Açúcar refinado é o flagelo do corpo e da mente
Durante
a vida média do brasileiro, circularão pelo seu organismo aproximadamente 4,5
toneladas de açúcar refinado
Para os
que desejam melhorar a qualidade e a expectativa de vida, a eliminação ou
redução drástica do consumo de açúcar refinado em qualquer forma é um dos
passos mais importantes. Esse produto tem um efeito devastador na saúde física
e mental da maioria dos consumidores. Boa porcentagem das enfermidades
metabólicas e neuropsiquiátricas que afetam o ser humano moderno tem origem no
consumo excessivo dessa caloria vazia. Obesidade, diabetes tipo 2, depressão e
hiperatividade são os problemas mais comuns relacionados ao uso do açúcar
refinado. Mesmo nos casos em que não há uma relação direta, o açúcar pode
exacerbar os sintomas e a progressão dessas enfermidades. Por exemplo, uma
pessoa com depressão relacionada a traumas psicológicos obteria grandes
benefícios evitando seu consumo.
O Brasil
é o maior produtor de açúcar de cana do mundo e o segundo maior consumidor, com
um total anual per capita de 60 quilos. Isso significa que, durante a vida
média do brasileiro, circularão pelo seu organismo aproximadamente 4,5
toneladas de açúcar refinado. Essa estimativa é conservadora, porque não se
considera o açúcar de outras origens, como o de milho e o de frutas. Nos
Estados Unidos, o consumo atinge 75 quilos por ano, e os especialistas sugerem
que a quantidade de açúcar refinado consumido anualmente pode equivaler ao peso
do consumidor. Quando menciono essas estatísticas, muitos não se incluem nelas,
pensando que estou falando do açúcar adicionado no momento do consumo de algum
alimento. Não é isso. Tais estimativas se referem ao açúcar que vem embutido na
maioria dos alimentos processados. No mercado americano de alimentos existem
aproximadamente 700 mil itens de consumo, e calcula-se que mais de 500 mil
itens estejam lotados de açúcar.
Tecnicamente,
o açúcar refinado pode ser considerado uma droga, porque, no processo do
refinamento, perde água, fibras, minerais, vitaminas e proteínas, tornando-se
99,5% sacarose. Ingerido nesse estado, sem os outros elementos que acompanham o
processo de digestão, absorção e assimilação, ele desencadeia uma série de
mecanismos compensatórios, roubando nutrientes do organismo, entre eles o
cálcio e diversas vitaminas.
Em muitas pessoas, o açúcar tende a provocar uma elevação súbita da glicemia, que, às vezes, é seguida de uma reação aguda do pâncreas, produzindo insulina em quantidades altas e gerando oscilações glicêmicas. Isso pode levar a transtornos do humor, irritabilidade, impaciência, intolerância e até violência.
Por sua
vez, um estudo realizado para determinar os índices de câncer e sua relação com
o açúcar constatou que, quanto maior é o consumo do produto, maiores são as
taxas de óbitos por essa enfermidade.
É
necessário, portanto, estabelecer uma estratégia eficaz para a redução ou
eliminação do consumo de açúcar refinado. Como ele pode provocar dependência em
alguns indivíduos, às vezes ocorrem crises de abstinência por um período. Veja
algumas dicas:
1. Pelas
razões mencionadas, evite todos os alimentos processados, uma vez que a maioria
contém muito açúcar.
2. Evite
sucos adoçados e refrigerantes. Eles contribuem com grande parte da ingestão de
açúcar. Para evitar a compulsão pelos sucos e refrigerantes, tenha sempre água
ao seu alcance. Quando tiver vontade de tomar esses líquidos, beba água
imediatamente, e o desejo irá desaparecer.
3.
Substitua os alimentos refinados pelos integrais para evitar as variações
bruscas que esses alimentos produzem nos níveis de glicemia e insulina, o que
leva a um ciclo vicioso de fome e ingestão de calorias vazias.
4. Se
preferir, utilize mel de abelhas ou melado de cana com moderação. Lembre-se de
que a glicose de que nosso corpo necessita se encontra em muitos alimentos. Na
realidade, o açúcar pode ser 100% dispensável.
Os
resultados para a saúde física e mental serão fabulosos. Isso sem falar nos
possíveis efeitos positivos sobre o caráter e a espiritualidade.
SILMAR
CRISTO é médico, consultor e autor de
vários livros sobre saúde e qualidade de vida
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