1. Opressor
Há na maioria das famílias filhos de várias idades,
alguns dos quais necessitam não somente a atenção e sábia disciplina da mãe,
mas também a mais severa, embora afetuosa, influência do pai. Poucos pais
consideram esta questão na sua devida importância. Eles negligenciam o próprio
dever e assim acumulam pesados encargos sobre a mãe, ao mesmo tempo que se
sentem em liberdade de criticá-la e condenar-lhe as ações segundo o seu
julgamento. Sob este senso opressor de responsabilidade e censura, a pobre
esposa e mãe não raro experimenta culpas e remorsos pelo que fez inocente ou ignorantemente,
e frequentemente quando fizera o que melhor lhe fora possível nas
circunstâncias. Contudo quando seus exaustivos esforços deviam ser apreciados e
aprovados e ela sentir-se alegre, é ao contrário obrigada a andar sob uma nuvem
de pesar e condenação porque seu esposo, ao mesmo tempo que ignora o próprio
dever, espera que ela cumpra a parte de ambos de maneira satisfatória, sem
considerar as circunstâncias desfavoráveis.
2. Exigente
Muitos maridos não compreendem e não apreciam
suficientemente os cuidados e perplexidades que suas esposas suportam,
geralmente confinadas o dia todo à incessante rotina dos deveres domésticos.
Frequentemente eles retornam ao lar com a fisionomia carregada, não trazendo
alegria ao círculo da família. Se a refeição não saiu na hora, a fadigada
esposa, que é a um tempo, faxineira, enfermeira, cozinheira e ama, é saudada
com censuras. O marido exigente pode condescender em tomar dos cansados braços
da mãe a criança impertinente para que ela possa apressar o alimento da
família; mas se a criança está inquieta, esperneia nos braços do pai,
dificilmente ele compreenderá ser seu dever desempenhar o papel de ama e
procurar acalmá-la. Ele não se demora a considerar quantas horas a mãe suportou
a inquietude da criança, mas chama impaciente: "Mamãe, tome o seu
filho." Não é de ambos o filho? Não está ele sob a natural obrigação de
aceitar sua parte do fardo de criar os filhos?
3. Ditatorial e
dominador
Tua vida seria muito mais feliz se não sentisses que
estás investido de absoluta autoridade porque és marido e pai. Tua conduta
mostra que interpretas mal tua posição de marido, isto é, laço de união do lar.
És nervoso e ditatorial e muitas vezes manifestas grande falta de senso, de
maneira que em qualquer tempo que considerares tua conduta nessas ocasiões, ela
não pode parecer razoável para com tua esposa e teus filhos. Uma vez havendo
tomado uma posição, raramente te mostras disposto a dela afastar-te. Estás
determinado a executar teus planos, quando muitas vezes não estás seguindo reto
curso e devias notá-lo. O que necessitas é mais, muito mais, de amor, de
longanimidade, e menos de determinação de seguir tua maneira de sentir tanto em
palavras como em obras. No curso que estás agora perseguindo, em vez de seres
um laço de união da família, serás como um torno para comprimir e martirizar a
outros.
4. Arbitrário
Procurando forçar outros a seguir tuas idéias em todo
sentido, muitas vezes fazes maior mal do que se abrisses mão desses pontos.
Isto é verdade mesmo quando tuas idéias são corretas em si mesmas, mas não o
são em muitas coisas; eles são sobrecarregados como resultado das
peculiaridades de tua administração; assim inculcas as coisas erradas de
maneira forte e irrazoável. Tens pontos de vista peculiares com respeito à condução
da família. Exerces um poder independente, arbitrário, que não permite
liberdade de opiniões em torno de ti. Pensas que és suficiente para ser a
cabeça em tua família e entendes que tua cabeça é suficiente para mover cada
membro, como uma máquina funciona nas mãos do operador. Ditas e assumes
autoridade. Isto desagrada o Céu e fere os santos anjos. Tens-te conduzido em
tua família como se unicamente fosses capaz de autogoverno. Ofendes-te se tua
esposa se aventura a opor-se a tuas opiniões ou questione tuas decisões.
