá acessar a empatia da pessoa perversa, o que jamais acontece.

19. SENSO DE DIREITO – Uma expectativa irrealista, não merecida ou inadequada de condições de vida e tratamento favorável vindo dos outros. Se acham mais merecedores do que as outras pessoas. Tratamentos especiais lhes são devidos, mas para os outros, jamais.

20. FALSAS ACUSAÇÕES – Padrões de crítica injustificada ou exagerada direcionada ao alvo. Você diz: “tal pessoa me paquerava quando eu era adolescente” e a partir daí passa a ouvir por anos que a pessoa foi ou é seu/sua amante. Acusa o alvo de ter feito coisas ou ter tido comportamentos que nunca teve simplesmente porque “suspeita”.

21. FAVORITISMO – Favoritismo é a prática de dar sistematicamente tratamento positivo e preferencial para um dos filhos, um dos subordinados ou um dos membros dentro de uma família ou grupo de iguais (trabalho) em modo que os outros se sintam inferiores ou menos queridos. Faz isso usando outras pessoas também em detrimento do parceiro amoroso.

22. FALSO LITÍGIO – O uso de processos judiciais sem mérito para machucar, assediar (especialmente em divórcios) ou ganhar uma vantagem econômica sobre um indivíduo ou organização.

23. AUTOPROMOÇÃO GENEROSA – É a prática de dar ao alvo uma lista de pessoas que gostariam de estar com a pessoa perversa, bem como uma lista dos defeitos do alvo para, então, dizer que, mesmo assim, deseja estar com ele. “Sou bom por aceitar estar com você, não obstante seus defeitos.”

24. GASLIGHTING – É a prática de lavagem cerebral e manipulação a fim de convencer um indivíduo mentalmente saudável que ele está ficando louco ou que a sua compreensão da realidade é equivocada ou falsa. Nega-se fatos ou falas como se nunca tivessem ocorrido.

25. PODA – Podar é o ato predatório de manobrar um outro indivíduo para uma posição que o torna mais isolado, dependente, propenso a confiar e contar somente com a pessoa perversa, tornando-o mais vulnerável a um comportamento abusivo. Fazem isso dizendo que o alvo não é capaz sem sua ajuda ou presença.

26. ASSÉDIO – Qualquer padrão persistente ou crônico de comportamento indesejável de um indivíduo para com o outro. O comportamento rotineiro de pessoas perversas é um assédio constante.

27. HOOVERINGHoovering é uma metáfora tirada de uma marca muito popular de aspiradores de pó nos EUA e Grã-Bretanha (Hoover) para descrever como uma vítima de abuso, ao tentar fazer valer os seus próprios direitos, deixando ou limitando o contato num relacionamento disfuncional, é sugada de volta quando a pessoa perversa temporariamente apresenta um comportamento melhor ou desejável, passando por uma revitimização.

28. IMPULSIVIDADE – A tendência de agir ou falar com base em sentimentos do momento ao invés de raciocínio lógico. Pouco importa se o que é dito não faz o mínimo sentido. Se precisar se justificar, dirá que disse porque VOCÊ a forçou a agir daquela forma.

29. ISOLAMENTO IMPOSTO – É uma das primeiras providências tomadas pela pessoa perversa quando se envolve com um novo alvo. A ideia é distanciar; isolar o alvo de sua rede de apoio, o que inclui amigos e familiares. É muito comum que a pessoa perversa não tenha amigos íntimos e se relacione de forma superficial também com sua própria família e, por isso, não aceita que o alvo tenha relacionamentos mais profundos. Com o isolamento imposto e a alienação, a um certo ponto ficará somente ela e o alvo, o que aumenta seu poder de controle sobre o outro.

30. MANIPULAÇÃO FLOREADA – É um modo imperceptível de fazer exigências enquanto elogia. Por exemplo, um perverso conhecido dizia à moça com quem estava começando a se relacionar que queria fazer dela sua princesa, sua mulher para toda vida, porque ela era linda especial, mas que “não tinha certeza” que ela o colocaria entre suas prioridades “já que ela tinha muitos amigos e dava muita atenção aos seus familiares”, levando-a a distanciar-se dessas pessoas para ocupar o espaço de “princesa”.

31. INTIMIDAÇÃO – Qualquer forma velada de ameaça oculta, indireta ou não-verbal.

32. INVALIDAÇÃO – A criação ou promoção de um ambiente que incentiva o indivíduo a acreditar que seus pensamentos, crenças, valores ou presença física é inferior, imperfeita, problemática ou inútil.

33. FALTA DE CONSCIÊNCIA – Indivíduos que sofrem de alguns transtornos de personalidade são demasiadamente preocupados com suas próprias necessidades e interesses, às vezes, com a exclusão total das necessidades e preocupações dos outros. Algo que pode ser interpretado pelos outros como uma falta de consciência moral ou egoísmo e nada mais que isso, é na verdade o modo de vida da pessoa perversa.

34. FALTA DE CONSTÂNCIA DO OBJETO – Sintoma de alguns transtornos de personalidade, a falta de constância do objeto é uma incapacidade de lembrar que as pessoas ou objetos são consistentes, confiáveis e com os quais se pode contar, especialmente quando eles estão fora de seu campo imediato de visão. Constância do objeto é uma habilidade de desenvolvimento que a maioria das crianças não desenvolvem até dois ou três anos de idade. Daí a indiferença com seus sentimentos na ruptura, a falta de confiança quando não está controlando e etc.

35. NARCISISMO – Este termo descreve um conjunto de comportamentos caracterizados por um padrão de grandiosidade, o foco egocêntrico, necessidade de admiração, a atitude de auto-serviço (eu me sirvo sempre), falta de consideração e falta de empatia, sendo esta última a característica mais forte e maligna do narcisismo e portanto, essencial para a identificação desse padrão de comportamento. Não existem narcisistas capazes de se colocar no lugar do outro.

36. DESQUALIFICAÇÃO FLOREADA – A prática de elogiar, inserindo desqualificadores dentro de uma frase, de modo que a parte desqualificadora não seja percebida, mas surta efeito. Exemplo: “Eu amo suas gordurinhas” “Adoro seu corpo, tanto que conheço cada uma de suas 387 estrias” “Minha gorducha linda” “Você é um homem tão bom para mim que passei a amar até o seu péssimo português”. Serve para minar a autoestima do alvo de modo que se esmere para “melhorar” até ter o elogio “completo”.

37. NEGLIGÊNCIA – Uma forma passiva de abuso em que as necessidades físicas e emocionais de um dependente são desconsiderados ou ignorados pela pessoa responsável por eles. Nas relações tóxicas com pessoas perversas, a negligência vem à tona com frequência quando o alvo tem problemas de saúde, financeiros ou precisa de cuidados.

38. NORMALIZAÇÃO – Numa relação com perversos, é uma tática usada para dessensibilizar o indivíduo para comportamentos abusivos, coercitivos ou inapropriados. Em essência, a “normalização” nada mais é do que a banalização de coisas que, em sã consciência, não aceitamos como normais; é a manipulação de outro ser humano para levá-los a aceitar algo que está em conflito com a lei, as normas sociais ou seu próprio código básico de comportamento. Ex.: Aceitar traição, agressão física, verbal, promiscuidade, poligamia, etc.

39. JOGOS SEM VITÓRIA – São situações comumente criadas por pessoas que sofrem de transtornos de personalidade, onde eles apresentam duas opções ruins para alguém próximo a eles e as pressiona a escolher entre os duas, assim sempre sairá perdendo. Isso geralmente deixa a pessoa que não tem transtorno de personalidade com um sentimento de “se correr o bicho pega, se ficar o bicho come”.

40. COISIFICAÇÃO – A prática de tratar uma pessoa ou um grupo de pessoas como objetos, mantendo-as à sua disposição ou descartando-as de acordo com suas necessidades. No sexo, o alvo também é coisificado no sentido que, após a relação sexual, comportamentos frios e abusivos são restabelecidos do nada, quando minutos antes tudo era maravilhoso, fazendo com que o alvo se sinta usado.

41. SÍNDROME DE ALIENAÇÃO PARENTAL – Um termo usado para descrever o processo pelo qual um dos pais, geralmente divorciado ou separado do outro progenitor biológico, usa sua influência para fazer uma criança acreditar que o outro progenitor é mau ou inútil.

42. MENTIRA PATOLÓGICA – Decepção persistente por parte de um indivíduo para servir os seus próprios interesses e necessidades com pouca ou nenhuma relação com as necessidades e preocupações dos outros. Um mentiroso patológico é uma pessoa que existe apenas para servir suas próprias necessidades ainda que para isso deve lançar mão de mentiras.

43. VITIMIZAÇÃO – É a prática de assumir uma postura de vítima diante de amigos e familiares, relatando histórias onde aparece como vítima e o alvo como o vilão, de tal forma que as pessoas se compadeçam de si e odeiem o alvo. Para isso, lançam mão de histórias que jamais ocorreram, inacreditáveis quando ouvidas pelos alvo e que normalmente causam muita angústia, sentimento de injustiça e desejo de vingança.

44. RECRUTAMENTO – A maneira que a pessoa perversa tem de controlar ou abusar do alvo através da manipulação de outras pessoas para que estas inconscientemente passem a defendê-la, falar por ela, “comprar sua briga” ou “fazer o trabalho sujo” que ela deseja contra seu alvo. Essas pessoas são chamadas em inglês de “flying monkeys” que se traduz em “macacos voadores”, que nada mais são do que possibilitadores, facilitadores e colaboradores recrutados pela pessoa perversa.

45. EXPLOSÃO, RAIVA E AGRESSIVIDADE IMPULSIVA – Elevações explosivas verbais, físicas ou emocionais em uma briga, desproporcional à situação real. Mas atenção, esse comportamento sozinho não indica perversidade, já que acompanhado de culpa e remorso verdadeiros pode indicar Transtorno Explosivo Intermitente, que nada tem a ver com perversidade e pode ser tratado.

46. SABOTAGEM – A ruptura espontânea da calma ou status quo, a fim de servir a um interesse pessoal, provocar um conflito ou chamar a atenção.

47. BODE EXPIATÓRIO – a escolha de um indivíduo ou grupo para receber culpa ou tratamento negativo não merecido. A pessoa perversa faz e põe a culpa nos outros.

48. MEMÓRIA SELETIVA E AMNÉSIA SELETIVA – O uso de memória, ou a falta de memória seletiva com o intuito de reforçar um preconceito, crença ou obter um resultado desejado, utilizando somente aquilo que lhe convêm.

49. AUTOENGRANDECIMENTO – É um padrão de comportamento pomposo; o hábito de vangloriar-se. Presença de narcisismo ou competitividade projetados para criar uma aparência de superioridade.

50. VERGONHA – A diferença entre culpa e vergonha é que ao culpar alguém você diz a uma pessoa que ela FEZ algo ruim e ao envergonhar alguém você lhe diz que a pessoa É algo ruim. Por exemplo, um perverso conhecido quando queria envergonhar, dizia que eu era mentirosa diante de todos (vergonha). Na intimidade, dizia que não podíamos ser felizes porque eu mentia muito (culpa). Nenhuma das duas coisas acompanha fundamento ou explicação lógica, sempre, quase sempre, fruto de suposições.

51. STALKING (PERSEGUIÇÃO) – Qualquer padrão invasivo e indesejável de buscar o contato com outro indivíduo. A pessoa narcisista pratica stalking somente quando é dispensada pelo alvo antes que ela o descarte. Como não aceitam ser deixadas, perseguem. O alvo, normalmente, também pratica stalking ao ser descartado.

52. TESTE – Forçar repetidamente outra pessoa a demonstrar ou provar seu amor ou compromisso com o relacionamento a fim de demonstrar para a pessoa narcisista o seu valor.

53. POLICIAMENTO DO PENSAMENTO – Um processo de interrogatório ou tentativa de controlar os pensamentos ou sentimentos de outra pessoa. É uma prática percebida especialmente quando o alvo deseja estar em silêncio ou reflexão.

54. TRIANGULAÇÃO – Ganhar uma vantagem sobre os “presumidos rivais” ao manipulá-los para que entrem em conflito uns com os outros. Falam mal de uma pessoa para a outra a fim de ver a relação entre elas se deteriorar ou ver pessoas disputando um posto importante na vida da pessoa perversa

55. SILÊNCIO AGRESSIVO – Método insidioso de violência psicológica que consiste em passar horas ou dias tratando o alvo com silêncio injustificado e punitivo, quase sempre acompanhado de cara fechada e pequenas frases de acusação sem sentindo ou embasamento na realidade. “Você sabe porque estou assim.”

56. VISÃO DE TÚNEL – Uma tendência a se concentrar em um único interesse (seu) ou ideia e negligenciar ou ignorar outras prioridades importantes ou todas as circunstancias.

57. DESCARTE OU SUMIÇO – Como toda relação com uma pessoa com essas características é superficial, independente do tempo que passou, quando ela sentir que o alvo não serve mais aos seus propósitos, ou seja, deixou de ser uma fonte de suprimento narcísico, ela o descartará e desaparecerá sem explicação ou com um arroubo de raiva injustificada que deixará o alvo se perguntando o que fez de errado. Um relacionamento com uma pessoa perversa narcisista jamais termina com uma conversa clara e civilizada; um comum acordo. Ou some ou demonstra ódio para justificar o fim.

P.S. É óbvio que a presença de um desses comportamentos isoladamente não indica perversidade ou transtornos de personalidade. É um conjunto deles que dará sinais claros de que se trata de pessoa perversa/tóxica/abusiva da qual preservar-se é preciso!

Lucy Rocha (via Conti Outra)
https://megaphoneadv.blogspot.com/2018/12/57-comportamentos-que-identificam.html

A espécie de marido que não se deve ser (por Ellen White)




1. Opressor
Há na maioria das famílias filhos de várias idades, alguns dos quais necessitam não somente a atenção e sábia disciplina da mãe, mas também a mais severa, embora afetuosa, influência do pai. Poucos pais consideram esta questão na sua devida importância. Eles negligenciam o próprio dever e assim acumulam pesados encargos sobre a mãe, ao mesmo tempo que se sentem em liberdade de criticá-la e condenar-lhe as ações segundo o seu julgamento. Sob este senso opressor de responsabilidade e censura, a pobre esposa e mãe não raro experimenta culpas e remorsos pelo que fez inocente ou ignorantemente, e frequentemente quando fizera o que melhor lhe fora possível nas circunstâncias. Contudo quando seus exaustivos esforços deviam ser apreciados e aprovados e ela sentir-se alegre, é ao contrário obrigada a andar sob uma nuvem de pesar e condenação porque seu esposo, ao mesmo tempo que ignora o próprio dever, espera que ela cumpra a parte de ambos de maneira satisfatória, sem considerar as circunstâncias desfavoráveis. 

2. Exigente
Muitos maridos não compreendem e não apreciam suficientemente os cuidados e perplexidades que suas esposas suportam, geralmente confinadas o dia todo à incessante rotina dos deveres domésticos. Frequentemente eles retornam ao lar com a fisionomia carregada, não trazendo alegria ao círculo da família. Se a refeição não saiu na hora, a fadigada esposa, que é a um tempo, faxineira, enfermeira, cozinheira e ama, é saudada com censuras. O marido exigente pode condescender em tomar dos cansados braços da mãe a criança impertinente para que ela possa apressar o alimento da família; mas se a criança está inquieta, esperneia nos braços do pai, dificilmente ele compreenderá ser seu dever desempenhar o papel de ama e procurar acalmá-la. Ele não se demora a considerar quantas horas a mãe suportou a inquietude da criança, mas chama impaciente: "Mamãe, tome o seu filho." Não é de ambos o filho? Não está ele sob a natural obrigação de aceitar sua parte do fardo de criar os filhos? 

3. Ditatorial e dominador
Tua vida seria muito mais feliz se não sentisses que estás investido de absoluta autoridade porque és marido e pai. Tua conduta mostra que interpretas mal tua posição de marido, isto é, laço de união do lar. És nervoso e ditatorial e muitas vezes manifestas grande falta de senso, de maneira que em qualquer tempo que considerares tua conduta nessas ocasiões, ela não pode parecer razoável para com tua esposa e teus filhos. Uma vez havendo tomado uma posição, raramente te mostras disposto a dela afastar-te. Estás determinado a executar teus planos, quando muitas vezes não estás seguindo reto curso e devias notá-lo. O que necessitas é mais, muito mais, de amor, de longanimidade, e menos de determinação de seguir tua maneira de sentir tanto em palavras como em obras. No curso que estás agora perseguindo, em vez de seres um laço de união da família, serás como um torno para comprimir e martirizar a outros. 

4. Arbitrário
Procurando forçar outros a seguir tuas idéias em todo sentido, muitas vezes fazes maior mal do que se abrisses mão desses pontos. Isto é verdade mesmo quando tuas idéias são corretas em si mesmas, mas não o são em muitas coisas; eles são sobrecarregados como resultado das peculiaridades de tua administração; assim inculcas as coisas erradas de maneira forte e irrazoável. Tens pontos de vista peculiares com respeito à condução da família. Exerces um poder independente, arbitrário, que não permite liberdade de opiniões em torno de ti. Pensas que és suficiente para ser a cabeça em tua família e entendes que tua cabeça é suficiente para mover cada membro, como uma máquina funciona nas mãos do operador. Ditas e assumes autoridade. Isto desagrada o Céu e fere os santos anjos. Tens-te conduzido em tua família como se unicamente fosses capaz de autogoverno. Ofendes-te se tua esposa se aventura a opor-se a tuas opiniões ou questione tuas decisões. 

5. Irritadiço e rixento
Maridos, deem a vossas esposas uma oportunidade para sua vida espiritual. No que respeita a muitos a disposição de irritar-se é encorajada até que se tornam como crianças grandes. Não deixam este aspecto de sua vida infantil para trás. Acariciam esses sentimentos até que limitam e restringem o curso da vida por suas lamuriosas reclamações. E não somente sua própria vida, mas a vida de outros também. Levam consigo o espírito de Ismael, cuja mão era contra todos e a mão de todos contra ele. 

6. Egoísta e mal-humorado
O irmão B não é de um temperamento que leve alegria a sua família. Aqui está um bom lugar para ele começar a trabalhar. Ele é mais como uma nuvem do que como um raio de luz. É por demais egoísta para dizer palavras de aprovação a sua família, especialmente a um dentre os outros que deve ter seu amor e terno respeito. É mal-humorado, despótico, ditatorial; suas palavras frequentemente são cortantes, e deixam uma ferida que ele não procura sarar suavizando o espírito, reconhecendo suas faltas e confessando o erro praticado. Precisa abrandar-se; deve ele cultivar o refinamento e cortesia. Deve ser muito terno e amável para com sua esposa, que é sua igual em todos os sentidos; não deve proferir palavras que lancem sombra sobre o seu coração. Ele deve começar a obra de reforma no lar; deve cultivar a afeição e vencer os traços rudes e ásperos, insensíveis e egoístas de seu temperamento. O esposo e pai retraído, egoísta, despótico, não somente é infeliz em si mesmo, como lança sombras sobre todos os que o cercam em casa. Ele há de colher o resultado vendo a esposa desalentada e doentia, e os filhos manchados pelos desagradáveis traços de caráter. 

7. Intolerante
Esperas demasiado de tua esposa e filhos. Censuras demais. Se encorajasses em vós mesmo um temperamento alegre e feliz e lhes falasses bondosa e ternamente, levarias para teu lar luz em vez de sombras, tristezas e infelicidade. Preocupas-te demasiado com tua opinião; tomas posições extremas, e não tens permitido que tua esposa tenha no seio de tua família o peso que deveria ter. Não tens encorajado o teu próprio respeito por tua esposa nem educado os filhos para que lhe respeitem o julgamento. Não a tendes feito tua igual, antes tens tomado em tuas mãos as rédeas do governo e controle, e as tens mantido firmemente. Não possuis disposição de afeição e simpatia. Necessitas cultivar esses traços de caráter se queres ser um vencedor e se desejas as bênçãos de Deus em tua família. 

8. Que despreza a cortesia cristã
Tens considerado como fraqueza o ser bondoso, terno e compassivo, pensando ser abaixo de tua dignidade falar terna, gentil e amavelmente a tua esposa. Aqui erras no conceito do que seja a verdadeira varonilidade e dignidade. A disposição de deixar por praticar atos de bondade, é manifestar fraqueza e defeito de teu caráter. Aquilo que olhas como fraqueza, Deus considera verdadeira cortesia cristã, que deve ser praticada por todo cristão; pois foi esse o espírito manifestado por Cristo. 

9. Tirânico
Se o marido é tirânico, exigente, criticando os atos da esposa, não pode ele manter seu respeito e afeição, e a relação matrimonial lhe tornar-se-á odiosa. Não amará o marido, pois ele não procura tornar-se amável. Devem os maridos ser cuidadosos, atentos, constantes, fiéis e compassivos. Devem manifestar amor e simpatia. Quando o marido tem a nobreza de caráter, a pureza de coração, a elevação de espírito que deve possuir todo verdadeiro cristão isso será manifesto na relação matrimonial. Ele procurará conservar a esposa com boa saúde e ânimo. Esforçar-se-á por falar palavras de conforto, criar uma atmosfera de paz no círculo familiar. 

Ellen G. White (via O Lar Adventista, pp. 224-228)
https://megaphoneadv.blogspot.com/2018/12/a-especie-de-marido-que-nao-se-deve-ser.html