5. Irritadiço e
rixento
Maridos, deem a vossas esposas uma oportunidade para sua
vida espiritual. No que respeita a muitos a disposição de irritar-se é
encorajada até que se tornam como crianças grandes. Não deixam este aspecto de
sua vida infantil para trás. Acariciam esses sentimentos até que limitam e
restringem o curso da vida por suas lamuriosas reclamações. E não somente sua
própria vida, mas a vida de outros também. Levam consigo o espírito de Ismael,
cuja mão era contra todos e a mão de todos contra ele.
6. Egoísta e
mal-humorado
O irmão B não é de um temperamento que leve alegria a sua
família. Aqui está um bom lugar para ele começar a trabalhar. Ele é mais como
uma nuvem do que como um raio de luz. É por demais egoísta para dizer palavras
de aprovação a sua família, especialmente a um dentre os outros que deve ter
seu amor e terno respeito. É mal-humorado, despótico, ditatorial; suas palavras
frequentemente são cortantes, e deixam uma ferida que ele não procura sarar
suavizando o espírito, reconhecendo suas faltas e confessando o erro praticado.
Precisa abrandar-se; deve ele cultivar o refinamento e cortesia. Deve ser muito
terno e amável para com sua esposa, que é sua igual em todos os sentidos; não
deve proferir palavras que lancem sombra sobre o seu coração. Ele deve começar
a obra de reforma no lar; deve cultivar a afeição e vencer os traços rudes e
ásperos, insensíveis e egoístas de seu temperamento. O esposo e pai retraído,
egoísta, despótico, não somente é infeliz em si mesmo, como lança sombras sobre
todos os que o cercam em casa. Ele há de colher o resultado vendo a esposa
desalentada e doentia, e os filhos manchados pelos desagradáveis traços de
caráter.
7. Intolerante
Esperas demasiado de tua esposa e filhos. Censuras demais.
Se encorajasses em vós mesmo um temperamento alegre e feliz e lhes falasses
bondosa e ternamente, levarias para teu lar luz em vez de sombras, tristezas e
infelicidade. Preocupas-te demasiado com tua opinião; tomas posições extremas,
e não tens permitido que tua esposa tenha no seio de tua família o peso que
deveria ter. Não tens encorajado o teu próprio respeito por tua esposa nem
educado os filhos para que lhe respeitem o julgamento. Não a tendes feito tua
igual, antes tens tomado em tuas mãos as rédeas do governo e controle, e as
tens mantido firmemente. Não possuis disposição de afeição e simpatia.
Necessitas cultivar esses traços de caráter se queres ser um vencedor e se
desejas as bênçãos de Deus em tua família.
8. Que despreza a
cortesia cristã
Tens considerado como fraqueza o ser bondoso, terno e
compassivo, pensando ser abaixo de tua dignidade falar terna, gentil e
amavelmente a tua esposa. Aqui erras no conceito do que seja a verdadeira
varonilidade e dignidade. A disposição de deixar por praticar atos de bondade,
é manifestar fraqueza e defeito de teu caráter. Aquilo que olhas como fraqueza,
Deus considera verdadeira cortesia cristã, que deve ser praticada por todo
cristão; pois foi esse o espírito manifestado por Cristo.
9. Tirânico
Se o marido é tirânico, exigente, criticando os atos da
esposa, não pode ele manter seu respeito e afeição, e a relação matrimonial lhe
tornar-se-á odiosa. Não amará o marido, pois ele não procura tornar-se amável.
Devem os maridos ser cuidadosos, atentos, constantes, fiéis e compassivos.
Devem manifestar amor e simpatia. Quando o marido tem a nobreza de caráter, a
pureza de coração, a elevação de espírito que deve possuir todo verdadeiro
cristão isso será manifesto na relação matrimonial. Ele procurará conservar a
esposa com boa saúde e ânimo. Esforçar-se-á por falar palavras de conforto,
criar uma atmosfera de paz no círculo familiar.
Ellen G. White
(via O
Lar Adventista, pp. 224-228)
https://megaphoneadv.blogspot.com/2018/12/a-especie-de-marido-que-nao-se-deve-ser.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário